A PAIXÃO DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO

SUMÁRIO 

RELÓGIO DA PAIXÃO:

Hora 1: Despede-se de Maria e celebra a ceia

Hora 2: Lava os pés aos apóstolos e institui o SS. Sacramento.

Hora 3: Faz suas últimas recomendações e vai ao horto.

Hora 4: Faz oração no horto.

Hora 5: Põe-se em agonia.

Hora 6: Sua sangue.

Hora 7: É traído por Judas e é preso.

Hora 8: É conduzido a Anás.

Hora 9: É levado a Caifás e recebe a bofetada.

Hora 10: Vendam-lhe os olhos, é espancado e escarnecido.

Hora 11: É levado ao conselho e declarado réu de morte.

Hora 12: É conduzido a Pilatos e acusado.

Hora 13: É escarnecido por Herodes.

Hora 14: É reconduzido a Pilatos e posposto a Barrabás.

Hora 15: É flagelado na coluna.

Hora 16: É coroado de espinhos e mostrado ao povo.

Hora 17: É condenado à morte e sobe ao Calvário.

Hora 18: É despojado de suas vestes e crucificado.

Hora 19: Ora pelos que o crucificaram.

Hora 20: Entrega seu espírito ao Pai.

Hora 21: Morre.

Hora 22: É transpassado com a lança.

Hora 23: É despregado e entregue a sua Mãe.

Hora 24: É sepultado e deixado no sepulcro.

 

Ó Salvador do mundo, ó amante das almas, ó Senhor, o mais digno objeto de nosso amor, vós, por meio de vossa Paixão, viestes a conquistar os nossos corações, testemunhando-lhes o imenso afeto que lhes tendes, consumando uma redenção que a nós trouxe um mar de bênçãos e a vós um mar de penas e ignomínias. Foi por este motivo principalmente que instituístes o Santíssimo Sacramento do altar, para que nos lembrássemos continuamente de vossa Paixão, como diz SantoTomás: ut autem tanti beneficii jugis in nobis maneret memoria, corpus suum in cibum fidelibus dereliquit (Opuse. 57). E já antes dele disse São Paulo: Quotiescumque enim manducabais panem hunc… mortem Domini annunciabitis (1Cor 11,26). Como tais prodígios de amor já tendes conseguido que inúmeras almas santas, abrasadas nas chamas de vosso amor, renuncias¬sem a todos os bens da terra, para se dedicarem exclusivamente a amar tão somente a vós, amabilíssimo Senhor. Fazei, pois, ó meu Jesus, que eu me recorde sempre de vossa Paixão e que, apesar de miserável pecador, vencido finalmente por tantas finezas de vosso amor, me resolva a amar-vos e a dar-vos com o meu pobre amor algumas provas de gratidão pelo excessivo amor que vós, meu Deus e meu Salvador, me tendes demonstrado. Recordai-vos, ó Jesus meu, que eu sou uma daquelas vossas ovelhinhas, por cuja salvação viestes à terra sacrificar vossa vida divina. Eu sei que vós, depois de me terdes remido com vossa morte, não deixastes de me amar e ainda me consagrais o mesmo amor que tínheis ao morrer por mim na cruz. Não permitais que eu continue a viver ingrato para convosco, ó meu Deus, que tanto mereceis ser amado e tanto fizestes para ser de mim amado.

 

E vós, ó Santíssima Virgem Maria, que tivestes tão grande parte na Paixão de vosso Filho, impetrai-me pelos merecimentos de vossas dores a graça de experimentar um pouco daquela compaixão que sentistes na morte de Jesus e obtende-me uma centelha daquele amor, que constituiu o martírio de vosso coração tão compassivo.

 

Suplico-vos, Senhor Jesus Cristo, que a força de vosso amor, mais ardente que o fogo, e mais doce que o mel, absorva a minha alma, a fim de que eu morra por amor de vosso amor, ó vós que vos dignastes morrer por amor de meu amor. Amém.

 

Cap. 1 a 9

INTRODUÇÃO DO OPÚSCULO I

1. O amante das almas, nosso amantíssimo Redentor, declarou que não teve outro fim, vindo à terra e fazendo-se homem, que acender o fogo do santo amor nos corações dos homens.   “Eu vim trazer fogo à terra e que mais desejo senão que ele se acenda?” (Lc 12,49).   E, de fato, que belas...

CAPÍTULO I. DO AMOR DE JESUS CRISTO QUERENDO SATISFAZER A JUSTIÇA DIVINA POR NOSSOS PECADOS

  1. A história narra-nos um caso de um amor tão prodigioso que será a admiração de todos os séculos. Havia um rei, senhor de muitos reinos, que tinha um único filho, tão belo, tão santo, tão amável, que, sendo o encanto do seu pai, este o amava como a si mesmo. Ora, este príncipe se afeiçoou...

