A Ordem dos Frades Menores (OFM) é uma ordem religiosa católica fundada por São Francisco de Assis em 1209, cujos membros vivem o Evangelho em espírito de fraternidade, pobreza, oração e serviço à reconciliação e à justiça. Atualmente, a Primeira Ordem Franciscana está dividida em três ramos principais: a Ordem dos Frades Menores (a própria OFM, conhecida como "Observantes"), a Ordem dos Frades Menores Conventuais (OFMConv) e a Ordem dos Frades Menores Capuchinhos (OFMCap).

 

CARACTERIZAÇÃO DA ORDEM

 

Fundação e Inspiração: Fundada por São Francisco de Assis, a ordem inspirou-se no seu carisma de simplicidade, fraternidade e radicalmente evangélica.

 

Vida dos Frades: Os frades devem viver em comunidade fraterna, seguindo a pobreza, a castidade e a obediência, e são enviados para evangelizar o mundo através da vida, obras e palavras.

 

Atividades: Embora não tenham uma tarefa pastoral exclusiva, desempenham várias atividades, como o cuidado com santuários, hospitais e escolas, a pregação, a assistência aos mais pobres e a atuação nas áreas da ciência, arte e literatura.

 

RAMOS DA ORDEM FRANCISCANA

 

Ordem dos Frades Menores (OFM): Também conhecida como "Observantes", é uma das divisões da ordem.

 

Ordem dos Frades Menores Conventuais (OFMConv): Enfatiza a vida conventual e de fraternidade.

 

Ordem dos Frades Menores Capuchinhos (OFMCap): Surgiu como um ramo independente da Ordem dos Frades Menores.

 

FAMÍLIA FRANCISCANA

 

A família franciscana inclui também a Segunda Ordem, composta pelas monjas clarissas, e a Terceira Ordem, que são os leigos que seguem o carisma franciscano, conhecida como a Ordem Franciscana Secular (OFS).

 

 

BREVE HISTÓRIA DOS FRANCISCANOS

 

A história dos franciscanos começou com São Francisco de Assis no início do século XIII, em Itália, com um movimento de reforma da Igreja através da vida de pobreza, humildade e serviço aos pobres. A sua ordem original, a dos Frades Menores, foi rapidamente seguida por outras duas: a Ordem de Santa Clara (Segunda Ordem) e a Terceira Ordem Franciscana. O carisma franciscano espalhou-se rapidamente pela Europa e pelo mundo, dando origem a diversas ramificações ao longo dos séculos, como os Franciscanos Conventuais e os Capuchinhos.

 

ORIGENS E CRESCIMENTO

 

Fundação: A ordem foi fundada por São Francisco de Assis por volta de 1208-1209, após a sua conversão e renúncia às riquezas.

 

Princípios: Os pilares da ordem eram o serviço aos pobres, a humildade, a fraternidade e uma ligação profunda com a natureza, inspirados na leitura literal do Evangelho.

 

Expansão: A ordem cresceu rapidamente e espalhou-se pela Europa, fundando províncias e iniciando missões ultramarinas a partir de 1217.

 

Outras ordens: Inspirada pelo seu carisma, São Francisco também fundou a Ordem das Clarissas para mulheres e a Terceira Ordem para leigos, criando uma "família franciscana".

 

DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO E DIVISÕES

 

Diversificação: Desde cedo, a ordem começou a diversificar-se em ramos diferentes, como os Conventuais e os Observantes, com base em diferentes ênfases na observância da Regra de São Francisco.

 

Independência: Em 1517, os Observantes e os Conventuais tornaram-se ordens separadas oficialmente.

 

Outros ramos: Mais tarde, surgiu outra ramificação com os Franciscanos Capuchinhos, fundada em 1520.

 

Amálgama: Em 1897, o Papa Leão XIII fundiu os vários ramos dos Observantes na Ordem dos Frades Menores, que hoje coexistem com os Conventuais e os Capuchinhos.

 

PRESENÇA EM PORTUGAL E NO MUNDO

 

Chegada a Portugal: A ordem estabeleceu-se em Portugal, onde teve um papel significativo, com a fundação da Província de Portugal em 1394.

