TERCEIRO CADERNO DO DIÁRIO DE SANTA FAUSTINA

TERCEIRO CADERNO DO DIÁRIO DE SANTA FAUSTINA

SOR FAUSTINA DO SANTÍSSIMO SACRAMENTO

CONGREGAÇÃO DAS IRMÃS DA MÃE DE DEUS DA

MISERICÓRDIA

 

Cantarei a Misericórdia do Senhor

 

CADERNO III

 

JMJ

 

1001. Dou-Te graças, oh Senhor, meu Mestre,

Por me teres transformado toda em Ti

E porque me acompanhas através das adversidades da vida

Não temo nada quando estás no meu coração.

JMJ

 

1002. A ceia do Senhor está servida,

Jesus senta-se à mesa com os Apóstolos,

Todo o Seu Ser está transformado em amor,

Porque tal foi o conselho da Santíssima Trindade.

Desejo fervorosamente cear convosco,

Antes de sofrer mortalmente,

Para, ao partir, só o Teu amor me deter.

Derrama o Seu sangue, dá a vida porque ama imensamente.

O amor oculta-se sob a aparência do pão,

Vai-Se, para ficar connosco.

Não era necessário tal aniquilamento,

Mas o amor ardente O ocultou sob estas espécies.

Sobre o pão e o vinho disse estas palavras:

Isto é o Meu Sangue, isto é o Meu Corpo.

Apesar de serem misteriosas, são palavras de amor.

E passou o cálice aos seus discípulos.

Estremeceu Jesus dentro de Si Mesmo

E disse: um de vós atraiçoará o seu Mestre.

Calaram-se, um silêncio profundo,

E João inclinou a cabeça sobre o Seu peito.

A ceia está terminada,

Vamos ao Getsemani,

O amor está saciado,

E ali já está esperando o traidor.

 

JMJ

 

1003. Oh, vontade de Deus, tu és o meu alimento, tu és o meu deleite.

Anticipa, oh Senhor, a Festa da Misericórdia para que as almas conheçam o

manancial da Tua bondade.

Deus e as almas

Ir. Faustina do Santíssimo Sacramento

 

1004. Cracóvia, 1 III 1937

Oh vontade de Deus omnipotente,

Tu és o meu deleite, tu és a minha alegria,

Qualquer coisa que me dê o meu Senhor, como presente,

A aceitarei com alegria, submissão e amor.

A Tua santa vontade, é a minha quietude,

Nela se encerra toda a minha santidade,

E toda a minha salvação eterna,

Já que cumprir a vontade de Deus é a maior glória.

A vontade de Deus são os Seus distintos desejos,

A minha alma os cumpre sem reserva,

Porque estas são as Suas divinas motivações

Nos momentos em que Deus concede as Suas confidências.

Senhor, faz de mim o que Te agrade,

Não Te ponho nenhum impedimento nem restrição,

Porque Tu és todo o meu deleite e o amor da minha alma,

E eu, igualmente, derramo diante de Ti a torrente das minhas confidências.

JMJ Cracóvia 1 III 1937

 

Terceiro Caderno

 

1005. Deus e as almas

Glória e adoração à Divina Misericórdia se eleve de cada criatura por

todos os séculos dos séculos.

 

1006. Oh meu Senhor e meu Deus, fazes-me escrever as graças que me

concedes. Oh meu Jesus, se não fosse por uma ordem clara dos confessores

de descrever tudo o que sucede na minha alma, eu por mim mesma

não escreveria uma só palavra. E se escrevo sobre mim, é por uma ordem

clara da santa obediência.

 

1007. Glória e honra a Ti, oh Santíssima Trindade, Deus eterno; que a

Misericórdia que brota das Tuas entranhas nos proteja da Tua justa ira. Que

se eleve o louvor à Tua inconcebível Misericórdia; em todas as Tuas obras

está o selo da Tua insondável Misericórdia, oh Deus.

 

1008. 1 III 1937. O Senhor fez-me saber quanto lhe desagrada uma alma

que fala muito. Em tal alma não encontro descanso. O ruído contínuo

cansa-Me e nesse ruído a alma não distingue a Minha voz.

 

1009. Hoje pedi ao Senhor Jesus que possa ver certa pessoa e isto seria

para mim um sinal de que o Senhor a chama a este convento [que há-de

fundar-se]. Estive com ela e compreendi que aquela querida alma tem

vocação e pedi ao Senhor que Ele Mesmo se digne formar a sua alma. Falei

com ela da vocação muitas vezes e outras o fará o Senhor.

 

1010. 5 III 1937. Hoje senti no meu corpo a Paixão do Senhor durante

bastante tempo; é uma grande dor, mas tudo pelas almas imortais.

 

1010. Hoje visitou-me o Senhor Jesus e estreitou-me ao Seu Coração e

disse: Descansa, Minha filha. Eu estou sempre contigo.

 

1012. 8 III 1937. Hoje, enquanto rezava por intenção do padre Andrasz,

de repente conheci como são íntimas as relações dessa alma com Deus, e o

agradável que ela é ao Senhor; alegrei-me enormemente, porque desejo

muitíssimo que todas as almas estejam unidas a Deus o mais estreitamente

possível.

 

1013. Enquanto rezava hoje, apossou-se da minha alma um desejo tão

grande de pôr-me à obra que não consegui refrear esse entusiasmo. Oh, com

que ardor desejo que as almas desta Congregação se apresentem diante do

trono de Deus e impetrem continuamente a Divina Misericórdia pelo

mundo inteiro, adorando e louvando esta inconcebível Misericórdia de

Deus. Uma força misteriosa me impele à acção.

 

1014. 12 III 1937. Vi a grande fadiga de certo sacerdote a quem o

Senhor traçou um caminho difícil e duro, mas são vivos os frutos do seu

trabalho. Oxalá Deus nos dê muitas almas como esta, que saibam amar

Deus mesmo entre os maiores tormentos.

 

1015. Hoje senti quanto desejava orações certa alma agonizante. Rezei

até sentir que já expirou.

Oh, quanta necessidade de preces têm as almas agonizantes. Oh Jesus,

inspira as almas a rezar frequentemente pelos agonizantes.

 

1016. 15 III 1937. Hoje entrei na amargura da Paixão do Senhor Jesus;

sofri só espiritualmente, conheci como é terrível o pecado. O Senhor

revelou-me toda a aversão ao pecado. Interiormente, no fundo da minha

alma, conheci o terrível que é o pecado, embora seja o mais pequeno, e o

muito que torturou a alma de Jesus. Preferiria padecer mil Infernos que

cometer ainda o mais pequeno pecado venial.

 

1017. O Senhor disse-me: Desejo dar-me às almas e enchê-las do Meu

amor, mas são poucas as almas que querem aceitar todas as graças que

o Meu amor lhes destinou. A Minha graça não se perde; se a alma para

a qual está destinada não a aceita, recebe-a outra alma.

 

1018. Sinto, muitas vezes, que certas pessoas rezam por mim; noto-o de

repente na minha alma, mas nem sempre sei quem é a pessoa que intercede

por mim; e sei também quando alguma pessoa tem um desgosto por

qualquer motivo que provém de mim; também isto o conheço dentro de

mim, embora suceda a grande distância.

 

1019. 18 III 1937. Recebi certa graça que me introduz numa estreita

familiaridade e união com o Senhor. O Senhor dá-ma a conhecer através de

uma luz interior, mostra-me a Sua grandeza e a Sua santidade, e com quanta

benevolência se inclina até mim; ensina-me o Seu amor por mim e que é o

Dono de tudo absolutamente, e disse-me como se dá a uma alma,

suspendendo todas as leis da natureza. Ele actua como quer.

 

1020. Estou compreendendo que os desposórios interiores da alma com

Deus são sem nenhuma manifestação exterior. É um puro acto interior da

alma com Deus. Esta graça atraíu-me para o ardor mesmo do amor de Deus,

conheci a Sua qualidade Trinitária e a absoluta Unidade do Seu Ser. Esta

graça difere das outras graças, é tão altamente espiritual que a minha

imprecisa descrição não consegue exprimir nem uma sombra dela.

 

1021. Tenho um grande desejo de esconder-me: quereria viver como se

não existisse em absoluto; sinto uma inclinação interior a esconder-me

profundamente de modo que me conheça somente o Coração de Jesus.

Desejo ser uma pequena, silenciosa morada de Jesus para que Ele possa

descansar nela. Não deixarei aproximar-se nenhuma coisa que possa

perturbar o meu Amado. Ocultando-me permite-me tratar contínua e

exclusivamente com o meu Amado. Relaciono-me com as criaturas só

quando isso agrade ao meu Amado. O meu coração amou o Senhor com

todo o poder do amor e não conhece outro amor, porque desde o princípio a

minha alma submergiu-se no Senhor como no seu único tesouro.

 

1022. Embora exteriormente tenha muitos sofrimentos e distintas

adversidades, no entanto isto não diminui a minha vida interior nem por um

momento, nem perturba o meu recolhimento interior. Não temo o momento

do abandono por parte das criaturas, porque embora me abandonassem

todos, não estaria só, porque o Senhor está comigo, e embora o Senhor

também se ocultasse, o amor o encontraria, porque para o amor não existem

nem portas nem guardas; nem sequer o lúcido Querubim com a espada de

fogo consegue deter o amor; este atravessa selvas e desertos, abre passo por

entre tempestades, raios e trevas e chega à fonte da qual saíu e ali ficará

pela eternidade. Tudo tem um fim, mas o amor, nunca.

 

1023. Hoje recebi laranjas; quando a irmã se foi embora, pensei: em vez

de mortificar-me e fazer penitências durante a Santa Quaresma, ¿comerei

laranjinhas? Até já estou um pouco melhor. De repente ouvi uma voz na

alma: Minha filha, agradas-Me mais se por obediência e por amor de

Mim comeres laranjas, do que se, por vontade própria, jejuasses e te

mortificasses. A alma que Me ama muito, deve, tem que viver da

Minha vontade. Eu conheço o teu coração, sei que não o satisfaz nada,

mas unicamente o Meu amor.

 

1024. Não saberia viver sem o Senhor; neste isolamento Jesus visita-me

muitas vezes, ensina-me, tranquiliza-me, repreende-me e admoesta-me. Ele

Próprio conforma o meu coração segundo os Seus desejos e a Sua divina

complacência, mas sempre cheio de Misericórdia e de bondade; os nossos

corações estão fundidos em um só.

 

1025. 19 III 1937. Hoje uni-me à adoração que se celebra em nossa casa,

no entanto a minha alma estava cheia de tormento e um estranho medo

trespassava o meu coração, por isso dupliquei as minhas preces. De repente

vi o olhar de Deus dirigido ao fundo do meu coração.

 

1026. Ao sentar-me para tomar um pequeno almoço muito saboroso,

disse ao Senhor: dou-Te graças por estes dons, no entanto o meu coração

agoniza por ansiar-Te e nada do que provém da Terra tem sabor para mim;

desejo o alimento do Teu amor.

 

1027. Hoje uma força misteriosa levou-me a agir, tive que resistir

a esse impulso, porque do contrário tomaria imediatamente esse caminho.

 

1028. 21 III 1937. Domingo de Ramos. Durante a Santa Missa a minha

alma foi submergida na amargura e nos sofrimentos de Jesus. Jesus fez-me

saber quanto tinha sofrido nesse cortejo triunfal. Os “Hossana” ressoavam

no Coração de Jesus com os “Crucifica-O”. Jesus fez-mo sentir de modo

especial.

 

1029. O médico não me permitiu ir à Paixão na capela, apesar de

que o desejava fervorosamente; mas rezei no meu próprio quarto. Então

ouvi a campainha do quarto contíguo, e entrei e atendi um doente grave. Ao

regressar ao meu quarto, logo vi o Senhor Jesus que me disse: Minha filha,

deste-Me a maior alegria fazendo-Me este favor do que se tivesses

rezado muito tempo. Respondi: Mas não Te atendi a Ti, oh meu Jesus, mas

a este doente. E o Senhor respondeu-me: Sim, Minha filha, qualquer coisa

que faças ao próximo a Mim o fazes.

 

1030. Oh meu Jesus, dá-me a sabedoria, dá-me uma inteligência grande

e iluminada pela Tua luz, somente para que Te conheça melhor, oh Senhor,

porque quanto melhor Te conheça, tanto mais fervorosamente Te amarei,

único objeto do meu amor. Em Ti afoga-se a minha alma, em Ti desfaz-se o

meu coração; não sei amar a meias, mas com todo o poder da minha alma e

com todo o ardor do meu coração. Tu Mesmo, oh Senhor, incendiaste o meu

amor por Ti, em Ti submergiu-se o meu coração pela eternidade.

 

1031. 22 III 1937. Hoje, enquanto falava com uma pessoa soube que a

sua alma sofria muito, embora exteriormente fingisse que não sofria nada e

que estava alegre. E senti a inspiração de lhe dizer que o que a atormentava

era uma tentação. Quando lhe revelei o que a atormentava, irrompeu em

pranto e disse que precisamente por isso tinha vindo falar comigo, porque

sentia que isso a aliviaria. O sofrimento consistia em que, por um lado, essa

alma era atraída pela graça de Deus, e por outro, pelo mundo. Sofria com

essa luta tremenda até romper a chorar como uma criança pequena; retirouse aliviada e em paz.

 

1032. Durante a Santa Missa vi o Senhor Jesus cravado na cruz, entre

grandes sofrimentos. Um silencioso gemido saía do Seu Coração; um

momento depois disse: Desejo, desejo a salvação das almas; ajuda-Me,

Minha filha, a salvar as almas. Une os teus sofrimentos à Minha Paixão

e oferece-os ao Pai Celestial pelos pecadores.

 

1033. Quando vejo que uma dificuldade ultrapassa as minhas forças, não

penso nela, nem a analiso, nem a disseco, mas, como uma criança, recorro

ao Coração de Jesus e digo-Lhe uma só palavra: Tu podes tudo. E calo-me,

porque sei que o Próprio Jesus intervém no assunto e eu, em vez de

atormentar-me, dedico esse tempo a amá-Lo.