CAPÍTULO II. JESUS QUIS PADECER TANTO POR NÓS, PARA NOS FAZER COMPREENDER O GRANDE AMOR QUE NOS CONSAGRA

1. Duas coisas fazem conhecer um amigo, escreve Cícero: fazer- lhe bem e padecer por ele, e esta é a maior prova de um verdadeiro amor. Deus já tinha demonstrado seu amor ao homem, dispensando- lhe inúmeros benefícios, mas, segundo São Pedro Crisólogo, beneficiar unicamente ao homem parecer-lhe-ia...

CAPÍTULO III. JESUS POR NOSSO AMOR QUIS DESDE O PRINCÍPIO DE SUA VIDA SOFRER AS PENAS DE SUA PAIXÃO

1. Para fazer-se amar do homem foi que o Verbo divino veio ao mundo tomar a natureza humana. Veio com tão grande desejo de sofrer por nosso amor, que não quis perder um só momento em dar começo a seus tormentos, ao menos pela apreensão. Apenas concebido no ventre de Maria, já se representou em...

CAPÍTULO IV. DO GRANDE DESEJO QUE TEVE JESUS DE PADECER E MORRER POR NOSSO AMOR

1. Muito terna, amorosa e afetuosa foi aquele declaração que fez nosso Redentor quando veio à terra, afirmando que ele tinha vindo para acender nas almas o fogo do amor divino e que não tinha outro desejo senão ver acesa nos corações de todos os homens essa santa chama.   “Eu vim trazer fogo à...

CAPÍTULO V. DO AMOR QUE JESUS NOS MOSTROU, DEIXANDO-SE A SI MESMO EM COMIDA ANTES DE ENTREGAR-SE À MORTE

  1. Sabendo Jesus que era chegada a sua hora de passar deste mundo ao Pai, tendo amado os seus, amou-os até ao fim (Jo 13,1). Nosso amantíssimo Redentor, na última noite de sua vida, sabendo que já era chegado o tempo suspirado de morrer por amor dos homens, não teve ânimo de nos deixar sós...

CAPÍTULO VI. DO SUOR DE SANGUE E AGONIA DE JESUS NO HORTO

  1. Contemplai como o nosso amorosíssimo Salvador, chegando ao jardim de Getsêmani, quis dar começo à sua dolorosa paixão, permitindo que os sentimentos de temor, de tédio e de tristeza viessem afligi-lo com todas as suas conseqüência. Começou a ter pavor e angustiar-se e entristecer-se (Mt...

CAPÍTULO VII. DO AMOR DE JESUS EM SOFRER TANTOS DESPREZOS EM SUA PAIXÃO

  1. Diz Belarmino que os espíritos nobres sentem mais com os desprezos que com as dores do corpo, pois se estas afligem a carne, aqueles atormentam a alma, a qual, sendo mais nobre que o corpo, tanto mais sente as ofensas que lhe são feitas. Mas quem poderia imaginar que a personagem mais...

CAPÍTULO VIII. DA FLAGELAÇÃO DE JESUS CRISTO

  1. Entremos no pretório de Pilatos, convertido em horrendo teatro de ignomínias e dores de Jesus, e consideremos quanto foi injusto, ignominioso e cruel o suplício que aí sofreu o Salvador do mundo. Vendo Pilatos que os judeus continuavam a bradar contra Jesus, injustissimamente o condenou a...

CAPÍTULO IX. DA COROAÇÃO DE ESPINHOS

1. Continuando os soldados a flagelar cruelmente o inocente Cordeiro, conta-se que se adiantou um dos presentes e corajosamente disse-lhes: vós não tendes ordem de matar este homem, como o pretendeis. E assim dizendo cortou as cordas com que estava ligado o Senhor. Isto foi revelado a S. Brígida...

Cap. 10 a 15

CAPÍTULO X DO ECCE HOMO

  1. Pilatos, vendo o Redentor reduzido a um estado tão digno de toda a compaixão, pensou que a sua só vista comoveria os judeus e por isso, conduziu-o a uma varanda, levantou o farrapo de púrpura e, mostrando ao povo o corpo de Jesus coberto de chagas e dilacerado, disse-lhe: “Eis aqui o...

CAPÍTULO XI. DA CONDENAÇÃO DE JESUS CRISTO E SUA IDA AO CALVÁRIO

1. Continuava Pilatos a escusar-se perante os judeus que não podia condenar à morte aquele inocente. Estes, porém, o atemorizaram, dizendo: “Se soltares a este, não és amigo de César” (Jo 19,12). Cego pelo temor de perder as graças de César, esse juiz desgraçado, depois de ter reconhecido e...

CAPÍTULO XII DA CRUCIFIXÃO DE JESUS

  1. Eis-nos chegados à crucificação, ao último tormento que deu a morte a Jesus Cristo, eis-nos no Calvário, feito teatro do amor divino, onde um Deus deixa a vida num mar de dores. “E depois de chegados ao lugar chamado Calvário, aí o crucificaram” (Lc 23,33). Tendo o Senhor chegado com...