 

Expansão missionária: Os franciscanos foram pioneiros na expansão missionária em várias partes do mundo, incluindo a América do Sul e Central, a partir do século XVI.

 

Atuação atual: Atualmente, as diversas famílias franciscanas continuam ativas em todo o mundo, dedicando-se à pregação, assistência social, educação e cuidado com os doentes.

 

Os Dominicanos, ou Ordem dos Pregadores, são uma ordem religiosa católica fundada em 1216 por São Domingos de Gusmão com a missão de pregar a palavra de Deus. Não são monges, mas sim frades que vivem em comunidades (conventos), seguindo os votos de pobreza, castidade e obediência. A sua vocação primordial é a salvação das almas através da pregação e do estudo da fé, combatendo a heresia e vivendo uma vida apostólica de contemplação e ação.

 

CARATERÍSTICAS DA ORDEM

 

Fundação: Fundada em Toulouse, França, em 1216, por São Domingos de Gusmão.

 

Missão: A pregação da palavra de Deus, o combate à heresia e a evangelização.

 

Vocação: "Salvação das almas" através da pregação e do estudo.

 

Vida: Vivem em comunidades (conventos) perto de cidades.

Fazem os votos de pobreza, castidade e obediência.

Dedicam-se à liturgia, ao estudo e à vida apostólica, como serviço aos pobres e obras de caridade.

 

Estrutura: A Ordem tem uma estrutura hierárquica liderada pelo Mestre da Ordem, com o auxílio de um Capítulo Geral.

 

EM PORTUGAL

 

A Ordem chegou a Portugal em 1217.

 

A província portuguesa foi extinta em 1834, mas restaurada a 11 de março de 1962.

 

Um dos seus conventos mais conhecidos em Portugal é o de Santa Maria da Vitória, no Mosteiro da Batalha.

 

BREVE HISTÓRIA DOS DOMINICANOS

 

 

“O curso da história dominicana é como o de todos os rios. Por vezes corre forte e caudaloso, por vezes as suas águas reduzem-se a um fio. Nunca, porém, deixa de correr” (William A. Hinnebusch, op).

 

Para cada época histórica, em atenção aos seus desafios próprios e às necessidades cíclicas de reforma e purificação da Igreja (Ecclesia semper reformanda), Deus suscita grandes santos e profetas entre o seu povo. Foi o que se passou nos primeiros anos do séc. XIII, com o surgimento das chamadas ‘ordens mendicantes’, pela mão de homens da estatura de São Francisco de Assis e de São Domingos de Gusmão.

 

Domingos nasceu em Caleruega, Espanha, por volta de 1170/71, oriundo de uma família nobre castelhana. Domingos intuiu como poucos a missão que o Senhor tinha para ele: dedicar-se ao ministério da Palavra de modo eminente, pela pregação incansável e constante. Dele se dizia, de resto, que, “só falava de Deus ou com Deus”.

 

Numa época em que a pregação era um ministério reservado aos bispos e em que grassavam heresias em muitas regiões da Europa Ocidental, que atraíam muitas pessoas, Domingos, lendo os sinais dos tempos, teve a intuição evangélica de criar um grupo de irmãos pregadores – livres pela pobreza e itinerantes por natureza - que, a partir da vida comunitária, do estudo e da oração intensa, levassem a Palavra de Deus a todo o mundo. A este propósito, o Beato Jordão de Saxónia, segundo Mestre da Ordem (depois de Domingos), oferece-nos um poderoso retrato do fundador da Ordem dos Pregadores: “Inflamado de zelo por Deus e de ardor sobrenatural, pela sua caridade sem confins e o fervor do espírito veemente, consagrou-se totalmente à observância apostólica e à pregação evangélica”.

 

São Domingos distinguiu-se pelo seu interesse no estudo da Sagrada Escritura e pela sua paixão pela verdade, a tal ponto que a palavra Veritas constitui um dos lemas mais significativos da Ordem. Mas São Domingos distinguiu-se igualmente pelo seu amor aos pobres e pela sua compaixão pelos pecadores. A provar a sua acção caritativa, basta recordar o memorável episódio, em que, por ocasião de uma grande fome, São Domingos não hesitou em vender os seus livros – que na época constituíam um bem de grande valor patrimonial – para socorrer os famintos da região afectada.