 

1034. Segunda-feira Santa. Pedi ao Senhor que me permitisse participar

na Sua dolorosa Paixão, para que na alma e no corpo sentisse a Paixão no

grau em que uma criatura pode participar, a fim de que sinta toda a sua

amargura. E o Senhor respondeu-me que me daria essa graça na quintafeira, depois da Santa Comunhão, de modo especial.

 

1035. Esta noite estava a morrer um homem, ainda jovem, mas sofria

tremendamente. Comecei a rezar por ele esta coroinha que o Senhor me

ensinou. Rezei-a toda, no entanto a agonia prolongava-se. Queria começar a

Ladainha de Todos os Santos, mas de repente ouvi estas palavras: Reza

esta coroinha. Compreendi que essa alma necessitava muitas orações e

grande Misericórdia. Fechei-me no meu quarto e prostrei-me em cruz diante

de Deus, implorando Misericórdia para essa alma. Então senti a grande

Majestade de Deus e a grande justiça de Deus. Tremia de espanto, mas não

deixava de suplicar a Deus a Misericórdia para essa alma; tirei do peito a

pequena cruz, a cruz dos meus votos, coloquei-a no peito do

agonizante e disse ao Senhor: Jesus, olha para esta alma com o amor com

que olhaste o meu holocausto no dia dos votos perpétuos e em virtude da

promessa que fizeste para os agonizantes, a mim e a quem invoque a Tua

Misericórdia para eles. E deixou de sofrer e expirou sereno. Oh, quanto

deveriamos rezar pelos agonizantes; aproveitemos a Misericórdia enquanto

é o tempo da compaixão.

 

1036. Conheço cada vez melhor quanto necessita cada alma da Divina

Misericórdia durante toda a vida, mas especialmente na hora da morte. Esta

coroinha é para aplacar a ira divina, segundo me disse o próprio [Senhor].

 

1037. Vejo-me tão fraca que se não tivesse a Santa Comunhão, cairia

continuamente; uma só coisa me sustenta e é a Santa Comunhão. D'ela tiro

força, nela está a minha fortaleza. Temo a vida se algum dia não receber a

Santa Comunhão. Tenho medo de mim mesma. Jesus oculto na Hóstia é

tudo para mim. Do tabernáculo tiro força, poder, coragem, luz; é aí onde

procuro alívio nos momentos de sofrimento. Não saberia como glorificar a

Deus se não tivesse a Eucaristia no meu coração.

 

1038. Polónia, minha Pátria querida, oh se soubesses quantos sacrifícios

e quantas orações ofereço a Deus por ti. Mas presta atenção e rende glória a

Deus. Deus te enaltece e te trata de maneira especial, mas tens de ser

agradecida.

 

1039. Experimento uma terrível dor quando vejo os sofrimentos do

próximo. Todos as dores do próximo se repercutem no meu coração, levo

no meu coração as suas angústias de tal modo que até fisicamente me

esgotam. Quisera que todas as dores caissem sobre mim, para levar alívio

ao próximo.

 

1040. Em meio de tremendas tribulações olho-Te, oh Deus, e embora

uma tormenta se despenhe sobre a minha cabeça, sei que o sol não se apaga

nem tampouco me assustam as criaturas perversas e aceito com anticipação

todos os acontecimentos. A minha boca cala quando os ouvidos estão

saturados de escárnios.

Entre os maiores sofrimentos procuro o silêncio do meu coração e

protejo-me de qualquer ataque com o escudo do Teu nome.

 

1041. Um ardente desejo desta Festa inflama toda a minha alma.

Numa ardente oração para anticipar [a instituição de] esta Festa encontro

um pouco de alívio. E comecei uma novena por intenção de certos

sacerdotes para que Deus lhes conceda luz e inspiração para tratar da

institução desta Festa e para que o Espírito de Deus inspire o Santo Padre

em toda esta Causa.

A novena consiste numa hora de adoração diante do Santíssimo

Sacramento. Pedi fervorosamente a Deus para anticipar esta Festa e pedi ao

Espírito Santo que inspire certas pessoas em toda esta Causa. Termino esta

novena na Quinta-feira Santa.

 

1042. 23 III 1937. Hoje é o sétimo dia da novena. Recebi uma graça

grande e inconcebível; Jesus tão misericordioso prometeu-me de que

chegarei a ver a solene celebração desta Festa.

 

1043. Este dia 23 é Terça-feira Santa e um dia no qual Deus me

concedeu muitas graças.

 

1044. Subitamente inundou-me a presença de Deus e de imediato vi-me

em Roma, na capela do Santo Padre, mas ao mesmo tempo estava na nossa

capela, e a solenidade do Santo Padre e de toda a Igreja estava estreitamente

unida à da nossa capela, e de maneira especial à da nossa Congregação; e

participei ao mesmo tempo na solenidade de Roma e na de aqui. Esta

solenidade estava tão estreitamente unida a Roma que, ainda agora que

escrevo, não consigo distinguir [a diferença entre uma e outra], mas foi

assim mesmo como vi. Vi o Senhor Jesus exposto na custódia no altar-mor,

na nossa capela. A capela estava adornada solenemente e naquele dia

podiam entrar nela todos, qualquer pessoa que quisesse.

 

Havia tanta gente que eu não conseguia abarcá-la com a vista. Todos participavam nessa

solenidade com grande alegria e muitos receberam o que tinha desejado. A

mesma solenidade tinha lugar em Roma, num belo templo, e o Santo Padre

com todo o clero celebrava esta solenidade. E de repente vi São Pedro, que

se pôs entre o altar e o Santo Padre. ¿Que dizia São Pedro? Não pude

escutar, mas vi que o Santo Padre compreendia as suas palavras…

 

1045. De repente, alguns eclesiáticos que desconheço, começaram a

examinar-me e a humilhar-me, ou melhor, o que eu tinha escrito, mas via

que o Próprio Jesus me defendia e lhes fazia compreender o que não

sabiam.

 

1046. De súbito vi que da Santa Hóstia saíram os dois raios que estão

pintados na imagem e se espalharam sobre o mundo inteiro. Isso sucedeu

num só momento, mas foi como se tivesse durado um dia inteiro e a nossa

capela estava repleta de pessoas durante tudo o dia e todo esse dia foi pleno

de gozo.

 

1047. E de pronto vi o Senhor Jesus vivo em nosso altar, tal como está

pintado na imagem. No entanto, sentia que as irmãs e toda as pessoas não

viam Jesus assim como eu O via. Jesus olhou com grande bondade e alegria

para o Santo Padre, para certos sacerdotes, e para todo o clero, para o povo

e para a nossa Congregação.

 

1048. De repente fui arrebatada para junto de Jesus, colocando-me no

altar junto a Jesus, e o meu espírito ficou cheio de uma felicidade tão

grande que não posso nem compreender nem descrever. Um abismo de

serenidade e de descanso inundou a minha alma. Jesus inclinou-Se para

mim e disse-me amavelmente: ¿Que desejas, Minha filha? E respondi:

Desejo a glória e o culto da Tua Misericórdia. O culto já o recebo com a

institução e a celebração desta Festa; ¿Que desejas mais? Olhei esta

grande multidão que venerava a Divina Misericórdia e disse ao Senhor:

Jesus, abençoa todos os que estão reunidos para render honra à Tua

Misericórdia infinita. Jesus traçou com a mão o sinal da santa cruz; a

bênção reflectiu-se nas almas como um relâmpago de luz. O meu espírito

submergiu-se no Seu amor, senti como se me dissolvesse em Deus e

desaparecesse n’Ele. Quando voltei a mim, uma profunda paz inundava a

minha alma e foi-me concedido compreender de maneira milagrosa muitas

coisas que antes eram incomprensíveis para mim.

 

1049. Sou sumamente feliz apesar de ser a mais pequena e de não querer

mudar nada do que Deus me deu. Nem sequer com um Serafim quereria

trocar o conhecimento interior que Deus me dá de Si Mesmo. A minha

união interior com Deus é tal que nenhuma criatura pode compreendê-la e,

especialmente, o abismo da Sua Misericórdia que me envolve

completamente. Sou feliz com tudo o que me dás.

 

1050. 24 III 1937. Quarta-feira Santa. O Meu coração anseia por Deus,

desejo unir-me a Ele; um ligeiro temor atravessa a minha alma e, ao mesmo

tempo, uma chama de amor incendeia o meu coração. O amor e o

sofrimento estão unidos no meu coração.

 

1051. Experimentei uma grande dor no meu corpo, mas sinto que o

Senhor me sustém, porque de outro modo não o suportaria.

 

1052. Oh meu Jesus, rogo-Te por toda a Igreja: concede-lhe o amor e a

luz do Teu Espírito, dá poder às palavras dos sacerdotes para que os

corações endurecidos se abrandem e regressem a Ti, Senhor.

Senhor, dá-nos sacerdotes santos; Tu Mesmo conserva-os na santidade.

Oh divino e Sumo sacerdote, que o poder da Tua Misericórdia os

acompanhe em todo o lado e os proteja das armadilhas e laços do demónio,

que estão sendo armadas incessantemente para [capturar] as almas dos

sacerdotes. Que o poder da Tua Misericórdia, oh Senhor, destrua e faça

fracassar o que possa ofuscar a santidade dos sacerdotes, já que Tu tudo

podes.

 

1053. 25 III 1937. Quinta-feira Santa. Durante a Santa Missa vi o Senhor

que me disse: Apoia a tua cabeça sobre o Meu peito e descansa. O

Senhor estreitou-me ao Seu Coração e disse: Dar-te-ei uma pequena parte

da Minha Paixão, mas não tenhas medo, sê corajosa; não procures

alívio, mas aceita tudo com submissão à Minha vontade.

 

1054. Enquanto Jesus se despedia de mim, uma dor tão grande estreitou

a minha alma que é impossível exprimi-lo. Abandonaram-me as forças

físicas; saí rapidamente da capela e deitei-me. Perdi a noção do que se

passava à minha volta, a minha alma estava ansiando o Senhor e toda a

amargura do Seu Coração divino se comunicou a mim. Isto durou não mais

de três horas. Pedi ao Senhor que me preservasse da vista dos que me

rodeavam. Embora tentasse, não pude tomar nenhum alimento durante todo

o dia, até à noite.

Desejava fervorosamente passar toda a noite na escuridão [306] com o

Senhor Jesus. Rezei até as onze e então o Senhor disse-me: Vai descansar,

fiz-te viver durante três horas o que sofri durante toda a noite. E

imediatamente me deitei.

 

Estava completamente sem forças físicas, o sofrimento tirou-mas

completamente. Todo o tempo estava como desmaiada, cada batimento do

Coração de Jesus se repercutia no meu coração e trespassava a minha alma.

Certamente se esse martírio tivesse sido somente meu, teria sofrido

menos, mas quando olhava Aquele a quem o meu coração ama com todas

as forças, que Ele sofria e eu não lhe podia dar nenhum alívio, o meu

coração despedaçava-se no amor e na amargura. Agonizava com Ele e não

podia morrer; mas não trocaria esse martírio por todas os prazeres do

mundo. Nesse sofrimento o meu amor aumentou de modo indescritível. Sei

que o Senhor me sustinha com a Sua omnipotência já que de outro modo

não teria podido resistir nem um momento. Vivi junto com Ele toda a classe

de tormentos de modo especial. O mundo não conhece ainda tudo o que

Jesus sofreu. Fiz-Lhe companhia no Horto das Oliveiras e na escuridão do

calabouço, nos interrogatórios dos tribunais, estive com Ele em cada etapa

de Sua Paixão; não escapou à minha atenção nem um só movimento, nem

um só olhar Seu, conheci toda a omnipotência do Seu amor e da Sua

Misericórdia para as almas.

 

1055. 26 III 1937. Sexta-feira. Desde manhã sentia no meu corpo o

tormento das Suas cinco chagas. O sofrimento durou até as três. Embora

não tivesse nenhum sinal visível, no entanto os tormentos não eram menos

dolorosos. Alegrei-me de que Deus me protegesse dos olhares das pessoas.

 

1056. Às onze Jesus disse-me: Hóstia minha, tu és alívio para o Meu

Coração martirizado. Pensei que depois destas palavras o meu coração se

consumiria. E elevou-me a uma muito estreita união Consigo e o meu

coração uniu-se ao Seu Coração de modo amoroso e sentia os Seus mais

débeis batimentos e Ele os meus. O fogo do meu amor, criado, foi unido ao

ardor do Seu amor eterno. Esta graça ultrapassa pela sua grandeza todas as

outras. A Sua essência trina envolveu-me toda e fui submergida toda n’Ele,

em certo sentido a minha pequenez chocou contra o Soberano Imortal.

Estava submergida num amor inconcebível e num tormento inconcebível

por causa da Sua Paixão. Tudo o que tinha relação com o Seu Ser,

comunicava-se também a mim.

 

1057. Jesus tinha-me dado a conhecer e a pressentir esta graça e hoje

concedeu-ma. Não me teria atrevido nem sequer a sonhar com esta graça. O

Meu coração está como num contínuo êxtase embora exteriormente nada

me impede de tratar com o próximo nem solucionar distintos assuntos. Não

sou capaz de interromper o meu êxtase nem ninguém pode adivinhá-lo,

porque lhe pedi que se dignasse proteger-me dos olhares das pessoas. E

com esta graça entrou na minha alma todo um mar de luz respeitante ao

conhecimento de Deus e de mim mesma; o assombro envolve-me toda e

introduz como um novo êxtase por saber que Deus se dignou inclinar-se até

mim, tão pequenita.

 

1058. Às três, postrando-me em cruz, pedi pelo mundo inteiro. Jesus

estava a terminar a Sua vida mortal, ouvi as Suas sete palavras, depois

olhou-me e disse: Amadíssima filha do Meu Coração, tu és o Meu alívio

entre terríveis tormentos.

 

 

1059. Jesus manda-me fazer uma novena antes da Festa da Misericórdia

e devo começá-la hoje, pela conversão do mundo inteiro e para que se

conheça a Divina Misericórdia. Para que cada alma exalte a Minha

bondade. Desejo a confiança das Minhas criaturas, convida as almas a

uma grande confiança na Minha Misericórdia insondável. Que não

tema aproximar-se a Mim a alma débil, pecadora e embora tenha mais

pecados que grãos de areia há na Terra, tudo se fundirá no abismo da

Minha Misericórdia.