CAPÍTULO XIII. DAS ÚLTIMAS PALAVRAS DE JESUS NA CRUZ E DE SUA MORTE

  1. Diz S. Lourenço Justiniano que a morte de Jesus foi a mais amarga e dolorosa dentre todas as mortes dos homens, porque o Redentor morreu na cruz sem o mínimo alívio. Nas pessoas que sofrem, a pena é sempre mitigada por qualquer pensamento ao menos de consolação; mas a dor e a tristeza de...

CAPÍTULO XIV. DA ESPERANÇA QUE DEVEMOS TER NA MORTE DE JESUS

  1. Jesus é a única esperança de nossa salvação; fora dele não há salvação, em nenhum outro (At 4,12). Eu sou a única porta, disse ele, e quem entrar por mim encontrará certamente a vida eterna (Jo 10,9). Que pecador poderia esperar perdão se Jesus não tivesse satisfeito por nós a justiça...

CAPÍTULO XV. DO AMOR DO ETERNO PAI DANDO-NOS O SEU FILHO

  1. “Assim Deus amou o mundo que lhe deu seu Filho unigênito” (Jo 3,16). Três coisas devemos considerar nesta dádiva: quem é quem dá, que coisa e com que o amor no-la dá. É sabido que, quanto mais nobre o doador, tanto mais apreciável a dádiva; se alguém recebe uma flor de um monarca,...

CAPÍTULO XVI. DO AMOR DO FILHO DE DEUS EM QUERER MORRER POR NÓS

  1. “Eis aí o teu tempo, o tempo dos que amam… e te tornaste extremamente bela” (Ez 16, 8, 13). Quanto nós, os cristãos, somos devedores ao Senhor, por nos fazer nascer depois da vinda de Jesus Cristo! Nosso tempo não é mais o tempo do temor, como era o dos Hebreus, mas é o tempo do amor,...

Capítulo Único em baixo:

OPÚSCULO II. SETAS DE FOGO OU PROVAS QUE JESUS CRISTO NOS DEU DE SEU AMOR NA OBRA DA REDENÇÃO

  Quem considera o amor imenso que Jesus Cristo nos demonstrou na sua vida e particularmente na sua morte, sofrendo tantos tormentos por nossa salvação, não poderá deixar de sentir-se ferido e obrigado a amar um Deus tão apaixonado por nossas almas. São Boaventura diz que as chagas de nosso...

Cap. 1 a 8

AVISO AO LEITOR ACERCA DO OPÚSCULO III

  Eu te prometi, benévolo leitor, no meu livro das Glórias de Maria, um outro livro sobre o Amor a Jesus Cristo. Em razão de minhas enfermidades, meu diretor não me permitiu escrevê-lo. Foi-me apenas concedida a licença de publicar estas sucintas reflexões sobre a paixão, nas quais, contudo,...

INTRODUÇÃO DO OPÚSCULO III

  Diz Santo Agostinho não haver coisa mais útil para conseguir a salvação eterna do que pensar todos os dias nos tormentos que Jesus sofreu por nosso amor (Ad Frat. in er. serm. 32). E já Orígenes tinha escrito que o pecado não poderia certamente imperar na alma que meditasse continuamente na...

CAPÍTULO I. JESUS ENTRA EM JERUSALÉM

  “Eis que teu rei vem a ti cheio de mansidão, montado sobre uma jumenta e um jumentinho, filho da que tem jugo” (Mt 21,5).   Nosso Redentor, avizinhando-se o tempo de sua paixão, parte de Betânia para entrar em Jerusalém. Que humildade de Jesus Cristo em querer entrar nessa cidade...

CAPÍTULO II. O CONSELHO DOS JUÍZES E A TRAIÇÃO DE JUDAS

  “Reuniram-se os pontífices e os fariseus em conselho e diziam: Que faremos nós? porque este homem faz muitos milagres” (Jo 11,47).   Eis como no mesmo tempo em que Jesus se empenhava em conceder graças e fazer milagres em benefício dos homens, as primeiras personagens da cidade se...

CAPÍTULO III. ÚLTIMA CEIA DE JESUS CRISTO COM SEUS DISCÍPULOS

  “Sabendo Jesus que era chegada a sua hora para passar deste mundo ao Pai, tendo amado os seus amou-os até ao fim” (Jo 13,1).   Sabendo Jesus que estava perto de sua morte, devendo abandonar este mundo, tendo até então amado demais os homens, quis então dar-lhes as últimas e maiores...

CAPÍTULO IV. DA INSTITUIÇÃO DO SANTÍSSIMO SACRAMENTO

“Enquanto estavam ceando, tomou Jesus o pão, benzeu-o e partiu-o e deu-o a seus discípulos, dizendo: Recebei e comei: isto é o meu corpo” (Mt 26,26).   Depois do lava-pés, ato de tão grande humildade, cuja prática Jesus recomendou aos discípulos, retomou as suas vestes e sentando-se novamente...