 

Entretanto, São Domingos rodeou-se de alguns companheiros e começou a engendrar a fundação, no seio da Igreja, de uma nova ordem religiosa. Assim, na Primavera de 1215, o Bispo Foulques de Toulouse estabeleceu-os como uma fraternidade de pregadores na sua diocese. O passo seguinte seria obter a confirmação papal da fundação. A oportunidade surgiu quando o Bispo Foulques partiu para Roma, em 1215, tendo Domingos como companheiro, para tomar parte no IV Concílio de Latrão.

 

Em Roma, o Papa Inocêncio III mostrou-se muito receptivo em relação ao ideal de Domingos e seus companheiros. Na Primavera de 1216, Domingos, tendo adoptado a Regra de Stº Agostinho e composto os respectivos estatutos, viu o seu projecto ser bem acolhido pelo Papa. Contudo, a aprovação formal da Ordem – inicialmente como uma corporação de Cónegos Regrantes - chegaria apenas no fim desse ano, no dia 22 de Dezembro de 1216, pela mão de Honório III (Inocêncio III havia entretanto falecido, em Julho). Uma segunda bula, publicada no dia 21 de Janeiro de 1217, reconhecia a novidade das ideias de Domingos e aprovava a sua fundação como “uma Ordem que teria o nome e seria uma Ordem de Pregadores”.

 

Quando Domingos faleceu, na Festa da Transfiguração do Senhor, em 6 de Agosto de 1221, em Bolonha – cidade que o declarou seu padroeiro -, a sua obra já tinha alcançado grande sucesso. A Ordem dos Pregadores, com o apoio da Santa Sé, difundiu-se em muitas cidades da Europa, particularmente cidades universitárias, em atenção ao carisma especial da Ordem.

 

Domingos foi canonizado, no dia 3 de Julho de 1234, pelo Papa Gregório IX, que o comparou, então, aos Apóstolos e a outros fundadores eminentes, como Bento de Núrsia e Francisco de Assis. A chama que nele ardia nunca mais se extinguiu. E, de facto, no ano 2016, a Ordem festejou o Jubileu dos 800 anos!

 

ESPIRITUALIDADE

 

Antes de mais, a espiritualidade dominicana é uma espiritualidade cristã. Conforme nos ensina Gustavo Gutiérrez, eminente teólogo dominicano, esta tem dois momentos: o primeiro momento consiste no encontro pessoal com Jesus; o segundo momento é o do seguimento de Jesus. É neste quadro espiritual básico que se insere a espiritualidade dominicana. Naturalmente, contudo, a espiritualidade dominicana tem as suas especificidades próprias, em atenção à grande riqueza de dons e carismas de que a Igreja é portadora. A partir desta realidade, podemos desde já adiantar que a espiritualidade dominicana funda-se num tripé, formado pela vida comunitária, pelo estudo e pela oração. E este tripé existe em função de uma missão essencial: a pregação evangélica.

 

Por ‘vida comunitária’ não se quer fazer referência a uma simples convivência grupal, debaixo de um mesmo tecto e partilhando as despesas correntes da vida diária. Isto seria sempre um critério quantitativo, altamente insuficiente neste contexto. De facto, a ‘vida comunitária’ que está verdadeiramente aqui em causa é a vida fraterna comum. Esta é que é fonte da vida espiritual dominicana. São as relações humanas fraternas, a partilha da fé e da vida que dão o tempero próprio a uma pregação que se pretende conjunta, de toda uma comunidade. Um exemplo que ficou célebre na história da Ordem foi o da pregação de António Montesinos, na Ilha de La Hispaniola, no séc. XVI. Coagida a comunidade a se distanciar da pregação profética – e muito incómoda - de Montesinos, Pedro de Córdova, prior conventual, não hesitou em defender o seu confrade Montesinos, perante as autoridades civis e militares, e em afirmar que a pregação de Montesinos era a pregação de toda a comunidade.