 

1060. Quando Jesus deu o último suspiro, a minha alma submergiu-se

em dor e durante longo tempo não pude voltar a mim. Encontrei algum

alívio nas lágrimas. Aquele a quem o meu coração amou, está a morrer. ¿Há

quem possa compreender a minha dor?

 

1061. Antes de anoitecer ouvi na rádio cantos e precisamente Salmos

cantados por sacerdotes. Rompi a chorar e todo a dor se renovou na

minha alma e chorava sem encontrar consolo para a minha dor. De repente

ouvi na alma uma voz: Não chores, já não sofro. E pela fidelidade com

que Me acompanhaste na Paixão e morte, a tua morte será solene e Eu

te farei companhia nessa última hora. Amada pérola do Meu Coração,

vejo o teu amor tão puro, mais que o dos Anjos; mais, porque tu lutas.

Por ti abençoo o mundo. Vejo os teus esforços por Mim, que encantam

o Meu Coração.

Depois destas palavras não chorei mais, mas agradeci ao Pai celestial por

nos ter enviado o Seu Filho e pela obra da Redenção do género humano.

 

1062. Fiz uma hora de adoração em agradecimento por todas as graças

que me tinham sido concedidas e por toda a doença; a doença também é

uma enorme graça. Estive doente quatro meses mas não recordo que tivesse

perdido por isso um só minuto. Tudo por Deus e pelas almas, desejo serLhe sempre fiel.

Nesta adoração conheci todo o cuidado e bondade com que Jesus me

rodeava e protegia de todo o mal. Jesus, dou-Te graças especialmente por

me teres visitado na solidão da minha cela e agradeço-Te por teres inspirado

as minhas Superioras a enviarem-me para fazer este tratamento.

Concede-lhes, Jesus, a omnipotência da Tua bênção e recompensa-as por

todas os prejuízos que lhes tenha causado.

 

1063. Hoje, Jesus mandou-me consolar e tranquilizar certa querida alma

que se abriu comigo contando-me as suas dificuldades; essa alma é

agradável ao Senhor, mas ela não o sabe. Deus mantém-na numa profunda

humildade. Cumpri a recomendação do Senhor.

 

1064. Oh dulcíssimo meu Mestre, oh bom Jesus, dou-Te o meu coração e

Tu modela-o, forma-o segundo o Teu agrado. Oh Amor inconcebível, abro

o cálice do meu coração diante de Ti, como um botão de rosa se abre à

frescura do orvalho; o perfume da flor do meu coração é conhecido só por

Ti. Oh meu Esposo, que a fragância do meu sacrifício Te seja agradável. Oh

Deus imortal, minha eterna delícia, Tu és o meu Céu já aqui na Terra, que

cada batimento do meu coração seja um novo hino de adoração a Ti, oh

Santíssima Trindade. Se eu tivesse tantos corações quantas gotas de água há

no oceano, quantos grãos de areia em toda a Terra, eu Tos ofereceria todos,

oh Amor meu, Tesouro do meu coração. A todos quantos encontrar na vida,

desejo levá-los a amar-Te, oh meu Jesus, minha Beleza, meu Repouso, meu

único Mestre, Juiz, Salvador e, ao mesmo tempo, Esposo; sei que um título

atenua o outro, mas deposito tudo na Tua Misericórdia.

 

1065. Oh meu Jesus, ampara-me quando vierem os dias difíceis e

enevoados, os dias das experiências, os dias das provações, quando o

sofrimento e o cansaço começarem a oprimir o meu corpo e a minha alma.

Ampara-me, oh Jesus, dá-me força para suportar os sofrimentos. Põe uma

sentinela nos meus lábios para que não pronuncie uma só palavra de

lamentação diante das criaturas. Toda a minha esperança é o Teu Coração

Misericordiosíssimo, não tenho nada em minha defesa, só a Tua

Misericórdia, nela reside toda a minha confiança.

 

1066. 27 III 1937. Hoje regressei de Pradnik, depois de quase quatro

meses de tratamento; agradeço muito a Deus por tudo. Aproveitei cada

momento para louvar a Deus. Quando entrei por um momento na capela,

conheci quanto sofrirei e lutarei por toda esta Causa. Oh Jesus, minha força,

só Tu podes ajudar-me; dá-me forças.

 

1067. 28. Ressurreição. Durante a celebração da Resurreição vi o Senhor

em beleza e em resplendor e disse-me: Minha filha, a paz esteja contigo;

abençoou-me e desapareceu; a minha alma encheu-se de alegria e de júbilo

indescritíveis. O Meu coração fortaleceu-se para a luta e para os

sofrimentos.

 

1068. Hoje falei com o Padre que me recomendou muita prudência

nestas repentinas aparições de Jesus. Enquanto ele falava da Divina

Misericórdia, no meu coração penetrou uma força e uma fortaleza

estranhas. Oh meu Deus, desejo tanto revelar-lhe tudo e, no entanto, não

consigo.

O Padre disse-me que «o senhor Jesus é muito generoso em dar-Se à

alma mas, por outro lado, é de certo modo avaro. Embora a generosidade de

Deus seja grande» [disse-me o Padre], «no entanto seja prudente, porque

estas súbitas aparições despertam suspeitas. Embora não veja nisto nada de

mau, ou que esteja em contradição com a fé. Seja um pouco mais prudente;

quando vier a Madre Superiora, pode falar com ela destas questões».

 

1069. 29 III 1937. Hoje, durante a meditação vi o Senhor em grande

beleza que me disse: A paz esteja contigo, Minha filha. Toda a minha

alma tremeu de amor por Ele e disse-Lhe: Oh Senhor, embora eu Te queira

de todo o meu coração, peço-Te que não me apareças, porque o director

espiritual disse-me que as Tuas repentinas aparições despertam suspeitas de

que és Tu, e sejam, talvez, alguma ilusão. E embora eu Te ame mais do que

a minha vida e sei que és Tu, meu Senhor e meu Deus, que tratas comigo,

no entanto, acima de tudo, devo ser obediente ao confessor.

Jesus ouviu com seriedade e bondade o que Lhe estava a dizer e disseme: Diz ao confessor que trato tão intimamente com a tua alma porque

não roubas os Meus dons, e derramo todas as graças sobre a tua alma

porque sei que não te apropriarás delas. E em sinal de que a sua

prudência Me é agradável, não Me verás e não te aparecerei deste

modo até que lhe relates o que te disse.

 

1070. 2 IV 1937. De manhã, durante a Santa Missa, ouvi estas palavras:

Diz à Superiora que desejo que a adoração se realize aqui por intenção

de súplica de Misericórdia para o mundo.

 

1071. Oh meu Jesus, só Tu sabes o que está vivendo o meu coração. Oh

minha força, Tu podes tudo; e embora eu me exponha a grandes

sofrimentos, sempre Te permanecerei fiel porque me ampara a Tua especial

graça.

 

1072. 3 IV 1937. Hoje o Senhor disse-me: Diz ao Reverendo Professor

que na Festa da Minha Misericórdia faça um sermão sobre a

Minha insondável Misericórdia. Cumpri o desejo de Deus, no entanto

esse sacerdote não aceitou o desejo do Senhor; ao afastar-me do

confessionário, ouvi estas palavras: Faz o que te mando e fica tranquila,

este assunto é entre Mim e ele. Tu não responderás por isso.

 

1073. 4 IV 1937. Domingo in Albis, isto é, Festa da Misericórdia. De

manhã, depois da Santa Comunhão, a minha alma foi submergida na

divindade; estava unida às Três Pessoas Divinas de tal modo que, quando

estava unida a Jesus, ao mesmo tempo [estava unida] ao Pai e ao Espírito

Santo. A minha alma estava inundada de uma alegria inconcebível e o

Senhor deu-me a conhecer todo o mar e abismo da Sua Misericórdia

insondável.

Oh, se as almas quisessem compreender quanto Deus as ama. Todas as

comparações, mesmo as mais ternas e as mais fortes, são apenas uma pálida

sombra face à realidade.

Quando estava unida ao Senhor, conheci quão numerosas são as almas

que adoram a Divina Misericórdia.

 

1074. Quando fui à adoração ouvi estas palavras: Minha filha amada,

escreve estas palavras: o Meu Coração descansou hoje neste convento.

Fala ao mundo da Minha Misericórdia, do Meu amor.

As chamas da Misericórdia consomem-me, desejo derramá-las sobre

as almas dos homens. Oh, que dor Me causam quando não querem

aceitá-las.

Minha filha, faz o que estiver no teu alcance para difundir a devoção

à Minha Misericórdia. Eu completarei o que te falta. Diz à humanidade

sofredora que se abrace ao Meu Coração Misericordioso e Eu os

encherei de paz.

Diz, Minha filha, que sou o próprio Amor e a própria Misericórdia.

Quando uma alma se aproxima de Mim com confiança, encho-a com tal

abundância de graças que ela não pode contê-las em si mesma e

irradia-as sobre outras almas.

 

1075 Às almas que divulguem a devoção à Minha Misericórdia,

protejo-as durante toda a sua vida como uma mãe carinhosa [protege] o

seu filho recém-nascido, e à hora da morte não serei para elas Juiz mas

Salvador misericordioso. Nesta última hora a alma não tem nada em

sua defesa além da Minha Misericórdia. Feliz a alma que durante a

vida se submergiu na Fonte da Misericórdia, porque não será atingida

pela justiça.

 

1076. Escreve: Tudo o que existe está encerrado nas entranhas da

Minha Misericórdia mais profundamente que um menino no seio da

sua mãe. Quanta mágoa Me causa a desconfiança na Minha bondade.

Os pecados de desconfiança são os que Me ferem mais profundamente.

 

1077. Durante a Santa Missa, a Irmã Mestra tocou um lindo hino

sobre a Divina Misericórdia; então pedi ao Senhor que lhe dê a conhecer

mais profundamente o abismo desta Misericórdia inconcebível.

 

1078. Enquanto me despedia do Senhor, antes de me deitar ouvi estas

palavras: Hóstia querida ao Meu Coração, por ti abençoo a Terra.

 

1079. 7 IV 1937. Hoje, na capela, certa pessoa entrou, e eu senti uma

terrível dor nas mãos e nos pés e no lado, como Jesus durante a Paixão. Isto

durou um breve instante, e assim conheço a alma que não está na graça de

Deus.

 

1080. Numa ocasião vi o Santo Padre reflectindo sobre esta Causa. [311]

 

1081. 10 IV 1937. Hoje, a Madre Superiora deu-me a ler um artigo sobre

a Divina Misericórdia, e nele estava uma reprodução da imagem que foi

pintada. O artigo está publicado no “Tygodnik Wilenski” [312] [Semanário

de Vilna], que nos foi enviado para Cracóvia pelo Padre Sopocko, zeloso

apóstolo da Divina Misericórdia. O artigo reproduz as palavras que o

Senhor Jesus me dirigiu, e até algumas expressões vêm [citadas]

literalmente

 

1082. Quando vi este semanário, uma flecha de amor trespassou a minha

alma. Por teu ardente desejo anticipo a Festa da Misericórdia. O meu

espírito inflamou-se de um fogo de amor tão forte que me parecia dissolverme completamente em Deus.

 

1083. Esta bela alma que difunde no mundo a Obra da Divina

Misericórdia é muito agradável a Deus pela sua profunda humildade.

 

1084. Antes de cada graça muito grande, a minha alma é submetida a

uma prova de paciência, porque a sinto mas não a possuo ainda. O meu

espírito agita-se, mas a hora ainda não chegou. Esses momentos são tão

misteriosos que é difícil escrever sobre isso.

 

1085. 13 IV 1937. Hoje tenho que permanecer na cama todo o dia.

Apareceu-me uma tosse tão forte que me enfraqueceu ao ponto de não ter

forças para andar. O meu espírito deseja cumprir as obras divinas, mas as

forças físicas abandonam-me. Neste momento não chego a compreender o

que desejas, oh Senhor, por isso repito com um acto de vontade amorosa:

faz de mim o que Te agrade.

 

1086. Ao ver que as tentações são tão grandes, toda uma onda de

dúvidas choca contra a minha alma, o desalento está já pronto e disponível,

mas o Senhor fortalece a minha vontade contra a qual, como contra uma

pedra, se estatelam todas as investidas do inimigo. Vejo quanta graça actual

Deus me concede e com a qual me sustenta continuamente. Estou muito

fraca e devo tudo unicamente à graça de Deus.

 

1087. Quando decidi um dia, exercitar-me em certa virtude, caí no

defeito contrário a essa virtude dez vezes mais que em outros dias. À noite,

enquanto reflectia sobre ¿por que hoje caía de maneira tão excepcional?,

ouvi estas palavras: Contaste demasiado contigo mesma e muito pouco

Comigo. Compreendi a causa das minhas quedas.

 

1088. Cura repentina.

Depois de ter escrito uma carta ao Padre Sopocko, no domingo onze de

Abril, de repente a minha saúde piorou tanto que não enviei a carta, mas

fiquei a aguardar um sinal evidente da vontade de Deus. No entanto a

minha saúde piorou de tal forma que tive que ir para a cama. A tosse

atormentava-me tão terrivelmente que me parecia que se se repetisse ainda

um par de vezes, seguramente seria o fim.

 

1089. No dia 14 de Abril senti-me tão mal que me levantei com esforço

para ir à Santa Missa. Sentia-me mais doente do que quando me tinham

enviado para o início do tratamento. Tinha um forte estertor e um ronco nos

pulmões e estranhas dores. Ao receber a Santa Comunhão, eu mesma não

sabia porquê, ou melhor dito, algo me levava a esta oração, que comecei a

rezar deste modo: Jesus, que o Teu sangue puro e são circule no meu

organismo doente, e que o Teu Corpo puro e são transforme o meu corpo

enfermo, e que uma vida sã e forte palpite em mim, se for essa a Tua santa

vontade, que eu comece a agir nesta Obra, e isto será para mim a sinal

evidente da Tua santa vontade.