CAPÍTULO V. JESUS ORA NO HORTO E SUA SANGUE

  “E tendo dito o hino, saíram para o monte das Oliveiras… Então Jesus foi com eles a uma granja chamada Getsêmani” (Mt 26,30).   Tendo feito a ação de graças depois da ceia, Jesus deixa o cenáculo com seus discípulos, entra no horto de Getsêmani e se põe a orar; mal, porém, começa a orar...

CAPÍTULO VI. JESUS É PRESO E AMARRADO

“Levantai-vos, vamos: eis que já está perto quem me há de trair” (Mc 14,42).   Sabendo o Redentor que Judas juntamente com os judeus e soldados que o vinham prender já estavam perto, levanta-se ainda banhado no suor da morte, e com o rosto pálido mas com o coração tão inflamado em amor, vai ao...

CAPÍTULO VII. JESUS É CONDUZIDO A PILATOS E DAÍ A HERODES, SENDO-LHE BARRABÁS PREFERIDO

  “Chegada a manhã, entraram em conselho contra Jesus para entregá-lo à morte, e preso o conduziram e entregaram ao governador Pôncio Pilatos” (Mt 27,1-2).   Pilatos, depois de muita interrogações, feitas ora aos judeus ora ao Salvador, conhece que Jesus era inocente e que as acusações...

CAPÍTULO VIII. JESUS É FLAGELADO NUMA COLUNA

  “Pilatos então tomou Jesus e mandou açoitá-lo” (Jo 19,1).   Vendo Pilatos que os dois meios empregados para não condenar aquele inocente, isto é, remetê-lo a Herodes e apresentá-lo junto com Barrabás, não tinham dado resultado, escolhe um outro meio, o de castigá-lo e depois mandá-lo...

Cap. 9 a 15

CAPÍTULO IX. JESUS É COROADO DE ESPINHOS E TRATADO COMO REI DE TEATRO

  “Então os soldados do governador, conduzindo Jesus para o pretório, reuniram em torno dele toda a corte. E despindo-o cingiram-lhe um manto carmesim e tecendo uma coroa de espinhos lha puseram sobre a cabeça e na sua mão direita uma cana” (Mt 27,27-29).   Continuemos a considerar os...

CAPÍTULO X. PILATOS MOSTRA JESUS AO POVO, DIZENDO: ECCE HOMO!

  “Pilatos saiu para fora e disse-lhes: Ecce homo” (Jo 19,5).   Tendo sido Jesus novamente conduzido a Pilatos, depois de sua flagelação e coroação de espinhos, este, mirando-o e observando como estava dilacerado e desfigurado, persuadiu-se de que o povo se moveria à compaixão só com...

CAPÍTULO XI. JESUS É CONDENADO POR PILATOS

“Então ele lho entregou para que fosse crucificado” (Jo 19,16).   Pilatos, depois de tantas vezes ter declarado a inocência de Jesus, e então novamente lavando suas mãos e protestando que era inocente do sangue daquele justo, sendo os judeus responsáveis por sua morte: “Mandado vir água, lavou...

CAPÍTULO XII. JESUS LEVA A CRUZ AO CALVÁRIO

  Publicada a sentença, o povo infeliz explode num grito de júbilo e diz: Alegremo-nos, alegremo-nos. Jesus já foi condenado; não se perca tempo, apreste-se a cruz e que morra hoje mesmo, pois que amanhã é páscoa. E imediatamente o tomam, tiram-lhe aquele farrapo de púrpura, restituem-lhe suas...

CAPÍTULO XIII. JESUS É CRUCIFICADO

  Apenas chegou Jesus ao Calvário, consumido de dores e desfalecido, dão-lhe a beber vinho misturado com fel, o que se costumava dar aos condenados à cruz para mitigar-lhes um pouco o sentimento de dor. Jesus, que queria morrer sem alívio, apenas o provou, mas não bebeu:   “E deram-lhe a...

CAPÍTULO XIV. PALAVRAS DE JESUS NA CRUZ

  Jesus, porém, que faz, que diz, vendo-se o objeto de tantos ultrajes? Suplica por aqueles que assim o maltratam:   “Pai, perdoai-lhes, pois não sabem o que fazem” (Lc 23,34).   Jesus orou então também por nós, pecadores. Por isso, voltados para o Padre eterno, digamos com...

CAPÍTULO XV. MORTE DE JESUS

  Avizinha-se, porém, o fim da vida de nosso amável Redentor. Minha alma, contempla esses olhos que se obscurecem, essa bela face que empalidece, esse coração que palpita lentamente, esse sagrado corpo que vai se tornando presa de morte.   “Tendo, Jesus experimentado o vinagre, disse:...

Cap. 1 a 10

CAPÍTULO I. REFLEXÕES GERAIS SOBRE A PAIXÃO DE JESUS CRISTO

  MEU LIVRO   1. Quanto agrada a Jesus Cristo que nós nos lembremos continuamente de sua paixão e da morte ignominiosa que por nós sofreu, muito bem se deduz de haver ele instituído o Santíssimo Sacramento do altar com o fito de conservar sempre viva em nós a memória do amor que nos...