 

No que se refere ao estudo, desde os primórdios da Ordem que São Domingos imprimiu no ‘ADN’ da espiritualidade dominicana a paixão pela verdade (‘Veritas’, lema da Ordem), animando os seus confrades ao estudo e à investigação, ao aprofundamento teológico e escriturístico. Não foi por acaso que os primeiros conventos da Ordem surgiram nas grandes cidades universitárias medievais e, mais precisamente, junto às respectivas universidades. Foi o caso de Bolonha, de Paris, de Salamanca e de Oxford, apenas para dar alguns exemplos mais significativos. Num mundo globalizado e complexificado como o nosso, faminto da verdade e da misericórdia cristã, a dimensão dominicana do estudo e da investigação continua a ter hoje, talvez mais que nunca, toda a pujança e actualidade.

 

Chegamos então à oração. A vida dominicana não teria subsistência fora dum quadro de forte presença e referência a Deus e de ardor evangélico. Estas realidades encontram a sua fonte na oração e na prática sacramental, esta também uma forma eminente de oração. É pela oração – comunitária e pessoal – que se vivem os momentos mais explícitos de diálogo com Deus. Mas a oração é também o transfundo vital da vida fraterna comum e do estudo. Efectivamente, sem sentido evangélico não se consegue ver no outro um irmão e o estudo redundaria em mera vaidade ou vacuidade. A este respeito, é fundamental ter presente o adágio espiritual dominicano, Contemplata aliis tradere (‘contemplar e dar o contemplado’). O dominicano é chamado à contemplação no estudo, na oração e na vida fraterna comum, e a partilhar os frutos dessa contemplação. Deste modo, o dominicano é chamado a ser contemplativo na acção.

 

Formada a partir destes elementos estruturais, a espiritualidade dominicana deverá desembocar na sua missão última: a pregação do Reino de Deus, conforme ao Evangelho. Esta pregação está marcada, no dominicanismo, por uma dimensão claramente cristocêntrica - marcada pelo mistério da Incarnação e pelo mistério Pascal -, e é potenciada pela pobreza evangélica e pelo animus missionário dos seus membros.

 

ESTRUTURA

 

E agora uma breve referência à estrutura da Ordem dos Pregadores, concretamente à sua estrutura actual.

 

O Mestre da Ordem é o sucessor de São Domingos e está sedeado, juntamente com os seus assistentes, em Roma, no Convento de Santa Sabina. É o prelado próprio e imediato de todos os irmãos, conventos e províncias, em virtude da profissão de obediência feita a ele por cada um dos seus membros.

 

O Capítulo Geral, por sua vez, que tem a suprema autoridade na Ordem, consiste na reunião dos irmãos representantes das diversas províncias, para tratar e definir tudo o que diz respeito ao bem de toda a Ordem e, se for o caso, eleger o Mestre da Ordem.

 

Cada província, por sua vez, é dirigida por um prior provincial, com o auxílio do seu conselho. Uma província poderá ter, sob a sua jurisdição, um ou mais vicariatos.

 

A província é composta por conventos, casas e obras, onde vivem e a partir de onde os irmãos pregadores realizam o seu trabalho apostólico.

 

A Ordem de Santo Agostinho, também conhecida como Ordem Agostiniana, é uma ordem religiosa católica mendicante inspirada em Santo Agostinho, fundada em 1244 através da união de várias comunidades eremíticas na Itália. Os seus membros, conhecidos como Agostinianos, seguem a Regra de Santo Agostinho e enfatizam a vida em comunidade, o estudo, o pensamento intelectual e a busca pela paz e reconciliação.

 

CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS

 

Origem: Fundada pelo Papa Inocêncio IV em 1244, unindo diversas comunidades eremíticas que seguiam a Regra de Santo Agostinho. A ordem foi formalizada em 1256 pelo Papa Alexandre IV, que promoveu a "Grande União" de diversas congregações.

 

Espiritualidade: Baseia-se nos ensinamentos de Santo Agostinho, valorizando a vida comunitária como um caminho para a santidade e a busca de Deus. O lema "Um só coração e uma só alma em Deus" reflete o ideal de união e fraternidade.