Enquanto assim rezava, subitamente senti como uma sacudidela em todo

o organismo e de repente senti-me inteiramente bem. Tinha a respiração

limpa como se nunca tivesse estado doente dos pulmões, nem sentia dores o

que, para mim, era sinal de que devia pôr-me à obra.

 

1090. Isto sucedeu no último dia da novena ao Espírito Santo. Depois

desta cura, repentinamente fui unida ao Senhor Jesus de modo puramente

espiritual. Jesus deu-me uma forte convicção, ou seja, confirmou-me nas

suas exigências. Permaneci o dia inteiro nessa proximidade com o Senhor

Jesus e falei-Lhe dos detalhes referentes à Congregação.

Jesus infundiu na minha alma fortaleza e entusiasmo para actuar. Agora

compreendo que se o Senhor exige alguma coisa da alma, dá-lhe a

possibilidade de a realizar e, através da graça, torna-a capaz de cumprir o

que exige dela. E, portanto, embora fosse a alma mais miserável, ao

mandato do Senhor ela pode empreender coisas que ultrapassam as suas

possibilidades; o sinal pelo qual se pode reconhecer que o Senhor está com

essa alma é quando nela aparece a força e o poder de Deus que a faz valente

e forte. Quanto a mim, num primeiro momento sempre me assustou um

pouco a grandeza do Senhor, mas depois na minha alma entra uma paz

profunda e imperturbável, uma força interior para [fazer] o que num

momento dado o Senhor exige…

 

1091. Então ouvi estas palavras: Vai dizer à Superiora que estás de

saúde.

Quanto tempo estarei boa, não o sei nem o pergunto; sei, somente, que

actualmente gozo de boa saúde; o futuro não me pertence. Pedi a saúde

como um testemunho da vontade de Deus e não para procurar alívio no

sofrimento.

 

1092. 16 IV 1937. Hoje, quando a Majestade de Deus inundou a minha

alma, soube que o Senhor, embora tão grande, tem uma predilecção pelas

almas pequenas e humildes. Quanto mais profundamente se humilha a

alma, tanto mais amavelmente o Senhor se aproxima dela; unindo-se a ela

estreitamente eleva-a até ao Seu trono. Feliz a alma que o próprio Senhor

defende. Aprendi que somente o amor tem coragem. O amor é uma coisa

grande, nada pode comparar-se a um acto do puro amor de Deus, nenhuma

obra.

 

1093. Oh Jesus, protege-me com a Tua Misericórdia e julga-me também

com benevolência, porque de outro modo a Tua justiça me pode condenar,

com boa razão.

 

1094. 17 IV. Hoje, durante a aula de catecismo foi reafirmado o

que eu já tinha conhecido através de entendimento interior e do que vivo

desde há muito tempo, a saber: se a alma ama sinceramente Deus e está

intimamente unida a Ele, então embora exteriormente viva em condições

difíceis, nada consegue perturbar o seu interior. E mesmo no meio da

corrupção pode permanecer pura e intacta, porque o grande amor de Deus

lhe dá força para lutar e o próprio Deus defende de modo especial, e até de

maneira milagrosa, a alma que o ama sinceramente.

 

1095. Quando um dia, Deus me fez saber interiormente que não tinha

perdido nunca a inocência e que apesar de distintos perigos nos quais me

tinha encontrado, Ele Mesmo me protegera para que ficasse intacta a

virgindade da minha alma e do meu coração, esse dia passei-o num

ferveroso agradecimento interior. Agradecia a Deus por se haver dignado

proteger-me contra o mal, mas também porque tinha encontrado graça a

Seus olhos e porque Ele Mesmo se tinha dignado assegurar-me dela.

 

1096. Algums anos mais tarde dignou-Se confirmar-me nesta graça, e

desde então não experimento a rebeldia dos sentidos contra a alma. Já o

descrevi mais detalhadamente noutro caderno. Cada vez que recordo

esta inconcebível graça, uma nova chama de amor e de agradecimento a

Deus brota do meu coração, e este amor leva-me a esquecer-me

completamente de mim.

 

1097. Desde aqueles dias vivo sob o manto virginal da Santíssima

Virgem; ela cuida de mim e ensina-me; estou tranquila junto ao seu

Imaculado Coração, já que sou fraca e inexperiente, por isso, como uma

criança abraço-me ao Seu Coração.

 

1098. Apesar de Deus me confirmar nesta virtude, vigio continuamente e

tenho medo até da minha própria sombra; e somente porque amo muito

Deus.

 

1099. Esta graça divina foi-me concedida somente por ser eu a mais

fraca de entre todos os seres humanos, por isso o Todopoderoso me rodeou

da sua especial Misericórdia.

 

1100. 24 IV. Sinto antecipadamente cada grande graça, e invade-me um

estranho anseio e um grande desejo de Deus. Espero-a, e quanto maior é a

graça, tanto maior é o pressentimento e maior a batalha que travo com o

adversário da minha salvação. Às vezes a minha alma encontra-se em tal

condição que a posso descrever com uma comparação: há dois amigos

sinceros, um deles organiza um grande banquete para o qual convida o

outro; ambos esperam com ansiedade, mas o banquete é à hora estabelecida.

Pois os momentos anteriores à graça são tão agitados que me é difícil

descrevê-los. Caracteriza-os um inquieto desejo e o ardor do amor. Sinto

que o Senhor está, mas não posso submergir-me n’Ele completamente

porque não chegou a hora estabelecida. Às vezes, antes do momento da

graça estou totalmente despojada de tudo: mente, vontade, coração; fico

mesmo só e espero unicamente Deus. Ele Mesmo assim o dispõe antes da

Sua vinda.

 

1101. 23 IV 1937. Hoje comecei o meu retiro espiritual de três dias.

 

À noite ouvi na alma estas palavras: Minha filha, deves saber que te

vou falar de modo especial através deste sacerdote [317] para que não

tenhas dúvidas quanto às Minhas exigências. Já desde a primeira

meditação, as palavras deste sacerdote impressionaram a minha alma, e

foram as seguintes: não me é permitido opor-me à vontade de Deus, nem

aos desejos de Deus, quaisquer que sejam; enquanto estiver convencida da

certeza e da autenticidade da vontade de Deus deverei cumpri-la, e disto

ninguém me pode dispensar. Qualquer que seja esta vontade, se a conheço,

devo cumpri-la. Isto é somente um pequeníssimo resumo, mas toda esta

meditação gravou-se-me na alma e não tenho nenhuma dúvida. Sei o que

Deus quer de mim e o que devo fazer.

 

1102. Na vida há instantes e momentos de conhecimento interior, ou

seja, iluminações divinas, quando a alma é instruída interiormente sobre as

coisas que não leu em nenhum livro nem ninguém lhe ensinou.

Estes são os momentos dos conhecimentos interiores que o próprio Deus

concede à alma. Trata-se de grandes mistérios… Muitas vezes recebo a luz

e o conhecimento da vida íntima de Deus e [conheço] a disposição interior

de Deus e isso enche-me de uma confiança e de um gozo indescritíveis que

não consigo conter em mim, desejo dissolver-me toda n’Ele…

 

1103. O núcleo do amor é o sacrifício e o sofrimento. A verdade anda

com uma coroa de espinhos. A oração envolve a mente, a vontade e a

emoção.

 

1104. Hoje houve uma bela palestra sobre a Divina Misericórdia e

sobre a bondade de Deus. Durante a conferência a minha alma

experimentou o ardor do amor de Deus e compreendi que a palavra de Deus

é vida.

 

1105. Os propósitos especiais continuam a ser os mesmos, isto é: a união

com Cristo misericordioso e o silêncio.

A florzinha que deposito aos pés da Santíssima Virgem em Maio é a de

me exercitar na prática do silêncio.

 

1106. Uma virtude sem prudência não é virtude. Devemos rogar

frequentemente ao Espírito Santo pela graça da prudência. A prudência

compõe-se de: ponderação, sã consideração e propósito firme. A decisão

final pertence-nos sempre a nós. Devemos decidir, embora possamos, e

devemos, pedir conselhos e procurar a luz….

 

1107. Hoje, durante a meditação, Deus deu-me luz interior e fez-me

compreender a santidade e em que consiste. Embora o tenha ouvido já

muitas vezes nas conferências, no entanto a alma compreende de outro

modo quando o conhece através da luz de Deus que a ilumina.

Nem graças, nem revelações, nem êxtases, nem nenhum outro dom

concedido à alma a faz perfeita, mas a comunhão interior da alma com

Deus. Estes dons são somente um adorno da alma, mas não constituem nem

a substância nem a perfeição. A minha santidade e perfeição consistem

numa estreita união da minha vontade com a vontade de Deus. Deus nunca

violenta o nosso livre arbítrio. De nós depende se queremos receber a graça

de Deus ou não; se vamos colaborar com ela ou a desperdiçamos.

 

1108. Na última prédica da noite, que preparava a renovação dos votos,

o Padre falou da felicidade que provém dos três votos e da recompensa pela

fiel observância dos mesmos. De repente a minha alma submergiu-se em

grandes trevas interiores. Em vez de alegria, a minha alma encheu-se de

amargura e uma dor aguda trespassou o meu coração. Sentia-me tão

miserável e indigna desta graça que, dando-me conta desta miséria e

indignidade não me atrevia a aproximar-me dos pés da mais jovem das

postulantes para os beijar. Via-as, no meu espírito, belas e agradáveis a

Deus, e a mim via-me como um abismo de miséria.

Terminada a prédica lancei-me aos pés do Deus Oculto entre lágrimas e

dor; arrojei-me ao mar da Divina Misericórdia infinita e só ali encontrei

alívio. E senti que toda a omnipotência da Sua Misericórdia me envolvia.

 

1109. Hoje, renovação dos votos.

Assim que acordei envolveu-me a presença de Deus e sinto-me uma

criança de Deus. O amor de Deus inundou a minha alma e deu-me a

conhecer que tudo depende da Sua vontade e disse-me estas palavras:

Desejo conceder o perdão total às almas que se aproximem da confissão

e recebam a Santa Comunhão no dia da Festa da Minha Misericórdia.

E disse-me: Minha filha, não tenhas medo de nada, Eu estou sempre

contigo, embora te pareça que não esteja; a tua humilhação atrai-Me

desde o alto trono e une-Me estreitamente a ti.

 

1110. [IV 1937]. O Senhor deu-me a conhecer as discussões [319] que se

desenrolaram no Vaticano sobre esta Festa: o dignitário Pacelli trabalhou

muito nesse assunto.

 

1111. Hoje a renovação, ou seja a profissão dos votos, durante uma

cerimónia solene. Enquanto as irmãs pronunciavam os votos, ouvi os anjos

cantar: Santo, Santo, Santo, em diferentes tons, e ninguém é capaz de

exprimir em termos humanos a harmonia desse canto.

 

1112. À tarde falei com a minha querida Mestra, a Madre Maria Josefa.

Demos uma volta pelo jardim e falei com ela um pouco. É sempre a mesma,

querida Mestra, embora já não seja Mestra mas Superiora e há dez anos que

fez os votos. Disse-me que uma alma consagrada não pode viver sem cruz e

revelou-me certo sofrimento que eu tive em Varsóvia e do qual nunca lhe

tinha falado. Como se estivessem vivas apresentaram-se aos olhos da minha

alma todas as graças que tinha recebido no noviciado. Oh, quanto lhe

agradeço. Quando a minha alma estava submergida nas trevas e me parecia

que estava condenada, ela tinha-me arrancado daquele abismo com o poder

da obediência.

 

1113. Muitas vezes a minha alma está aturdida pelo sofrimento e

nenhum ser humano é capaz de compreender os meus tormentos.

 

1114. Maio – 1 V 1937. Hoje senti a proximidade da minha Mãe, a Mãe

Celestial. Antes de cada Santa Comunhão, rogo fervorosamente à Mãe de

Deus que me ajude a preparar a minha alma para a chegada de Seu Filho e

sinto claramente a Sua protecção sobre mim. Peço-lhe muito que se digne

incendiar em mim o fogo do amor divino como ardia o Seu puro coração no

momento da Encarnação do Verbo de Deus.

 

1115. 4 V. Hoje fui ver um momento a Madre Geral e pergunteilhe: Querida Madre, ¿teve alguma inspiração na questão referente à minha

saída do convento? A Madre Geral respondeu-me: «Até agora sempre a

retinha, irmã, mas agora deixo-lhe toda a liberdade. Se assim o entender

pode deixar a Congregação ou, se prefere, pode ficar». Então respondi: Está

bem. Pensei que ia escrever imediatamente ao Santo Padre pedindo a

dispensa dos meus votos. Ao sair do encontro com a Madre Geral, as trevas

baixaram à minha alma como antes. É uma coisa estranha que cada vez que

peço licença para sair, a minha alma fica envolvida nessas trevas e sinto

como se estivesse só e entregue a mim mesma. Quando estava nessa

angústia espiritual, decidi ir imediatamente falar com a Madre e contar-lhe

o meu estranho tormento e a minha luta.

 

A Madre respondeu-me que esta

minha saída era uma tentação. Depois de um momento de conversa senti

alívio, no entanto as trevas continuaram. «A Divina Misericórdia é bela e

deve ser uma obra de Deus verdeiramente grande se Satanás se lhe opõe

tanto e quer destruí-la». Foram as palavras da querida Madre Geral.

 

1116. Ninguém compreenderá nem entenderá os meus tormentos, nem

eu conseguiria descrevê-los, nem pode haver outro sofrimento maior que

este. Os tormentos dos mártires não são maiores, já que em tais momentos a

morte seria para mim um alívio e não sei com que comparar estes

sofrimentos, esta interminável agonia da alma.

 

1117. 5 V [1937]. Hoje, durante a confissão revelei algo da minha alma,

porque me surgiu a ideia de que era precisamente uma tentação, por

experimentar tão duros sofrimentos e trevas nos momentos de pedir a

licença de sair da Congregação. O confessor respondeu-me que este

não era, talvez, o momento estabelecido por Deus. «Há que rezar e esperar

pacientemente, mas é verdade que a esperam grandes sofrimentos. Terá que

os suportar e vencer muitas dificuldades, isso é seguro; seria melhor esperar

ainda um pouco e rezar muito por um conhecimento mais profundo e luz de

Deus. Estas coisas são graves».