CAPÍTULO II. REFLEXÕES PARTICULARES SOBRE PADECIMENTOS DE JESUS CRISTO NA SUA MORTE

  O HOMEM DAS DORES   1. Vamos considerar as penas particulares que Jesus Cristo sofreu na sua paixão e que já há muitos séculos foram preditas pelos profetas, especialmente por Isaías no capítulo 53. Este profeta, como dizem Santo Ireneu, São Justino, São Cipriano, e outros falou tão...

CAPÍTULO III. REFLEXÕES SOBRE A FLAGELAÇÃO, A COROAÇÃO DE ESPINHOS E CRUCIFIXÃO DE JESUS CRISTO

  SOBRE A FLAGELAÇÃO   1. Escreve São Paulo a respeito de Jesus Cristo:   “Aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de escravo” (Fl 2,7).   São Bernardo acrescenta o seguinte a esse texto:   “Não só a tomou a forma e escravo, para viver sujeito, mas a de mau escravo para...

CAPÍTULO IV. REFLEXÕES SOBRE OS IMPROPÉRIOS FEITOS A JESUS CRISTO ENQUANTO PENDIA NA CRUZ

  POR TUA CAUSA SOFRO IMPROPÉRIOS   1. A soberba, como dissemos, foi a causa do pecado de Adão e, por conseguinte, a ruína do gênero humano; por isso veio Jesus Cristo e quis reparar esse desastre com sua humildade, não desdenhando abraçar a confusão de todos os opróbrios que lhe...

CAPÍTULO V. REFLEXÕES SOBRE AS PALAVRAS DE JESUS NA CRUZ

  Primeira palavra: “Pai, perdoai-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lc 23,34).   1. Ó ternura do amor de Jesus Cristo para com os homens! Diz Santo Agostinho que o Salvador, na mesma hora em que recebia injúrias de seus inimigos, procurava-lhes o perdão: não atendia tanto às injúrias...

CAPÍTULO VI. REFLEXÕES SOBRE A MORTE DE JESUS CRISTO E A NOSSA

  A MORTE DE JESUS É NOSSA VIDA   1. Escreve São João que nosso Redentor, antes de expirar, inclinou a cabeça:   “E tendo inclinado a cabeça, entregou seu espírito” (Jo 19,30).   Inclinou a cabeça para significar que aceitava a morte, com plena submissão, das mãos de seu Pai, a...

CAPÍTULO VII. REFLEXÕES SOBRE OS PRODÍGIOS HAVIDOS NA MORTE DE JESUS CRISTO

AS TREVAS   1. Conta-se que São Dionísio Areopagita, estando em Heliópolis, no Egito, exclamou na hora da morte de Jesus:   “Ou o autor da natureza, Deus, está sofrendo ou então é a máquina do mundo que se desfaz” (Corn. a Lápide in Mt c. 27 v. 45).   Miguel Sincelo e Suida escrevem...

CAPÍTULO VIII. DO AMOR QUE JESUS CRISTO NOS DEMONSTROU NA SUA PAIXÃO

  ASSIM AMOU DEUS O MUNDO   1. São Francisco de Sales chama o monte Calvário o monte dos amantes e diz que o amor que nasce da paixão é fraco, dando com isso a entender que a paixão de Jesus Cristo é o incentivo mais forte para nos mover e inflamar a amar o nosso Salvador. Para que...

CAPÍTULO IX. DA GRATIDÃO QUE DEVEMOS A JESUS CRISTO POR SUA PAIXÃO

  O AMOR DE CRISTO NOS CONSTRANGE   1. Diz Santo Agostinho que, tendo sido Jesus Cristo o primeiro a dar a vida por nós, obrigou-nos com isso a que demos a vida por ele (Trac. 46 in Jo). Escreve o santo:   “Conheceis qual é a mesa que contém o corpo e sangue de Cristo: o que dela se...

CAPÍTULO X. TODAS AS NOSSAS ESPERANÇAS DEVEM SER POSTAS NOS MERECIMENTOS DE JESUS CRISTO

  SÓ NELE HÁ SALVAÇÃO   1. “Não há salvação em nenhum outro” (At 4,12). São Pedro diz que toda a nossa salvação está em Jesus Cristo, que por meio de sua cruz, na qual sacrificou por nós sua vida, nos abriu o caminho da esperança de recebermos todos os bens de Deus, se formos fiéis a seus...

Cap. 11

CAPÍTULO XI. DA PACIÊNCIA QUE DEVEMOS PRATICAR EM UNIÃO COM JESUS CRISTO, PARA ALCANÇAR A VIDA ETERNA

  O MISTÉRIO DA PACIÊNCIA   1. Falar de paciência e de sofrer é tratar de uma coisa que os amantes do mundo não praticam e nem sequer entendem. Só as almas que amam a Deus e compreendem e põem em prática. São João da Cruz dizia a Jesus Cristo:   “Senhor, eu nada mais vos preço que...

