.png)
54. 10) Caros Amigos da Cruz, decidi-vos a carregar toda a espécie de cruzes, sem
fazer exceções ou escolhas: pobreza, injustiças, fracassos, doenças, humilhações, contradições,
calúnias, aridez, discriminações, solidão, sofrimentos interiores e exteriores... e dizei sempre: “O
meu coração, ó Deus, está pronto, está pronto o meu coração”. Estai, pois, preparados a serdes abandonados pelos homens e pelos anjos, como se fosse o próprio Deus a pôr-vos de lado; estai preparados a serdes perseguidos, a serdes alvo de invejas, a serdes atraiçoados, caluniados, destituídos e colocados de lado, por todos; a sofrer fome, sede, mendicidade, nudez, exílio, prisão, o patíbulo e toda a espécie de suplícios, ainda que não os tenhais merecido pelos crimes que vos atribuem.
E, como se tudo isso não bastasse, imaginai que, depois de terdes perdido todos os bens e a própria honra, depois de serdes expulsos da vossa própria casa — como aconteceu a Jó e à rainha Santa Isabel da Hungria — vos joguem ainda na lama, como aconteceu a essa santa, e vos arrastem para cima de uma estrumeira, como a Jó “que era uma lepra maligna, desde a planta dos pés até ao alto da cabeça”! e tudo isso sem que vos deem nem ligaduras para apertar as chagas nem um pedaço de pão para comer — coisas que não se recusariam a um cavalo ou a um cão; imaginai ainda que, além de sofrerdes todas essas provações, Deus vos deixe ainda prisioneiros de todas as tentações diabólicas, sem derramar na vossa alma nem sequer a mais leve consolação sensível.
Pois bem, crede firmemente que reside aqui o ponto supremo da glória de Deus e a felicidade perfeita a que deve aspirar o autêntico e verdadeiro Amigo da Cruz.
54. 10) Caros Amigos da Cruz, decidi-vos a carregar toda a espécie de cruzes, sem
fazer exceções ou escolhas: pobreza, injustiças, fracassos, doenças, humilhações, contradições,
calúnias, aridez, discriminações, solidão, sofrimentos interiores e exteriores... e dizei sempre: “O
meu coração, ó Deus, está pronto, está pronto o meu coração”. Estai, pois, preparados a serdes abandonados pelos homens e pelos anjos, como se fosse o próprio Deus a pôr-vos de lado; estai preparados a serdes perseguidos, a serdes alvo de invejas, a serdes atraiçoados, caluniados, destituídos e colocados de lado, por todos; a sofrer fome, sede, mendicidade, nudez, exílio, prisão, o patíbulo e toda a espécie de suplícios, ainda que não os tenhais merecido pelos crimes que vos atribuem.
E, como se tudo isso não bastasse, imaginai que, depois de terdes perdido todos os bens e a própria honra, depois de serdes expulsos da vossa própria casa — como aconteceu a Jó e à rainha Santa Isabel da Hungria — vos joguem ainda na lama, como aconteceu a essa santa, e vos arrastem para cima de uma estrumeira, como a Jó “que era uma lepra maligna, desde a planta dos pés até ao alto da cabeça”! e tudo isso sem que vos deem nem ligaduras para apertar as chagas nem um pedaço de pão para comer — coisas que não se recusariam a um cavalo ou a um cão; imaginai ainda que, além de sofrerdes todas essas provações, Deus vos deixe ainda prisioneiros de todas as tentações diabólicas, sem derramar na vossa alma nem sequer a mais leve consolação sensível.
Pois bem, crede firmemente que reside aqui o ponto supremo da glória de Deus e a felicidade perfeita a que deve aspirar o autêntico e verdadeiro Amigo da Cruz.