 

 

1118. Oh meu Deus. Nestes momentos difíceis não tenho o meu director

espiritual, porque foi a Roma. Oh Jesus, já que mo tiraste, dirige-me

Tu Mesmo, porque sabes quanto posso suportar. Creio firmemente que

Deus não me pode exigir acima do que possa [suportar]. Confio na Sua

Misericórdia.

 

1119. Nos momentos em que estou entre o Céu e a Terra calo-me, porque

mesmo que falasse quem compreenderia as minhas palavras? A eternidade

revelará muitas coisas das quais agora não falo…

 

1120. Ao sair do jardim vejo como tudo respira a alegria da primavera.

As árvores em flor emanam um perfume embriagador; tudo pulsa de alegria

e os passarinhos, cantando e gorjeando, adoram a Deus e dizem-me:

Alegra-te e goza, Ir. Faustina, e a minha alma está nas trevas e no tormento.

A minha alma é muito sensível ao sussurro da graça, sabe falar com tudo o

que está criado e o que me rodeia e sei por que Deus adornou assim a

Terra… Mas o meu coração não pode regozijar-se, porque o Amado Se

ocultou e não descansarei até O encontrar… Não sei viver sem Deus, mas

sinto que tampouco Deus pode ser feliz sem mim, embora Ele

absolutamente se baste a Si Próprio…

 

1121. 6 V [1937]. Ascensão do Senhor.

Hoje, desde o amanhecer a minha alma está tocada por Deus. Depois da

Santa Comunhão, durante um momento convivi intimamemte com o Pai

celestial. A minha alma foi atraída pelo próprio ardor do amor, compreendi

que nenhuma obra exterior pode comparar-se com o puro amor de Deus….

Vi o gozo do Verbo Encarnado e fui submergida na Divina Trindade.

Quando voltei a mim, a nostalgia inundou a minha alma, o anseio de unirme a Deus. Envolveu-me um amor tão grande pelo Pai celestial que todo

este dia o considero como um contínuo êxtase do amor. Todo o universo me

pareceu como uma pequena gotita face a Deus. Não há felicidade maior que

esta, que Deus me dá a conhecer interiormente, que lhe é agradável cada

batimento do meu coração, e quando me mostra que me ama de modo

especial. Esta convicção interior com a qual Deus afirma o Seu amor por

mim e o muito que lhe é agradável a minha alma, infunde na minha alma

um abismo de serenidade. Durante tudo o dia não me foi possível tomar

nenhum alimento. Sentia-me satisfeita, até a saciedade, com amor.

 

1122. Oh Deus de grande Misericórdia que Te dignaste enviar-nos o Teu

Filho Unigénito como o maior testemunho do Teu insondável amor e

Misericórdia. Tu não rejeitas os pecadores, mas também a eles lhes abriste o

tesouro da Tua infinita Misericórdia, da que podem recolher em abundância

não só a justificação, como toda a santidade a que uma alma pode chegar.

Oh Pai de grande Misericórdia, desejo que todos os corações se dirijam com

confiança à Tua infinita Misericórdia. Ninguém poderá justificar-se diante

de Ti se não vai acompanhado pela Tua insondável Misericórdia. Quando

nos revelares o mistério da Tua Misericórdia, a eternidade não bastará para

agradecer devidamente por ela.

 

1123. Oh, que doce é ter no fundo da alma aquilo em que a Igreja nos

ordena crer. Quando a minha alma está submergida no amor, resolvo clara e

rapidamente as questões mais complicadas. Só Ele é capaz de caminhar à

beira dos precipicios e pelos cumes das montanhas. O amor, uma vez mais o

amor.

 

1124. 12 [V 1937]. Uma estranha escuridão invade a minha mente, estou

submergida no nada, contrariamente às minhas aspirações.

 

1125. 20 V. Depois de um mês de gozar de boa saúde surgiu-me a ideia

de que não sei se o Senhor prefere quando O sirvo na doença ou gozando de

boa saúde, que pedi. E disse ao Senhor: Jesus, faz de mim o que Te

aprouver. E Jesus devolveu-me ao estado anterior.

 

1126. Oh, que doce é viver no convento entre as irmãs, mas há que

recordar que estes Anjos estão em corpos humanos.

 

1127. Em certa ocasião vi Satanás que tinha pressa e estava procurando

alguém entre as irmãs, mas não encontrava. Senti na alma a inspiração de

lhe ordenar, em nome de Deus, que me dissesse a quem procurava entre as

irmãs. E confessou, embora de má vontade: «Procuro almas ociosas».

Quando voltei a ordenar-lhe em nome de Deus, que me dissesse a que

almas do convento tinha acesso mais fácil, confessou outra vez de má

vontade: «as almas preguiçosas e ociosas». Notei que actualmente não há

tais almas no convento. Que se alegrem as almas atarefadas e fatigadas pelo

trabalho.

 

1128. 22 V 1937. Hoje faz um calor difícil de suportar; desejaríamos

chuva, no entanto não chove. Desde há alguns dias o Céu fica enevoado,

mas a chuva não aparece. Ao olhar as plantas sedentas de água, tive pena e

decidi rezar esta coroinha até Deus enviar chuva. Depois da merenda o Céu

cobriu-se de núvens e caíu uma chuva torrencial sobre a Terra. Rezei esta

prece durante três horas sem cessar. E o Senhor deu-me a conhecer que

através desta oração pode obter-se tudo.

 

1129. 23 [V 1937]. O dia da Santíssima Trindade.

Durante a Santa Missa, subitamente fui unida à Santíssima Trindade.

Conheci a Sua Majestade e a Sua Grandeza.

Estava unida às Três Pessoas. Quando estava unida com uma destas

veneráveis Pessoas, ao mesmo tempo estava unida às duas outras Pessoas.

A felicidade e o gozo que se comunicaram à minha alma são indescritíveis.

Tenho pena não poder exprimir, com palavras, aquilo para o qual não

existem palavras.

 

1130. Ouvi o seguinte: Diz à Superiora Geral que conte contigo como

a filha mais fiel da Congregação.

 

1131. Depois disto compreendi interiormente o que é todo o criado face

a Deus. Grande e inconcebível é a Sua Majestade e o facto de Se inclinar

para nós com tanta benevolência é fruto da Sua Misericórdia…

 

1132. Tudo acabará neste vale de lágrimas,

Terminarão as lágrimas e cessará a dor.

Só uma coisa não terminará…

O amor por Ti, Senhor.

Tudo acabará neste desterro,

As provações e o deserto da alma,

E mesmo que a alma fique sempre em agonia,

Se tem Deus, nada a perturbará.

 

1133. 27 [V 1937]. Corpus Cristi.

Enquanto orava ouvi estas palavras: Minha filha, que o teu coração se

encha de alegria. Eu, o Senhor, estou contigo, não tenhas medo de nada,

estás no Meu Coração. Naquele momento tive consciência da grande

Majestade de Deus, e compreendi que nada pode comparar-se com um só

acto de conhecimento de Deus. Toda a grandeza externa desaparece como

pó diante de um só acto de conhecimento mais profundo de Deus.

 

1134. O Senhor infundiu na minha alma uma paz tão profunda que já

nada pode perturbá-la. Apesar de tudo o que sucede à minha volta não

perco a tranquilidade nem por um instante; embora se desmoronasse o

mundo inteiro, nem sequer isso seria capaz de perturbar a profundidade e o

silêncio dentro de mim, onde descansa Deus.

Todos os acontecimentos e as coisas mais variadas que sucedem estão

debaixo dos Seus pés.

 

1135. Este conhecimento mais profundo de Deus dá-me uma total

liberdade, liberdade espiritual, e nada pode perturbar a minha estreita união

com Ele; nem sequer as potências angélicas são capazes de fazê-lo. Sinto

que sou grande quando estou unida a Deus. Que felicidade a de ter o

conhecimento de Deus no coração e viver com Ele numa estreita

intimidade.

 

1136. Quando chegou aqui a procissão de Borek e trouxeram-nO

para O repôr na nossa capela, de repente ouvi a voz da Hóstia: Aqui está o

Meu descanso. Durante a bênção Jesus deu-me a conhecer que dentro de

pouco tempo se celebrará aqui, neste lugar, um momento solene. Encontrei

a Minha complacência no teu coração e nada Me deterá em conceder-te

graças. A grandeza de Deus inunda a minha alma, e afogo-me e desapareço

e me perco n’Ele, dissolvendo-me n’Ele…

 

1137. 30 V [1937]. Hoje agonizo por Deus. O desejo ardente invadiu

toda a minha alma; sinto, profundamente, que estou no desterro. Oh Jesus,

¿quando chegará o momento desejado?

 

1138. 31 V. A minha alma atormentada não encontra ajuda em nenhuma

parte, unicamente em Ti, Hóstia Viva. No Teu Coração misericordioso está

toda a minha confiança, espero pacientemente a Tua palavra, Senhor.

 

1139. Oh, que dor experimenta o meu coração quando vejo uma irmã

que carece do espírito religioso. ¿Como se pode agradar a Deus quando se

estala de soberba e de amor próprio, e se finge procurar a glória de Deus

quando se trata da própria glória. Isso fere-me muito. ¿Como pode tal alma

unir-se estreitamente a Deus? Nem falar de união com o Senhor.

 

1140. 1 VI 1937. Hoje tivemos aqui a procissão do Corpus Cristi [324].

No primeiro altar, da Hóstia Santa saíu o fogo e trespassou o meu coração, e

ouvi uma voz: Aqui está o Meu descanso. O ardor incendiou o meu

coração, senti que estava transformada toda n’Ele.

 

1141. À noite fez-me saber que tudo o que é terreno dura pouco. E tudo

o que parece grande desfaz-se como o fumo, e não dá liberdade à alma, mas

cansaço. Feliz a alma que entende estas coisas e toca a Terra com um só pé.

Descanso quando estou unida a Ti, tudo nos outros me cansa. Oh, como

sinto que estou no desterro. Vejo que ninguém compreende o que tenho

dentro de mim, só me entendes Tu que estás oculto no meu coração e

eternamente vivo.

 

1142. 4 VI. Hoje é a festa solene do Sacratíssimo Coração de Jesus.

Durante a Santa Missa conheci o Coração de Jesus: o fogo com que

arde por nós e que é um mar de Misericórdia.

Então ouvi uma voz: Apóstola da Minha Misericórdia, proclama ao

mundo inteiro a Minha Misericórdia insondável, não desanimes pelos

obstáculos que encontrares proclamando a Minha Misericórdia. Estas

dificuldades que te ferem tão dolorosamente são necessárias para a tua

santificação e para demonstrar que esta Obra é Minha. Minha filha, sê

diligente em apontar cada frase que te digo sobre a Minha Misericórdia

porque estão destinadas para um grande número de almas que tirarão

proveito delas.

 

1143. Na adoração o Senhor deu-me a conhecer mais profundamente o

que se refere a esta Obra.

 

1144. Hoje pedi perdão ao Senhor por todas as ofensas que o Seu

Coração divino sofre nas nossas casas.

 

1145. 6 VI [1937]. Primeiro domingo do mês. Escolhi este dia para o

retiro espiritual mensal.

A luz da meditação matutina: qualquer coisa que faças comigo, oh Jesus,

eu Te amarei sempre, porque sou Tua. É-me indiferente se me deixas aqui

ou noutra parte, sou sempre Tua.

Submeto-me com amor aos Teus sapientíssimos juízos, oh Deus; a Tua

vontade, Senhor, é o meu alimento quotidiano.

Tu que conheces os batimentos do meu coração, sabes que palpita

somente por Ti, meu Jesus. Nada consegue apagar o meu anseio de Ti. Eu

agonizo por Ti, Jesus. ¿Quando me levarás para a Tua casa?

 

1146. Que os maiores pecadores [ponham] a sua confiança na Minha

Misericórdia. Eles, mais que ninguém, têm direito a confiar no abismo

da Minha Misericórdia. Minha filha, escreve sobre a Minha

Misericórdia para as almas aflitas. Deleitam-Me as almas que recorrem

à Minha Misericórdia. A estas almas concedo-lhes graças acima do que

pedem. Não posso castigar mesmo o maior pecador se ele suplica a

Minha compaixão, mas justifico-o na Minha insondável e impenetrável

Misericórdia. Escreve: Antes de vir como juiz justo, abro de par em

par a porta da Minha Misericórdia. Quem não quer passar pela porta

da Minha Misericórdia, tem que passar pela porta da Minha justiça…

 

1147. Quando uma vez me senti ofendida por certo motivo e me

queixava ao Senhor Jesus, respondeu-me: Minha filha, ¿por que te

importam tanto o ensino e as palavras dos homens? Quero instruir-te

Eu Mesmo, por isso disponho as circunstâncias de modo que não possas

assistir a estas conferências; num só instante te farei conhecer mais do

que os outros alcancem esforçando-se durante muitos anos.

 

1148. 20 VI [1937]. Parecemo-nos mais com Deus quando perdoamos ao

próximo. Deus é amor, bondade e Misericórdia… Cada alma, e

especialmente a alma consagrada, deve reflectir em si a Minha

Misericórdia.

O Meu Coração está cheio de piedade e de Misericórdia para todos.

O coração da Minha esposa tem que ser semelhante ao Meu Coração;

do seu coração tem que brotar o manancial da Minha Misericórdia

para as almas, pois de outra forma não a reconhecerei.

 

1149. Em várias ocasiões notei como as almas consagradas defendem a

sua glória fingindo a glória de Deus, quando não se trata tanto da glória de

Deus mas da própria glória. Oh Jesus, quanto isso me feriu.

¡Que mistério descobrirá o dia do Teu Juízo! ¿Como é possível roubar os

dons de Deus?

 

1150. Hoje tive um grande desgosto de parte de certa pessoa secular. A

partir de uma coisa verdadeira contou muitas coisas inventadas, mas como

todas essas coisas foram tomadas como verdadeiras e difundidas por toda a

casa, quando chegaram aos meus ouvidos oprimiu-se-me o coração. ¿Como

é possível abusar da bondade dos outros? Mas decidi não dizer nem uma

palavra em minha defesa e manifestar ainda mais bondade a essa pessoa.