Meditação 1 a 10

MEDITAÇÃO I. PARA O SÁBADO DA PAIXÃO. JESUS ENTRA TRIUNFANTE EM JERUSALÉM

  Meditação I. Para o Sábado da Paixão    1. Avizinhando-se o tempo de sua Paixão, nosso Redentor deixa Betânia para se dirigir a Jerusalém. Achando-se perto dessa ingrata cidade, Jesus a contempla e chora. “Vendo a cidade, chorou sobre ela”. Chora, prevendo sua ruína em conseqüência...

MEDITAÇÃO II. PARA O DOMINGO DA PAIXÃO. JESUS ORA NO HORTO

  1. Sabendo Jesus que era chegada a hora de sua paixão, depois de haver lavado os pés de seus discípulos e instituído o Santíssimo Sacramento do Altar, no qual se nos deixou todo a si mesmo, se dirige ao horto de Getsêmani, onde seus inimigos iriam procurá-lo para o prender, como já era de...

MEDITAÇÃO III. PARA A SEGUNDA-FEIRA DA PAIXÃO. JESUS É PRESO E CONDUZIDO A CAIFÁS

  1. Tendo o Senhor conhecimento de que os judeus que vinham prendê-lo já estavam perto, levanta-se e vai ao seu encontro: sem nenhuma resistência deixa-se prender e amarrar: “prenderam a Jesus e o amarraram” (Jo 18,12). Que assombro! Um Deus preso como um malfeitor por suas criaturas! Minha...

MEDITAÇÃO IV. PARA A TERÇA-FEIRA DA PAIXÃO. JESUS É CONDUZIDO A PILATOS E A HERODES E POSPOSTO A BARRABÁS

  1. Chegada a manhã, conduzem Jesus a Pilatos, para que o condene à morte. Pilatos, porém, descobre que Jesus é inocente e por isso diz aos judeus que não encontrava motivo para condená-lo. Como, porém, os vê obstinados em querer a sua morte, o remete ao tribunal de Herodes. Este, tendo...

MEDITAÇÃO V. PARA A QUARTA-FEIRA DA PAIXÃO. JESUS É FLAGELADO E PRESO A UMA COLUNA

  1. “Então Pilatos tomou a Jesus e mandou flagelá-lo” (Jo 19,1). Ó juiz injusto, tu o declaraste inocente e em seguida o condenas a um castigo tão cruel como vergonhoso? Contempla, minha alma, como, depois dessa ordem iníqua, os carrascos se apoderam do Cordeiro divino, conduzem-no ao...

MEDITAÇÃO VI. PARA A QUINTA-FEIRA DA PAIXÃO. JESUS É COROADO DE ESPINHOS E TRATADO COMO REI DE ESCÁRNIO

  1. Depois de terem os soldados flagelado a Jesus Cristo, reuniram-se todos no pretório e, despojando-o novamente de suas vestes, para escarnecer dele o torná-lo um rei de comédia, puseram-lhe sobre os ombros um manto velho de cor vermelha, para representar a púrpura real, e na mão uma cana...

MEDITAÇÃO VII. PARA A SEXTA-FEIRA DA PAIXÃO. PILATOS MOSTRA JESUS AO POVO, DIZENDO: “ECCE HOMO”

  1. Tendo sido Jesus conduzido novamente à presença de Pilatos, este, vendo-o todo dilacerado e deformado pelos açoites e espinhos, julgou poder excitar a compaixão do povo, mostrando-lhe Jesus. Por isso, saiu para fora, até ao pórtico ou alpendre, levando consigo Jesus, e disse: Eis aqui o...

MEDITAÇÃO VIII. PARA O SÁBADO DA PAIXÃO. JESUS É CONDENADO POR PILATOS

  1. Pilatos, depois de haver tantas vezes declarado a inocência de Jesus, mais uma vez a proclama, protestando ser ele inocente do sangue daquele justo (Mt 27,24), e contudo pronunciou a sentença e o condenou à morte. Oh! injustiça nunca vista no mundo! Ao mesmo tempo que o juiz declara...

MEDITAÇÃO IX. PARA O DOMINGO DE RAMOS. JESUS LEVA A CRUZ AO CALVÁRIO

  1. Publicada a sentença contra nosso Salvador, apoderam-se imediatamente dele com fúria. Arrancam-lhe novamente aquele trapo de púrpura e o revestem com suas vestes, para ser crucificado sobre o Calvário, lugar destinado para a morte dos malfeitores.   “Despiram-lhe a clâmide e o...

MEDITAÇÃO X. PARA A SEGUNDA-FEIRA SANTA. JESUS É PREGADO NA CRUZ

  1. Apenas chegou o Redentor ao Calvário, triturado de dores e fatigado, arrancam-lhe as vestes já pegadas às suas carnes dilaceradas e arremessam-no sobre a cruz. Jesus estende seus sagrados braços e oferece ao mesmo tempo ao eterno Pai o sacrifício de sua vida, rogando-lhe que o aceite pela...

