Resta-me falar sobre os sinais reveladores de que alguém atingiu o amor perfeito. Pois bem, o sinal é o mesmo que aconteceu aos apóstolos, após terem recebido o Espírito Santo: saíram do Cenáculo pregando a mensagem do meu Filho. Já não temiam os sofrimento, gloriavam-se até de padecer, não se preocupavam ao enfrentar os tiranos deste mundo, dizendo-lhes a verdade e promovendo a minha glória e louvor.
Quando uma pessoa entra para a vigília do autoconhecimento, segundo a maneira que expliquei, retorno a ela com a chama do meu amor. Durante essa amorosa vigília, ela adquire as virtudes na perseverança; participa do meu poder e domina a própria sensualidade; participa da sabedoria do Filho, que lhe permite conhecer a verdade, a falácia das consolações, a maldade enganadora do demônio. Tudo isto a faz superar a imperfeição e aderir ao amor perfeito, participando do próprio Espírito Santo, que é o Amor. Sua vontade é fortalecida para suportar os sofrimentos, com a coragem de sair de si mesma em meu nome e trabalhar em favor do próximo. No apostolado, tal pessoa não abandona a cela do autoconhecimento. Suas virtudes se exteriorizam por diversas formas, reversando-se sobre o próximo necessitado. O temor que retinha os imperfeitos, o medo de perder as consolações sensíveis desaparecem. Ao atingir o perfeito amor, o homem sai de si mesmo, abandona o próprio modo egoísta de viver.
Tal atividade faz passar ao quarto estado. Do terceiro estado - que é o perfeito e no qual a pessoa saboreia e pratica a caridade fraterna - passa ao último, o da perfeita união. Estes dois estados - o terceiro e o quarto - estão intimamente unidos entre si; um não existe sem o outro, tal como acontece com o amor pelo próximo e o amor por mim. É quanto vou demonstrar, falando do terceiro estado.