Mas dei-me conta de que tinha poucas forças para suportar isso

tranquilamente, dado que o assunto se prolongava por semanas.

 

Ao ver que

a tempestade estava para desencadear-se e que o vento começava a atirar a

areia directamente contra os olhos, fui diante do Santíssimo Sacramento e

disse ao Senhor Jesus: Jesus, peço-Te a força da Tua graça actual, porque

sinto que não tenho forças para esta luta. Protege-me com o Teu peito.

De repente ouvi estas palavras: Não tenhas medo, Eu estou contigo.

Ao afastar-me do altar uma fortaleza e uma tranquilidade misteriosas

envolveram a minha alma e a tempestade que investia contra a minha alma

como contra uma pedra, e a espuma da tempestade, tudo caíu sobre aqueles

que a tinham provocado. Oh, que bom é o Senhor que pagará a todos

segundo as suas obras…. Que cada alma implore para si a ajuda da graça

actual, já que às vezes a graça ordinária não é suficiente.

 

1151. Quando a dor se apropria de toda a minha alma

E o horizonte escurece como a noite,

E o coração fica atormentado pela tortura da tribulação,

Oh Jesus crucificado, Tu és a minha força.

Quando a alma ofuscada pela dor,

Se esforça e luta sem respirar,

E o coração agoniza na amargura da angústia,

Oh Jesus crucificado, esperança da minha salvação.

E assim passa dia após dia,

E a alma funde-se num mar de amargura,

E o coração dilui-se em lágrimas,

Oh Jesus crucificado, Tu me iluminas como a aurora.

E quando o cálice de amargura já transborda,

E tudo conspira contra ela,

E a alma vive momentos de Getsemani,

Oh Jesus crucificado, em Ti tenho a minha defesa.

Quando a alma consciente da sua inocência

Aceita de Deus estas provações,

Então o coração é capaz de compensar

As moléstias com o amor,

Oh Jesus crucificado, muda a minha debilidade

Em omnipotência.

 

1152. Não é coisa fácil suportar alegremente os sofrimentos e,

principalmente, os não merecidos. A natureza corrompida revolta-se,

embora a vontade e a inteligência sejam superiores ao sofrimento, sendo

capazes de fazer o bem àqueles que nos fazem sofrer. No entanto o

sentimento faz muito ruído e, como um espírito inquieto, ataca a vontade e

a inteligência. E é só quando verifica que nada pode fazer por si só, acalmase e submete-se à mente e à vontade. Mas é como um horrendo espantalho

que as emoções irrompem do íntimo e fazem muito estardalhaço, e é só

querer ouvi-las, quando não estão submetidas ao domínio da vontade e da

inteligência.

 

1153. 23 VI [1937]. Enquanto rezava diante do Santíssimo Sacramento,

subitamente os meus sofrimentos físicos desapareceram e ouvi na alma uma

voz: Vê que num instante te posso dar tudo, não estou sujeito a

nenhuma lei.

 

24 VI [1937]. Depois da Santa Comunhão ouvi estas palavras: Deves

saber, Minha filha, que num só instante posso dar-te tudo o que

necessites para realizar esta Obra. Depois destas palavras uma luz

singular permaneceu na minha alma e todas as exigências de Deus me

pareciam tão simples que até uma criança pequena as poderia cumprir.

 

1154. 27 VI [1937]. Hoje vi o convento desta nova Congregação [326].

Uma casa ampla e espaçosa, visitei todos as divisões, uma após outra; vi

que a Divina Providência tinha provido cada lugar de tudo o que era

necessário. As pessoas que viviam nesse convento, de momento levavam

trajes seculares, mas reinava o espírito religioso em toda a plenitude e eu

organizava tudo segundo o desejava o Senhor. De repente fui interpelada

por uma das nossas irmãs: «¿Como pode a irmã relizar obras como estas?»

Respondi: Não eu, mas o Senhor através de mim, e tenho licença para tudo.

Durante a Santa Missa veio-me luz e uma profunda compreensão de toda

esta Obra e na minha alma não ficou nem uma sombra de dúvida.

 

1155. O Senhor fez-me conhecer a Sua vontade sob três aspectos, mas

constituindo uma só coisa.

Primeiro: as almas apartadas do mundo arderão como vítimas diante do

trono de Deus e pedirão Misericórdia para o mundo inteiro… Implorarão

bênçãos para os sacerdotes e, através da oração, prepararão o mundo para a

vinda final de Jesus.

 

1156. Segundo: a oração unida com as obras de Misericórdia. De modo

especial protegerão do mal as almas das crianças. A oração e as obras de

Misericórdia encerram em si tudo o que aquelas almas devem fazer. Podem

ser admitidas inclusivamente as mais pobres e empenhar-se-ão em despertar

o amor e a Misericórdia de Jesus neste mundo cheio de egoísmo.

 

1157. Terceiro: a oração e a atitude caritativa não ligadas por nenhum

voto, mas permitindo que pela sua prática as pessoas possam vir a participar

de todos os méritos e privilégios da Comunidade. A este grupo podem

pertencer todas as pessoas que vivam no mundo.

 

1158. O membro deste grupo deve cumprir uma obra de Misericórdia

por dia, pelo menos; mas podem ser mais, porque cada um pode cumpri-las

facilmente, mesmo o mais pobre, já que é triplo o modo de fazer uma obra

de Misericórdia: a palavra misericordiosa, perdoando e consolando;

segundo, quando não é possível com a palavra, então rezando, e isto

também é uma obra de Misericórdia; terceiro, as obras de Misericórdia. E

quando chegue o último dia, seremos julgados por isto e segundo isto

receberemos a sentença eterna.

 

1159. Os canais das graças divinas estão abertos para nós, tratemos de

aproveitá-los antes que venha o dia da justiça de Deus, que [será] um dia

terrível.

 

1160. Uma vez, quando perguntei ao Senhor como podia suportar tantos

delitos e toda a diversidade de crimes sem os castigar, o Senhor respondeume: Para castigar tenho a eternidade e agora estou prolongando-lhes o

tempo da Misericórdia, mas ai deles se não reconhecerem este tempo da

Minha visita. Minha filha, secretária da Minha Misericórdia, não só te

obrigo a escrever e proclamar a Minha Misericórdia, mas também a

suplicar para eles a Graça, para que também eles bendigam a Minha

Misericórdia.

 

1161. Hoje a minha alma experimentou um tormento tão grande que

comecei a lamentar-me a Jesus: Jesus, ¿Como podes deixar-me só? Eu só

não dou nem sequer um passo em frente. Tu ocultas-Te e tiraste-Me o

confessor e sabes, Jesus, que por mim nada mais sei do que desperdiçar as

Tuas graças. Oh Jesus, dispõe as coisas de modo que o Padre Andrasz

regresse. No entanto a angústia continuava.

 

1162. Surgiu-me a ideia de procurar um sacerdote e contar-lhe os meus

tormentos e várias inspirações para que me esclarecesse, e até falei desta

ideia à Madre Superiora. A Madre respondeu: «creia, irmã, embora lhe

custe, que de verdade agora não conheço nenhum sacerdote que possa darlhe uma resposta e dentro de pouco tempo regressará o Padre. Assim, por

agora, confie tudo ao Senhor Jesus».

 

1163. Quando fui para falar um momento com o Senhor, ouvi na alma

uma voz: Minha filha, não te darei a graça de te confiar a outro, e

embora te confesses não darei a esse sacerdote a graça de poder

compreender-te. No momento actual agrada-Me que te suportes

pacientemente a ti mesma. Minha filha, não é Minha vontade que fales

a todos dos dons que te concedi. Entreguei-te ao cuidado do amigo do

Meu Coração e é debaixo da sua direcção que se desenvolverá a tua

alma. Dei-lhe luz para conhecer a Minha vida na tua alma.

 

1164. Minha filha, quando estava perante Herodes obtive para ti a

graça de saber elevar-te por cima do desprezo humano e de seguir

fielmente os Meus passos. Cala, mesmo quando não quiserem

reconhecer a tua verdade, já que assim és mais eloquente.

 

1165. Deves saber, Minha filha, que quando aspiras à perfeição,

levas muitas almas à santidade e se não procurares a santidade, pela

mesma razão muitas almas permanecerão imperfeitas. Hás de saber

que a sua perfeição depende da tua perfeição e a maior parte da

responsabilidade delas recairá sobre ti.

 

1166. E disse-me: Não temas, Minha filhinha, mas sê fiel apenas à

Minha graça…

 

1167. Satanás confessou-me que sou objecto do seu ódio. Disse-me:

«Mil almas fazem-me menos danos do que tu quando falas da grande

Misericórdia do Omnipotente. Os maiores pecadores readquirem confiança

e voltam a Deus e eu – disse o espírito maligno – perco tudo; mas além

disso tu ainda me persegues com essa Misericórdia insondável do

Omnipotente». Percebi quanto Satanás odeia a Divina Misericórdia, não

quer reconhecer que Deus é bom.

 

1168. 29 VI 1937. Hoje, durante o pequeno almoço, o Padre Andrasz

cumprimentou, por telefone, toda a Comunidade; já voltou [de Roma] e esta

mesma tarde veio aqui. Todas as irmãs professas, as noviças e as duas

classes de alunas reuniram-se no quadrado fronteiro do pátio [327] e ali

aguardámos o querido Padre. As jovenzinhas saudaram-no com cantos e

poesias e pedimos-lhe que nos falasse de Roma e das muitas coisas belas

que tinha visitado ali. Falou-nos durante mais de duas horas e por isso não

houve tempo para falar a sós.

 

1169. Hoje a minha alma entrou numa íntima união com o Senhor.

Ensinou-me que devo sempre submeter-me à Sua santa vontade. Num só

instante posso dar-te mais do que possas desejar.

 

1170. 30 VI 1937. Hoje o Senhor disse-me: Muitas vezes quis enaltecer

esta Congregação, mas não posso, pela sua soberba. Minha filha, deves

saber que às almas soberbas não lhes concedo as Minhas graças e até

lhes tiro as já concedidas.

 

1171. Hoje, a Ir. Eulanda propôs-me um pacto; ela rezará por mim

e eu devo rezar pela sua classe de Vilna. Eu rezo sempre pela nossa obra,

mas decidi rezar pela classe de Vilna durante dois meses, e a Ir. Eulanda por

minha intenção, para que aproveite a graça de Deus; cada dia rezará três

Avé-Marias ao Verbo Encarnado. A nossa amizade tornou-se ainda mais

estreita.

1 VII 1937. Mês de Julho.

 

1172. Hoje enquanto rezava o Angelus, o Senhor fez-me compreender o

amor inconcebível de Deus para os homens. Eleva-nos até à Sua divindade.

Deixa-Se levar pelo amor e pela Sua Misericórdia insondável. Embora

anuncies o mistério por meio do Anjo, Tu Mesmo o realizas.

 

1173. Apesar da paz profunda de que goza a minha alma, luto

continuamente e às vezes travo uma batalha feroz para seguir fielmente o

meu caminho, isto é, o que o Senhor Jesus quer que siga. E o meu caminho

é a fidelidade à vontade de Deus em tudo e sempre, e especialmente na

fidelidade às inspirações interiores para ser um instrumento dócil nas mãos

de Deus e levar a cabo a Obra da Sua Misericórdia insondável.

 

1174. 4 VII 1937. Primeiro domingo do mês.

Retiro espiritual mensal.

À noite preparei-me com grande esmero e rezei muito tempo ao Espírito

Santo para que se dignasse conceder-me a Sua luz e me tomasse sob a Sua

direcção especial. Rezei também à Mãe de Deus e ao Anjo da Guarda e aos

patronos.

 

 

1175. Fruto da meditação.

Qualquer coisa que Jesus fez, fê-lo bem. Passou fazendo o bem. Na Sua

atitude estava cheio de bondade e de Misericórdia. A compaixão guiava os

Seus passos. Aos inimigos mostrava bondade, amabilidade, compreensão,

aos necessitados ajuda e consolo.

Este mês fiz o propósito: reflectir em mim com fidelidade estas atitudes

de Jesus embora me custassem muito.

 

1176. Durante a adoração ouvi na alma a voz: São-Me gratos os teus

esforços, minha filha, deleite do Meu Coração, vejo cada movimento do

teu coração com que Me adoras.

 

1177. Propósito especial.

Continuar com o mesmo: unir-me a Cristo misericordioso. Pela Sua

dolorosa Paixão rogarei ao Pai celestial pelo mundo inteiro. Ponto da

Regra: rigorosa observância do silêncio.

Entrar na profundidade do meu íntimo e agradecer a Deus por tudo,

unindo-me a Jesus: com Ele, n’Ele e por Ele dar glória a Deus.

 

1178. Oh Senhor, Amor meu, dou-Te graças pelo dia de hoje, por me

teres permitido recolher o tesouro das Tuas graças do manancial da Tua

Misericórdia insondável. Oh Jesus, não somente no dia de hoje, mas em

cada momento tiro da Tua insondável Misericórdia tudo o que a alma e o

corpo possam desejar.

 

1179. 7 VII 1937. Nos momentos de dúvida, isto é, quando a alma é

debil, que peça a Jesus que actue Ele mesmo; embora saiba que se deve

actuar com a ajuda da graça de Deus; no entanto, em certos momentos

deixar toda a actividade a Deus.

 

1180. 15 VII 1937. Em certa ocasião soube que seria transferida para

outra casa; esse conhecimento foi puramente interior. No mesmo momento

ouvi na alma uma voz: Não temas, Minha filha, a Minha vontade é que

estejas aqui. Os projectos humanos desfazem-se, pois têm de se

conformar à Minha vontade.

 

1181. Quando permanecia próximo do Senhor, disse: ¿Por que tens

medo de empreender a Obra que te encomendo? Respondi: ¿Por que

nestes momentos me deixas só, Jesus, e não sinto a Tua presença?

Minha filha, embora não Me sintas nas mais escondidas

profundidades do teu coração, não podes afirmar que não estou ali.

Retiro somente a percepção de Mim mesmo, mas isto não deve ser para

ti um impedimento para cumprir a Minha vontade. Faço-o pelos Meus

inescrutáveis desígnios, que conhecerás mais tarde. Minha filha, deves

saber de uma vez por todas que somente o pecado grave Me expulsa da

alma, e nada mais.