Meditação 11 a 15

MEDITAÇÃO XI. PARA A TERÇA-FEIRA SANTA. JESUS NA CRUZ

  1. Jesus na cruz. Eis a prova do amor de um Deus. Eis a última aparição que o Verbo encarnado fez sobre a terra; aparição de dor, mais ainda de amor. São Francisco de Paula, contemplando um dia o amor divino na pessoa de Jesus crucificado e entrando em êxtase, exclamou três vezes: “Ó Deus...

MEDITAÇÃO XII. PARA A QUARTA-FEIRA SANTA. PALAVRAS DE JESUS NA CRUZ

  1. Enquanto Jesus é ultrajado na cruz por aquela gente bárbara, ele suplica por eles e diz:   “Meu Pai, perdoai-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lc 23,34).   Ó Pai eterno, ouvi vosso Filho bem amado, que, morrendo, vos roga que me perdoeis também a mim, que tantas vezes vos...

MEDITAÇÃO XIII. PARA A QUINTA-FEIRA SANTA. JESUS MORRE NA CRUZ

  1. Eis que o Salvador está prestes a morrer. Contempla, minha alma, aqueles belos olhos que se obscurecem, aquela face já pálida, aquele coração que palpita lentamente, aquele sagrado corpo que já se entrega à morte. Tendo Jesus experimentado o vinagre disse: “Tudo está consumado” (Jo...

MEDITAÇÃO XIV. PARA A SEXTA-FEIRA SANTA. JESUS MORTO PENDENTE DA CRUZ

  1. Minha alma, levanta os olhos e contempla aquele crucificado. Contempla o Cordeiro divino já sacrificado sobre o altar da dor. Reflete que ele é o Filho dileto do eterno Pai e que morreu pelo amor que te consagrou. Vê como tem os braços estendidos para abraçar-te, a cabeça inclinada para...

MEDITAÇÃO XV. PARA O SÁBADO SANTO. MARIA ASSISTE À MORTE DE JESUS NA CRUZ

  1. “Estava, porém, junto à cruz de Jesus sua Mãe” (Jo 19,25). Consideremos nesta rainha dos mártires uma espécie de martírio mais cruel que todo outro martírio, uma mãe vendo morrer um filho inocente, justiçado num patíbulo infame: “Estava em pé”. Desde a hora em que Jesus foi preso no...

Meditação 1 a 8

MEDITAÇÃO I. A PAIXÃO DE JESUS CRISTO É A NOSSA CONSOLAÇÃO

Quem poderá consolar-nos mais neste vale de lágrimas do que Jesus crucificado? Nos remorsos de consciência que nos causa a recordação de nossos pecados, o que é que pode unicamente acalmar as aflições que então experimentamos senão o saber que Jesus Cristo quis entregar-se a si mesmo à morte para...

MEDITAÇÃO II. QUÃO GRANDE É A OBRIGAÇÃO QUE TEMOS DE AMAR JESUS CRISTO

  “Não te esqueças nunca da graça que te fez o que ficou por teu fiador, porque ele expôs a sua alma por ti” (Eclo 29,20).   Comumente entendem os intérpretes por tal fiador a Jesus Cristo, que, vendo-nos incapazes de satisfazer a justiça divina por nossos pecados, se ofereceu...

MEDITAÇÃO III. JESUS, O HOMEM DAS DORES

Assim o profeta Isaías descreve nosso Redentor. Salviano, considerando os padecimentos de Jesus Cristo, escreve:   “Ó amor, não sei como hei de chamar-te, se doce, se cruel, pois pareces ser ambas as coisas”.   Ó amor de meu Jesus, não sei como hei de apelar-te: mui doce vos mostrastes...

MEDITAÇÃO IV. JESUS TRATADO COMO ÚLTIMO DOS HOMENS

  “Nós o vimos… desprezado e como o último dos homens, como o homem das dores” (Is 53,2).   Foi uma vez vista na terra este grande portento: o Filho de Deus, o rei do céu, o senhor do universo, desprezado como o mais vil de todos os homens. Diz Santo Anselmo que Jesus Cristo na terra quis...

MEDITAÇÃO V. VIDA DESOLADA DE JESUS CRISTO

  A vida de nosso amante Redentor foi toda desolada e privada de todo o conforto. Sua vida foi aquele grande mar inteiramente amargo sem nenhuma gota de doçura ou consolação:   “Grande como o mar é a tua dor” (Lm 2,13).   O Senhor revelou um dia a Santa Margarida de Cortona que...

