Os próprios textos provam este asserto: o maçom jura não revelar os segredos que lhe «vão ser confiados». Que segredos? Ele não o sabe! As gravíssimas e por vezes ridículas medidas de precaução no cerimonial maçônico, prescritas pelos vários rituais, as tremendas ameaças de castigo e vingança em caso de traição e perjúrio, o ambiente de punhais, espadas e sinais de morte, tudo isso está a indicar que as resoluções a serem tomadas em semelhantes reuniões secretas não são de caráter puramente beneficente ou filantrópico. Quem pretende praticar apenas o bem e a virtude, mesmo discretamente, não tem necessidade de ocultar-se tanto, não precisa temer a luz do dia, não liga seus compromissos de ação a horrorosos juramentos, não ameaça com morte e perseguição em caso de traição.
A loja maçônica é o ambiente natural de antros de conjuração e conspiração, de maquinações e de tramas. Atrás do frontispício maçônico deve haver alguma outra coisa, além das anunciadas práticas de virtude e beneficência. E esta «outra coisa», eis o grande segredo da Maçonaria, desconhecido ao próprio maçom na hora do juramento. É ilusório e ridículo dizer que os segredos da Maçonaria estão nos sinais e toques de reconhecimento, na palavra sagrada e semestral e nas provas e cerimônias do rito de iniciação, etc. Pois os rituais maçônicos, com seus «mistérios» e «segredos», podem ser encontrados até em bibliotecas públicas! Tudo isso ainda não é o segredo; tudo isso, pelo contrário, são apenas meios para encobrir «o grande segredo».
E este tão falado segredo, já não temos dúvidas a este respeito, é pura e simplesmente o seguinte: são as deliberações, resoluções e decisões planejadas e urdidas nas reuniões secretas das Lojas, dos Capítulos, dos Areópagos, dos Supremos Conselhos e dos Congressos Maçônicos. Quando se reúnem maçons, de qualquer grau e em qualquer tipo de loja, a fim de deliberar sobre medidas a serem adotadas para impedir a ação da Igreja, ou para modificar os rumos da vida pública ou política, é então que estamos diante do verdadeiro «segredo da Maçonaria». Para semelhantes conventículos, sim, compreendem-se perfeitamente as severíssimas medidas de precaução e de defesa.
E para a pronta, e obediente execução de seus planos, eles dispõem de um enorme exército de maçons muitas vezes inocentes, mas que se comprometeram, sob pena de castigo e perseguição sem tréguas, a executar sem discussão nem sofismas as ordens que irão receber. Assim, por exemplo, o art. 19, § 11, da Lei Penal Maçônica, atualmente vigente no Brasil, considera delito coletivo, a ser punido com a sumária eliminação ou supressão da loja:
«O sofisma ou tergiversação no cumprimento das deliberações dos corpos superiores»
Quando se filia a uma loja, o maçom deve jurar o seguinte:
«Juro e prometo, pela minha fé e pela minha honra, cumprir as resoluções dos poderes competentes e as deliberações desta Augusta Loja»…