 

1182. Hoje o Senhor disse-me: Minha filha, Meu deleite e

complacência, nada Me deterá em conceder-te graças. A tua miséria

não é um obstáculo para a Minha Misericórdia. Minha filha, escreve

que quanto maior é a miséria de uma alma tanto maior é o direito que

tem à Minha Misericórdia e [convida] todas as almas a confiar no

inconcebível abismo da Minha Misericórdia, porque desejo salvá-las a

todas. Na cruz, a fonte da Minha Misericórdia foi aberta pela lança, de

par em par, para todas as almas, não excluindo nenhuma.

 

1183. Oh Jesus, desejo viver do momento actual, viver como se este dia

fosse o último da minha vida: aproveitar com zelo cada momento para a

maior glória de Deus, disfrutar de cada circunstância de modo que a alma

tire proveito. Olhar tudo sob o ponto de vista de que sem a vontade de Deus

não sucede nada.

Oh Deus de insondável Misericórdia, abraça o mundo inteiro e derramaTe sobre nós através do piedoso Coração de Jesus.

 

1184. Numa ocasião anterior.

À noite vi o Senhor Jesus crucificado. Das mãos e dos pés e do lado

gotejava o Sacratíssimo Sangue. Um momento depois Jesus disse-me: Todo

isto pela salvação das almas. Reflecte, Minha filha, sobre o que fazes

para a sua salvação. Respondi: Jesus, quando olho a Tua Paixão não faço

quase nada para salvar as almas. E o Senhor disse-me: Deves saber, Minha

filha, que o teu quotidiano, silencioso martírio na total submissão à

Minha vontade, leva muitas almas para o Céu e quando te pareça que o

sofrimento ultrapassa as tuas forças, olha para as Minhas chagas, e te

elevarás por cima do desprezo e dos juízos humanos. A meditação da

Minha Paixão ajudar-te-á a elevar-te acima de tudo. Entendi muitas

coisas que antes não tinha conseguido compreender.

 

1185. 9 VII 1937. À noite veio ver-me uma das irmãs defuntas e pediu

um dia de jejum e que nesse dia oferecesse por ela todas as práticas de

piedade. Respondi-Lhe que estava de acordo.

 

1186. No dia seguinte, na primeira hora, expressei a intenção de

[oferecer] tudo por essa irmã. Durante a Santa Missa, por um momento, vivi

o seu tormento, senti na alma uma fome tão grande de Deus que me parecia

que estava morrendo pelo desejo de me unir a Ele. Isso durou um breve

momento, mas compreendi o que é o vivo desejo das almas do Purgatório.

 

1187. Imediatamente depois da Santa Missa pedi à Madre Superiora

licença para jejuar, no entanto não o recebi por estar doente. Ao entrar na

capela ouvi estas palavras: «Se a irmã, tivesse jejuado, eu receberia alívio

só esta noite, mas pela obediência que lhe proibiu jejuar, recebi alívio

imediatamente. A obediência tem um grande poder». Depois destas

palavras ouvi: «Deus lhe pague».

 

1188. Rezo frequentemente pela Polónia, mas vejo uma grande

indignação de Deus contra ela, por ser tão ingrata.

Faço todo o esforço da alma para defendê-la. Recordo continuamente a

Deus as Suas promessas de Misericórdia. Quando vejo a Sua indignação,

espero com confiança no abismo da Misericórdia e nele insiro toda a

Polónia, e então não pode fazer uso da Sua justiça. Oh Pátria minha, quanto

me custas, não há dia em que não reze por ti.

 

1189. (Uma frase de São Vicente de Paulo: O Senhor sempre toma parte

numa obra quando elimina todos os meios humanos e nos ordena que

façamos alguma coisa que ultrapassa as nossas forças).

 

1190. Jesus.- De todas as Minhas chagas, como de torrentes, flui a

Misericórdia para as almas, mas a ferida do Meu Coração é a Fonte da

Misericórdia sem limites; desta fonte brotam todas as graças para as

almas. Queimam-Me as chamas da compaixão, desejo derramá-las

sobre as almas dos homems. Fala ao mundo inteiro da Minha

Misericórdia.

 

1191. Enquanto vivemos, o amor de Deus cresce em nós. Devemos

procurar o amor de Deus até à morte.

Soube e experimentei que as almas que vivem no amor distinguem-se

por uma grande perspicácia no conhecimento das coisas divinas, tanto na

sua própria alma como nas almas dos outros. Mesmo as almas simples, sem

instrução, se distinguem pela sabedoria.

 

1192. Na décima quarta estação [da Via-Sacra] experimento uma

estranha sensação de Jesus a ser soterrado.

Quando a minha alma é atormentada penso somente assim: Jesus é bom

e cheio de Misericórdia e embora a Terra se abra sob os meus pés, não

deixarei de ter confiança n’Ele.

 

1193. Hoje ouvi estas palavras: Minha filha, delícia do Meu Coração,

com deleite olho a tua alma, envio numerosas graças unicamente por ti,

detenho também muitos castigos unicamente por ti; travas-Me e não

posso exigir justiça; atas-Me as mãos com o teu amor.

 

1194. 13 VII 1937. Hoje Jesus explicou-me como tratar com uma das

irmãs que me tinha perguntado por muitas coisas espirituais, nas quais tinha

dúvidas. Mas, na realidade, não era isto o que lhe interessava, pois o que

queria era averiguar a minha opinião para ter alguma coisa para comentar

sobre mim a outras irmãs. Oh, se ao menos tivesse repetido as mesmas

palavras que eu lhe tinha dito, sem as alterar nem acrescentar. Jesus tinhame avisado sobre esta alma. Decidi rogar por ela, já que somente a oração

pode iluminá-la.

 

1195. Oh meu Jesus, nada pode diminuir o meu ideal, isto é, o amor que

tenho por Ti. Embora o caminho seja tão tremendamente eriçado de

espinhos, não tenho medo de avançar; embora o granizo de perseguições

me cubra, embora os amigos me abandonem, embora tudo conspire contra

mim e o horizonte se obscureça, embora a tempestade comece a cair e sinta

que estou só e tenho que fazer frente a tudo, então, com toda a

tranquilidade, confiarei na Tua Misericórdia, oh meu Deus, e a minha

confiança não ficará defraudada.

 

1196. Hoje, no refeitório, enquanto se aproximava uma irmã encarregada

de servir, experimentei uma grande dor no lugar das chagas de [Jesus]. Foime concedido conhecer o estado da sua alma. Rezei muito por ela.

 

1197. A tempestade acalmou repentinamente. Esta noite houve uma

terrível tempestade. Inclinei-me até ao chão e comecei a rezar as Letanias

de Todos os Santos. No final dessa ladainha dominou-me um sono tal que

não podia de nenhum modo terminar a prece. De repente levantei-me e

disse ao Senhor: Jesus, acalma a tempestade porque a Tua filhinha não

consegue continuar a rezar mais tempo e é vencida pelo sono. Depois destas

palavras abri a janela de par em par sem pôr sequer os ganchos. A Ir. N.

disse-me: «¿Que faz?, irmã, o torvelinho arrancará a janela». Respondi-Lhe

que dormisse tranquilamente, e imediatamente a tormenta amainou por

completo. No dia seguinte as irmãs falavam da repentina cessação da

tempestade sem saber explicá-la. Não comentei nada sobre o assunto, mas

pensei: Jesus e a Faustinita sabem como explicar…

 

1198. 20 [VII 1937]. Hoje inteirei-me de que devo ir para Rabka. Devo

partir só depois de 5 de Agosto, mas pedi à Madre Superiora que me

permitisse sair imediatamente. Não fui falar com o Padre Andrasz e pedi

para sair quanto antes. A Madre Superiora surpreendeu-se um pouco de

¿por que queria ir embora tão depressa? Eu,no entanto, não expliquei nem

esclareci porquê. Isso ficará em segredo para sempre. Nessas circunstâncias

fiz um propósito que devo manter.

 

1199. 29 [VII 1937]. Hoje parto para Rabka. Entrei um momento

na capela e pedi ao Senhor Jesus uma viagem feliz.

No entanto, na minha alma [reinam] o silêncio e a escuridão; senti que

estava só, que não tinha ninguém; pedi a Jesus que estivesse comigo.

Depois senti na alma um pequeno raio de luz, [sinal] de que Jesus estava

comigo, mas depois dessa graça as trevas aumentaram e a escuridão fez-se

ainda mais espessa na alma. Depois disse: faça-se a Tua vontade. Tu podes

tudo. Enquanto ia no comboio, e olhava pela janela a esplêndida paisagem e

as montanhas, comecei a experimentar na alma ainda maiores tormentos.

 

1200. Enquanto as irmãs me cumprimentavam, aumentou o meu

sofrimento. Quisera esconder-me e descansar um momento em solidão,

ficar só. Em tais momentos nenhuma criatura é capaz de me consolar e

embora quisesse dizer alguma coisa sobre mim mesma, experimentaria um

novo tormento; portanto em tais momentos calava-me e em silêncio

submetia-me à vontade de Deus, o que me dava alívio. Das criaturas não

pretendo nada; trato com elas somente se for necessário. Não farei

confidências a ninguém a não ser que seja necessário para a glória de Deus.

O meu relacionamento é com os Anjos.

 

1201. Aqui, no entanto, a saúde vai tão mal que me vejo obrigada a ficar

de cama. Sinto estranhas dores agudas em todo o tórax, nem sequer posso

mover as mãos. Passei uma noite em que tive que permanecer deitada sem

nenhum movimento, parecia-me que se me mexesse tudo rebentaria nos

pulmões. Essa noite parecia não ter fim; uni-me a Jesus crucificado e pedi

ao Pai Celestial pelos pecadores. Diz-se que a doença dos pulmões não

causa dores tão fortes, no entanto eu sinto continuamente dores agudas.

Aqui a saúde piorou tanto que tenho que ficar de cama. A Ir. N. disse que

aqui não melhorarei porque o clima de Rabka não faz bem a todos os

doentes.

 

1202. Hoje, nem sequer pude ir à Santa Missa nem [aproximar-me] da

Santa Comunhão, e entre os sofrimentos de alma e do corpo, repetia: Façase a vontade do Senhor. Sei que a Tua generosidade é ilimitada.

Então ouvi o canto de um Anjo que narrou, cantando, toda a minha vida,

tudo o que ela tinha contido em si. Fiquei surpreendida, mas isso também

me deu forças.

 

1203. São José pediu-me para lhe ter uma devoção constante. Disse-me

que rezasse diariamente três orações e o Lembrai-vos uma vez ao dia.

Olhou-me com grande bondade e explicou-me o muito que está apoiando

esta Obra. Prometeu-me a sua especialíssima ajuda e protecção. Rezo

diariamente as orações pedidas e sinto a sua protecção especial.

 

1204. 1 VIII 1937. Retiro espiritual de um dia.

Exercícios espirituais do sofrimento. Oh Jesus, nestes dias de sofrimento

não sou capaz de rezar nenhuma prece, o tormento do corpo e da alma

multiplicou-se. Oh meu Jesus, Tu vês bem que a Tua filhinha é débil. Não

me esforço muito, antes submeto a minha vontade à vontade de Jesus. Oh

Jesus, Tu para mim és sempre Jesus.

 

1205. Quando fui confessar-me, não sabia nem sequer como fazê-lo, no

entanto o sacerdote imediatamente se deu conta do estado da minha alma e

disse-me: «Apesar de tudo salvar-se-á, está num bom caminho, mas [Deus]

pode não devolver a luz anterior; Deus pode deixar a sua alma nessas trevas

e nessa escuridão até à morte. No entanto, submeta-se em tudo à vontade de

Deus».

 

1206. Hoje iniciei a novena à Santíssima Virgem [antes da solenidade]

da Assunção por três intenções: a primeira, para poder ver o Padre

Sopocko; a segunda, para que Deus anticipe [a realização] desta Obra; a

terceira, por intenção da minha Pátria.

 

1207. 10 VIII. Hoje regresso a Cracóvia na companhia de uma irmã. A

minha alma envolta no sofrimento; uno-me a Ele continuamente, com um

acto da vontade. Ele é a minha força e a minha fortaleza.

 

1208. Sê abençoado, oh Deus, por tudo o que me envias. Sem a Tua

vontade nada sucede debaixo do sol, não posso penetrar os Teus mistérios a

meu respeito, mas aproximo os lábios do cálice que me é oferecido.

Jesus, eu confio em Vós.

 

1209. Novena à Divina Misericórdia, que Jesus me mandou

escrever e fazer antes da Festa da Misericórdia. Começa na Sexta-feira

Santa.

 

Desejo que durante esses nove dias leves às almas a Fonte de Minha

Misericórdia para que tirem forças, alívio e toda a graça que necesitem

para afrontar as dificuldades da vida e, especialmente, na hora da

morte. Cada dia trarás ao Meu Coração um grupo diferente de almas e

as submergirás neste mar da Minha Misericórdia. E a todas estas

almas Eu as introduzirei na casa do Meu Pai. Farás isto nesta vida e na

vida futura. E não recusarei nada a nenhuma alma que trouxeres à

Fonte da Minha Misericórdia. Todos os dias pedirás ao Meu Pai graças

para estas almas pela Minha amarga Paixão.

 

Respondi: Jesus, não sei como fazer esta novena e que almas introduzir

primeiro no Teu muito misericordioso Coração. E Jesus respondeu-me que

me diria, cada dia, que almas devia introduzir no Seu Coração.

 

1210. Primeiro dia

Hoje, traz-Me toda a humanidade e, especialmente, todos os

pecadores, e submerge-os no mar de Minha Misericórdia. Desta forma

Me consolarás da amarga tristeza [em] que Me afunda a perda das

almas.

 

1211. Jesus tão misericordioso, cuja natureza é a de ter compaixão de

nós e de nos perdoar, não olhes para os nossos pecados, mas para a

confiança que depositamos na Tua bondade infinita. Acolhe-nos na morada

do Teu muito compassivo Coração e nunca nos deixes sair d'Ele.

Suplicamos-Te pelo Amor que Te une ao Pai e ao Espírito Santo.