MEDITAÇÃO VI. IGNOMÍNIAS QUE JESUS SOFREU NA SUA PAIXÃO

  As maiores ignomínias que Jesus sofreu foram as que suportou na sua morte. Primeiramente sofreu a ignomínia de ver-se abandonado por seus amados discípulos, dos quais um o traiu, outro o renegou, e todos eles fugiram e abandonaram Jesus, quando ele foi preso (Mc 14,50). Depois, foi...

MEDITAÇÃO VII. JESUS NA CRUZ

  Jesus na cruz! Que espetáculo para os anjos do paraíso, ver um Deus crucificado. E que impressão nos deve causar o rei do céu pendente de um patíbulo, coberto de chagas, desprezado e amaldiçoado por todos, agonizando e morrendo de dores sem nenhum alívio.   Ó Deus, por que é que assim...

MEDITAÇÃO VIII. JESUS MORTO NA CRUZ

  Cristão, levanta os olhos, e contempla Jesus morto sobre aquele patíbulo com o corpo cheio de chagas que ainda correm sangue. A fé ensina que ele é teu Criador, teu Salvador, a tua vida, teu libertador, aquele que mais te ama que qualquer outro e o único que pode fazer- te feliz. Sim, meu...

Meditações para cada dia da semana

MEDITAÇÃO PARA O DOMINGO. DO AMOR DE JESUS EM PADECER POR NÓS

  1. O tempo depois da vinda de Jesus Cristo não é mais tempo de temor, mas de amor, como predisse o profeta: “O teu tempo, o tempo dos que amam” (Ez 16,8), já que um Deus veio para morrer por nós: ‘‘Cristo nos amou e se entregou a si mesmo por nós” (Ef 5,2). Na lei antiga, antes de o Verbo se...

MEDITAÇÃO PARA A SEGUNDA-FEIRA. DO SUOR DE SANGUE E AGONIA DE JESUS NO HORTO

  1. Nosso amante Redentor, aproximando-se a hora da morte, dirigiu-se ao horto de Getsêmani, onde ele mesmo iniciou a sua doloríssima paixão, permitindo ao temor, ao tédio e à tristeza que viessem atormentá-lo (Mc 14,33; Mt 26,37). Começou, pois, a sentir um grande pavor e tédio da morte e...

MEDITAÇÃO PARA A TERÇA-FEIRA. DA PRISÃO E APRESENTAÇÃO DE JESUS AOS JUDEUS

  1. Judas entra no horto e, entregando com um beijo o seu Mestre, caem sobre Jesus aqueles insolentes ministros e o encadeiam como a um celerado (Jo 18,12). Um Deus preso? E por quê? E por quem? Por suas próprias criaturas. Que dizeis, ó anjos do céu? E vós, ó meu Jesus, por que vos deixais...

MEDITAÇÃO PARA A QUARTA-FEIRA. DA FLAGELAÇÃO DE JESUS CRISTO

  1. Vendo Pilatos que os judeus não deixavam de exigir a morte de Jesus, condenou-o aos flagelos.   “Então Pilatos se apoderou de Jesus e mandou açoitá-lo” (Jo 19,1).   Julgou o juiz injusto que com isso acalmaria seus inimigos. Esta saída teve um resultado sumamente doloroso para...

MEDITAÇÃO PARA A QUINTA-FEIRA. DA COROAÇÃO DE ESPINHOS E DAS PALAVRAS “ECCE HOMO”

  1. Não contentes com a horrenda dilaceração feita no sacrossanto corpo de Jesus com a flagelação, os carnífices, instigados pelo demônio, e pelos judeus, querendo tratá-lo como rei de teatro, cobrem-lhe os ombros com um trapo de cor vermelha, para simbolizar o manto real, e colocam-lhe na...

MEDITAÇÃO PARA A SEXTA-FEIRA. DA CONDENAÇÃO DE JESUS E SUBIDA AO CALVÁRIO

  1. Pilatos, com medo de perder as boas graças de César, depois de haver declarado tantas vezes a inocência de Jesus, condenou-o finalmente a morrer crucificado. Ó meu inocentíssimo Salvador, que delito cometestes para serdes condenado à morte? pergunta São Bernardo, e responde: O vosso...

MEDITAÇÃO PARA O SÁBADO. DA CRUCIFIXÃO E MORTE DE JESUS

  1. Eis aí o Calvário, feito teatro do amor divino, onde um Deus morre por nós num mar de dores. Tendo Jesus aí chegado, arrancam- lhe do corpo, com violência, as vestes pegadas às suas carnes dilaceradas e o lançam sobre a cruz. O Cordeiro divino se estende sobre esse leito de morte,...

Capitulo único

PODER QUE TEM A PAIXÃO DE JESUS CRISTO PARA ACENDER O AMOR DIVINO EM NOSSOS CORAÇÕES

  O Pe. Baltasar Álvarez, um grande servo de Deus, dizia que não devemos pensar ter feito algum progresso no caminho de Deus, se ainda não chegamos a ter sempre no coração a Jesus crucificado. São Francisco de Sales escreve que o amor que não nasce da paixão é fraco. E é mesmo, porque não dá...