 

Ordem mendicante: Faz parte das ordens mendicantes, juntamente com os franciscanos e dominicanos, o que implica um compromisso com o voto de pobreza e a renúncia a bens materiais.

 

Comunidade: A "Família Agostiniana" é formada por frades, monjas, fraternidades seculares e leigos, e o seu carisma é orientar a vida em comunidade.

 

Legado: A ordem tem uma forte tradição acadêmica, com muitos estudiosos importantes ao longo da história, uma vez que Santo Agostinho é padroeiro dos teólogos.

 

Presença em Portugal: Existem duas comunidades agostinianas em Portugal, localizadas em Santaia da Zoia e na paróquia de São Domingos da Rana.

 

NASCE UMA NOVA ORDEM RELIGIOSA

 

Em março de 1244 nascia a Ordem dos Eremitas de Santo Agostinho com a Bula “Incumbit nobis”, do Papa Inocêncio IV, que decretava aos diversos grupos eremíticos espalhados pela Itália central (Toscana), que se unissem, se conformassem a um mesmo estilo de vida, adotassem a Regra de Santo Agostinho e nomeassem um Prior Geral para conduzi-los. Começou assim a história da Ordem de Santo Agostinho.

 

Em 1256, o Papa Alexandre IV deu um novo impulso à Ordem fundada na Itália, através da bula “Licet Ecclesiae catholicae”, e várias ordens e congregações foram unidas. A Grande União aconteceu no convento romano de Santa Maria del Popolo, em Roma. No ato de sua fundação, a nova Ordem contava com 180 casas religiosas na Itália, Áustria, Alemanha, Suíça, Países Baixos, França, Espanha, Portugal, Hungria, Boêmia e Inglaterra.

 

Os Agostinianos entraram para o rol das Ordens Mendicantes, junto com os Dominicanos, Franciscanos e, pouco depois, os Carmelitas.

 

Os Agostinianos ou Frades Agostinianos, não foram fundados diretamente por Santo Agostinho (354-430), mas pela Santa Sé, como uma Fraternidade Apostólica. No entanto, receberam de Santo Agostinho a Regra, o nome, a doutrina e a espiritualidade. Santo Agostinho é o pai espiritual, inspirador do estilo de vida e espiritualidade seguidos por várias famílias religiosas que constituem a “Grande Família Agostiniana”. A Ordem é composta pelos Frades Agostinianos, Monjas Agostinianas, Fraternidades Seculares e leigos afiliados.

 

A Ordem do Carmo é uma antiga ordem religiosa católica, inspirada no profeta Elias, que se originou no Monte Carmelo no século XII. A ordem tem diversas ramificações, como os Carmelitas Descalços (uma reforma iniciada por Santa Teresa de Ávila e São João da Cruz) e as Ordens Terceiras, que são compostas por leigos. As atividades dos Carmelitas incluem a contemplação, a vida comunitária e o apostolado, adaptando o carisma da Ordem à sociedade atual.

 

ORIGENS

 

Profeta Elias: A espiritualidade da Ordem tem raízes na vida do profeta Elias, que viveu no Monte Carmelo.

 

Século XII: A ordem foi fundada no Monte Carmelo entre os anos 1153 e 1159, com monges eremitas que se inspiraram na vida de Elias.

 

Regra: Em 1209, Alberto, o patriarca de Jerusalém, deu-lhes uma regra, estabelecendo a vida comunitária e a obediência a um prior.

 

Presença em Portugal: A presença carmelita em Portugal remonta a 1389, com a fundação do Convento do Carmo em Lisboa pelo Beato Nuno.

 

RAMIFICAÇÕES DA ORDEM

 

Ordem do Carmo da Antiga Observância: A ordem original e mais antiga, conhecida como "Carmelitas".

 

Ordem dos Carmelitas Descalços (O.C.D.): Um ramo reformado em 1593, composto por frades, freiras (de clausura) e leigos (Carmelitas Descalços Seculares).