Oh omnipotência da Divina Misericórdia

Salvação do homem pecador,

Tu [és] a Misericórdia e um mar de compaixão,

Ajudas quem Te pede com humildade

Pai eterno, olha com Misericórdia para toda a humanidade e,

especialmente, para os pobres pecadores que estão encerrados no Coração

de Jesus cheio de compaixão e, pela Sua dolorosa Paixão, mostra-nos a Tua

Misericórdia, para que louvemos a Sua omnipotência pelos séculos dos

séculos. Amen.

 

1212. Segundo dia

Hoje, traz-Me as almas dos sacerdotes e as almas dos religiosos, e

submerge-as na Minha Misericórdia insondável. Foram elas as que Me

deram fortaleza para suportar a Minha amarga Paixão. Atravês delas,

como através de canais, a Minha Misericórdia flui para a humanidade.

 

1213. Jesus misericordiosíssimo, de quem procede todo o bem, aumenta

a Tua graça em nós para que realizemos obras dignas de Misericórdia, de

maneira que todos aqueles que nos vêm, glorifiquem o Pai de Misericórdia

que está no Céu.

A fonte do amor de Deus,

Vive nos corações puros,

Purificados no mar de Misericórdia,

Resplandecentes como as estrelas,

Claros como a aurora.

Pai eterno, olha com Misericórdia o grupo escolhido da Tua vinha, as

almas dos sacerdotes e as almas dos religiosos; dá-lhes o poder da Tua

bênção. Pelo amor do Coração do Teu Filho, no qual estão encerradas,

concede-lhes o poder da Tua luz para que possam guiar outros no caminho

da salvação e, a uma só voz, cantem louvores à Tua Misericórdia sem limite

pelos séculos dos séculos.

Amen.

 

1214. Terceiro dia

Hoje, traz-Me todas as almas devotas e fiéis, e submerge-as no mar

da Minha Misericórdia. Estas almas consolaram-Me ao longo da Via

Crucis. Foram uma gota de consoloção no meio de um mar de

amargura.

 

1215. Jesus infinitamente compassivo, que desde o tesouro da Tua

Misericórdia nos concedes a todos as Tuas graças em grande abundância,

acolhe-nos na morada do Teu clementisimo Coração e nunca nos deixes

escapar d'Ele. Suplicamos-Te pelo inconcebível Amor com que o Teu

Coração arde pelo Pai celestial.

São impenetráveis as maravilhas da Misericórdia,

Não consegue sondá-las nem o pecador nem o justo,

Olhas todos com compaixão,

E atrais todos ao Teu amor.

Pai eterno, olha com Misericórdia as almas fiéis como herança do Teu

Filho e, pela Sua dolorosa Paixão, concede-lhes a Tua bênção e rodeia-as

com a Tua protecção constante para que não percam o amor e o tesouro da

santa fé, mas que, com toda a legião dos Anjos e dos Santos, glorifiquem a

Tua infinita Misericórdia pelos séculos dos séculos. Amen.

Quarto dia

 

1216 Hoje, traz-Me os pagãos (*) e aqueles que ainda não Me

conhecem. Também pensava neles durante a Minha amarga Paixão e o

seu futuro zelo consolou o Meu Coração. Submerge-os no mar da

Minha Misericórdia.

 

1217. Jesus compassivíssimo, que és a luz do mundo inteiro. Acolhe na

morada do Teu piedosíssimo Coração as almas dos pagãos que ainda não Te

conhecem. Que os raios da Tua graça as iluminem para que também elas,

unidas a nós, louvem a Tua Misericórdia admirável e não as deixes sair da

morada do Teu compassivíssimo Coração.

A luz do Teu amor ilumine as trevas das almas

Faz que estas almas Te conheçam,

E junto connosco glorifiquem

A Tua Misericórdia.

Pai eterno, olha com Misericórdia as almas dos pagãos e dos que ainda

não Te conhecem, mas que estão encerrados no muito compassivo Coração

de Jesus. Atrai-as para a luz do Evangelho. Estas almas desconhecem a

grande felicidade que é amar-Te. Concede-lhes que também elas louvem a

generosidade da Tua Misericórdia pelos séculos dos séculos. Amen.

1218. Quinto dia

 

Hoje, traz-Me as almas dos herejes e dos cismáticos, (**) e

submerge-as no mar de Minha Misericórdia. Durante a Minha amarga

Paixão, dilaceraram o Meu corpo e o Meu Coração, isto é, a Minha

Igreja. Quando regressam à Igreja, as Minhas chagas cicatrizam

e deste modo aliviam a Minha Paixão.

Também para aqueles que rasgaram

a veste da Tua unidade

Brota do Teu Coração a fonte de piedade.

A omnipotência da Tua Misericórdia, oh Deus,

Pode tirar do erro também estas almas.

 

1219. Jesus sumamente misericordioso, que és a mesma bondade, não

negues a luz aos que a pedem.

Acolhe na morada do Teu muito compassivo Coração as almas dos

herejes e as almas dos cismáticos e leva-as, com a Tua luz, à unidade da

Igreja; não as deixes afastar-se da morada do Teu compassivíssimo

Coração, mas faz que também elas glorifiquem a generosidade da Tua

Misericórdia. Pai eterno, olha com Misericórdia as almas dos herejes e dos

cismáticos que deperdiçaram as Tuas bênçãos e abusaram das Tuas graças

por persistir obstinadamente nos seus erros. Não olhes os seus erros, mas o

amor do Teu Filho e a Sua amarga Paixão que sofreu por eles, já que

também eles estão acolhidos no sumamente compassivo Coração de Jesus.

Faz que também eles glorifiquem a Tua grande Misericórdia pelos séculos

dos séculos. Amen.

 

1220. Sexto dia

Hoje, traz-Me as almas mansas e humildes e as almas das crianças

pequenas, e submerge-as na Minha Misericórdia. Estas são as almas

mais semelhantes ao Meu Coração. Elas fortaleceram-Me durante a

Minha amarga agonia. Via-as como Anjos terrestres que velariam ao

pé dos Meus altares. Sobre elas derramo torrentes inteiras de graças.

Somente a alma humilde é capaz de receber a Minha graça; concedo a

Minha confiança às almas humildes.

 

1221. Jesus, tão misericordioso, Tu Mesmo disseste: Aprendam de

Mim que sou manso e humilde de coração. Acolhe na morada do Teu

compassivíssimo Coração as almas mansas e humildes e as almas das

crianças pequenas. Estas almas levam todo o Céu ao êxtase e são as

preferidas do Pai celestial.

São um ramalhete perfumado diante do trono de Deus, cujo perfume

deleita o próprio Deus. Estas almas têm uma morada permanente no Teu

compassivíssimo Coração e cantam sem cessar um hino de amor e

Misericórdia pela eternidade.

 

1222. De verdade a alma humilde e mansa

Já aqui na Terra respira o paraíso,

E com o perfume do seu humilde coração

Se deleita o próprio Criador.

 

1223. Pai eterno, olha com Misericórdia as almas mansas e humildes,

assim como as almas dos pequeninos que estão encerradas no muito

compassivo Coração de Jesus. Estas almas são as mais semelhantes ao Teu

Filho. O seu aroma sobe da Terra e alcança o Teu trono. Pai de Misericórdia

e de toda a bondade, suplico-Te, pelo amor que tens por estas almas e o

prazer que Te proporcionam, que abençoes o mundo inteiro para que todas

as almas cantem juntas louvores à Tua Misericórdia pelos séculos dos

séculos. Amen.

Sétimo dia

 

1224 Hoje, traz-Me as almas que veneram e glorificam a Minha

Misericórdia de modo especial e submerge-as na Minha Misericórdia.

Estas almas são as que mais lamentaram a Minha Paixão e penetraram

mais profundamente n'O meu espírito. Elas são um reflexo vivo do

Meu Coração compassivo. Estas almas resplandecerão com um

resplendor especial na vida futura. Nenhuma delas irá para o fogo do

Inferno. Defenderei cada uma, de modo especial, na hora da morte.

 

1225. Jesus misericordiosíssimo, cujo Coração é o próprio Amor, acolhe

na morada do Teu compassivíssimo Coração as almas que veneram e

louvam de modo especial a grandeza da Tua Misericórdia. Estas almas são

fortes com o poder do próprio Deus. No meio de toda a série de aflições e

adversidades seguem em frente, confiadas na Tua Misericórdia e, unidas a

Ti, levam sobre os ombros toda a humanidade. Estas almas não serão

julgadas severamente, mas a Tua Misericórdia as protegerá na hora da

morte.

A alma que louva a bondade do seu Senhor

É por Ele especialmente amada.

Está sempre ao lado da fonte viva

E consegue graças da Divina Misericórdia.

Pai eterno, olha com Misericórdia aquelas almas que glorificam e

veneram o Teu maior atributo, isto é, a Tua Misericórdia insondável, e que

estão encerradas no compassivíssimo Coração de Jesus. Estas almas são um

Evangelho vivo, as suas mãos estão cheias de obras de Misericórdia e os

seus corações, transbordantes de alegria, cantam-Te, oh Altíssimo, um

cântico de Misericórdia. Suplico-Te, oh Deus, mostra-lhes a Tua

Misericórdia segundo a esperança e a confiança que em Ti depositaram.

Que se cumpra nelas a promessa de Jesus que disse: As almas que

veneram esta Minha infinita Misericórdia, Eu Mesmo as defenderei

como a Minha glória durante as suas vidas e especialmente na hora da

morte.

 

1226. Oitavo dia

Hoje traz-Me as almas que estão no cárcere do Purgatório e

submerge-as no abismo da Minha Misericórdia. Que as torrentes do

Meu sangue refresquem o ardor do Purgatório. Todas estas almas são

muito amadas por Mim. Elas cumprem o justo castigo que se deve à

Minha justiça. Está em teu poder dar-lhes alívio. Faz uso de todas as

indulgências do tesouro da Minha Igreja e oferece-as em seu nome…

Oh, se conhecesses os tormentos que elas sofrem, oferecerias

continuamente por elas as esmolas do espírito e saldarias as dívidas que

têm com a Minha justiça.

 

1227. Jesus misericordiosíssimo, Tu Mesmo disseste que desejas a

Misericórdia; eis-me aqui que levo à morada do Teu muito compassivo

Coração as almas do Purgatório, almas que Te são muito queridas, mas que

devem pagar a culpa devida à Tua justiça. Que as torrentes de Sangue e

Água que brotaram do Teu Coração, apaguem o fogo do Purgatório para

que também ali seja glorificado o poder da Tua Misericórdia.

Do tremendo ardor do fogo do Purgatório

Levanta-se um lamento à Tua Misericórdia.

E recebem consolo, alívio e refrigério

Na torrente da Água e do Sangue vertido.

Pai eterno, olha com Misericórdia as almas que sofrem no Purgatório e

que estão encerradas no muito compassivo Coração de Jesus. Suplico-Te,

pela dolorosa Paixão de Jesus, Teu Filho, e por toda a amargura com a qual

a Sua sacratisima alma foi inundada, mostra a Tua Misericórdia às almas

que estão sob o Teu justo olhar. Não as olhes senão através das feridas de

Jesus, Teu amadíssimo Filho, já que cremos que a Tua bondade e a Tua

compaixão não têm limites.

 

1228. Nono dia

Hoje, traz-Me as almas tíbias e submerge-as no abismo da Minha

Misericórdia. Estas almas são as que mais dolorosamente ferem o Meu

Coração. Por causa das almas tíbias, a minha alma experimentou a

mais intensa repugnância no Horto das Oliveiras. Por causa delas

disse: Pai, afasta de Mim este cálice, se for essa a Tua vontade. Para

elas, a última tábua de salvação consiste em recorrer à Minha

Misericórdia.

 

1229. Jesus piedosíssimo, que és a própria compaixão, trago-Te as almas

tíbias à morada do Teu piedosíssimo Coração. Que estas almas geladas que

se parecem a cadáveres e Te enchem de grande repugnância se aqueçam

com o fogo do Teu puro amor. Oh Jesus tão compassivo, exercita a

omnipotência da Tua Misericórdia e atrai-as ao ardor do Teu amor e

concede-lhes o amor santo, porque Tu tudo podes.

O fogo e o gelo não podem estar juntos,

Pois ou se apaga o fogo ou se derrete o gelo.

Mas a Tua Misericórdia, oh Deus,

Pode socorrer misérias ainda maiores.

Pai eterno, olha com Misericórdia as almas tíbias que, no entanto, estão

acolhidas no piedosíssimo Coração de Jesus. Pai da Misericórdia, suplicoTe, pela amarga Paixão de Teu Filho e pela Sua agonia de três horas na

cruz, permite que também elas glorifiquem o abismo da Tua Misericórdia…

*

* [A Novena foi traduzida seguindo textualmente o manuscrito da Ir. Faustina, e por se tratar de

um Documento Válido, o seu Diário difere do Devocionário traduzido e preparado especialmente

para uso dos fiéis.]

 

1230. Oh dia eterno, oh dia desejado,

Espero-te com anseio e impaciência.

Já dentro em pouco o amor soltará o véu,

E tu serás a minha salvação.

Oh dia esplêndido, momento incomparável,

Em que verei pela primeira vez o meu Deus,

Esposo da minha alma e Senhor dos senhores,

Sinto que o temor não dominará a minha alma.

Oh dia soleníssimo, oh dia luminoso,

Em que a alma verá a Deus em Seu poder,

E se submergirá inteira no Seu amor,

E saberá que já passaram as misérias do desterro

Oh dia feliz, oh dia abençoado,

Em que o meu coração se incendiará de ardor eterno por Ti,

Porque já agora Te sinto, embora através do véu,

Tu, oh Jesus, na vida e na morte és o meu êxtase e encanto.

Oh dia, que espero durante toda a minha vida.

E Te espero a Ti, oh Deus,

Já que Te desejo somente a Ti,

Só Tu estás no meu coração e tudo o mais é nada.

Oh dia de delícias, de eternas doçuras.

Oh Deus de grande Majestade, Esposo meu,

Tu sabes que nada sacia um coração virginal,

Inclino-me sobre o Teu doce Coração.

 

Fim do terceiro caderno

manuscrito do DIÁRIO

 

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