 

Ordens Terceiras: Grupos de leigos (casais, solteiros, etc.) que vivem o carisma carmelita mantendo a vida normal de trabalho e estudo, reunindo-se para formação e atividades.

 

O.C.D. A designação "O.C.D." pode referir-se à Ordem dos Carmelitas Descalços.

 

CARISMA E MISSÃO

 

Contemplação: A vida carmelita é centrada na oração e na contemplação, com o objetivo de viver no seguimento de Jesus Cristo.

 

Comunidade: A vida fraterna em comunidade é um dos pilares da Ordem, partilhando um carisma específico.

 

Apostolado: A Ordem realiza diversas atividades de apostolado, como o trabalho com os mais pobres e a evangelização em meio secularizado.

 

EXEMPLOS DE COMUNIDADES

 

Lisboa: Convento do Carmo, que hoje é ruína devido ao terramoto de 1755, mas ainda abriga a Capela da Ordem Terceira do Carmo, património cultural e religioso.

 

Outros locais: Existem comunidades carmelitas espalhadas por todo o país e pelo mundo, como em Faro, Guimarães, Horta, Faial e São Jorge.

 

BREVE HISTÓRIA DOS CARMELITAS

 

A ordem dos Carmelitas surgiu no século XII, por volta de 1177, na região de Monte Carmelo, na Palestina, região onde o profeta Elias teria se estabelecido, seguindo uma vida eremítica de oração e silêncio. Sua migração para o Ocidente ocorreu no século XIII, quando foi elevada à categoria de ordem mendicante pelo papa Inocêncio IV. Além de tomar como exemplo o ideal de vida simples representado pelo profeta, adota a Virgem Maria com símbolo. A Ordem é dividida em quatro segmentos: a dos Frades, Ordem Primeira; a das Monjas, Ordem Segunda; e a dos Terceiros, os quais são divididos em seculares, sendo compostos também por leigos, e por fim os regulares.

 

Os Carmelitas passaram, na Espanha, por um movimento de renovação com Santa Tereza de Prea e São João da Cruz no século XVI, o que ocasionou a divisão da Ordem em Carmelitas Calçados, que seguiam a norma antiga, e os Carmelitas Descalços, seguidores do novo movimento. A Ordem Terceira do Carmo, ramo composto pelo grupo de membros leigos dos carmelitas da Antiga Observância ou Carmelitas Calçados, tem como finalidade ajudar os seus membros em âmbito universal, ou seja, independe da localidade da filial, esteja ela na América portuguesa ou em Portugal. Entretanto, para serem recebidos nas diferentes localidades, os seus membros deveriam pagar uma taxa.

 

A ajuda da Ordem não se limitava apenas ao aspecto espiritual, mas também ao material, devendo os membros contribuírem com tais obrigações. A Ordem veio para o Brasil com a aprovação do cardeal d. Henrique, rei de Portugal, em 1580. O objetivo inicial era fortalecer a colonização da Paraíba, como forma de evitar possíveis invasões de franceses e outros estrangeiros através da Baía da Traição. Apesar do fracasso dos cinco primeiros freis, a Ordem Carmelita se manteve na província, fundando, em 1583, o primeiro convento em Olinda, seguido pelas fundações da Bahia (1586), Santos (1589), Rio de Janeiro (1590) e São Paulo (1596). Por sua vez, a instalação das Ordens Terceiras, durante o período colonial, estava relacionada à fundação dos conventos da Ordem Primeira do Carmo.

 

Para entrar na Ordem Terceira era necessário entregar um formulário contendo informações da sua vida e costumes ao secretário da congregação. Além disso, eram excluídos da Ordem pessoas de baixa condição e que possuíssem ascendência negra, escrava, forra ou mulata. Excluíam-se também adeptos à religião judaica. O processo seletivo para o ingresso nessas ordens eram aqueles colocados pelo estatuto de “limpeza de sangue”. No caso das mulheres, era necessário que apresentassem uma licença de seus maridos para ingressarem à ordem, caso fossem solteiras a aprovação era de seu pai. Após a aprovação era preciso que o futuro membro passasse por um período denominado noviciado, no qual eram ensinadas as regras da associação e educação religiosa.

 

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