A IMACULADA CONCEIÇÃO DE MARIA

32- MARIA, COMO TODO O DESCENDENTE DE ADÃO, HERDOU A MANCHA DO PECADO ORIGINAL?

 

Não. Desde o primeiro instante da sua conceição, por singular graça e privilégio de Deus, em virtude dos méritos de Jesus Cristo, Salvador do género humano, Ela foi preservada imune de toda a mancha do pecado original. Por isso, a Igreja A chama: Imaculada Conceição.

 

33 – ESTE PRIVILÉGIO DIZ APENAS IMUNIDADE DE PECADO (ORIGINAL E ATUAL) E DE CONCUPISCÊNCIA?

 

Não. Maria não somente foi preservada da mancha do pecado e da chama da concupiscência, mas, desde o primeiro instante da sua conceição imaculada, foi cumulada de graças por Deus, num grau incomparavelmente superior a todos os anjos e homens. Por esse motivo o Anjo A saudou: “Ave, cheia de graça” (Lc 1, 28).

 

34 – MARIA TAMBÉM FOI REMIDA PELO SANGUE DE JESUS, NA CRUZ?

 

Sim, Maria também foi remida pelos merecimentos de Jesus Cristo, seu divino Filho, só que de um modo especial e singular. Os merecimentos do Salvador tiveram por efeito não purificar sua Mãe, mas preservá-la do pecado que Ela deveria contrair como filha de Adão. Para Maria, a Redenção não foi liberativa, mas preservativa.

 

35 – POR QUE FOI MARIA PRESERVADA DO PECADO ORIGINAL?

 

Porque escolhida para ser a “Toda Santa” (Pan-ha-guía, em grego), digna Mãe de Deus e Corredentora do Género humano. O Salvador não poderia ter escolhido formar seu corpo adorável de uma carne que tivesse sido manchada com a nódoa do pecado. E Santo Anselmo diz que Deus, conservando puros milhões de anjos no meio da ruína de tantos outros, não podia deixar de preservar da queda comum a Mãe de seu Filho e Rainha dos anjos.

 

“Para ser a Mãe do Salvador, Maria foi enriquecida por Deus com dons dignos para tamanha função... Efetivamente, para poder dar o assentimento livre da sua fé ao anúncio da sua vocação era preciso que ela estivesse totalmente sob a moção da graça de Deus”. (CIC 490 Catecismo da Igreja Católica)

 

36 – A IMACULADA CONCEIÇÃO DE MARIA É UM DOGMA DEFINIDO PELA IGREJA?

 

Sim, o Papa Pio IX, no dia 8 de Dezembro de 1854, definiu solenemente como de fé católica a doutrina da Imaculada Conceição de Maria, na Bula Ineffabilis Deus:

 

“.... Com a autoridade de Nosso Senhor Jesus Cristo, dos bem-aventurados Apóstolos Pedro e Paulo e com a Nossa, declaramos, pronunciamos e definimos: A doutrina que sustenta que a beatíssima Virgem Maria, no primeiro instante da sua Conceição, por singular graça e privilégio de Deus Omnipotente, em vista dos méritos de Jesus Cristo, salvador do género humano, foi preservada imune de toda a mancha de pecado original, essa doutrina foi revelada por Deus, e por isso deve ser crida firme e inviolavelmente por todos os fiéis” (n. 41).

 

37 – ESTA VERDADE ESTÁ, DE FACTO, CONTIDA NO DEPÓSITO DA REVELAÇÃO?

 

Sim:

 

1) NA SAGRADA ESCRITURA:

 

a) “Porei inimizades entre ti e a mulher; entre a tua descendência e a descendência dela (…) ela te esmagará a cabeça” (Gn 3,15). Conforme a doutrina constante da Igreja, a “mulher” de que fala o Génesis é Maria, Mãe de Jesus, sua “descendência”. Nessa passagem são pronunciadas a comum inimizade e comum vitória total do Redentor e de sua Mãe Santíssima sobre o demónio. Ora, essas “inimizades” e essa vitória (“Ela te esmagará a cabeça”) supõem, não somente em Jesus, mas também em Maria, uma total ausência de pecado, mesmo original.

 

b) “Ave, cheia de graça; o Senhor é contigo” (Lc 1, 28). O sentido exato, da saudação do Anjo, “Ave, cheia de graça” (Kecharitoméne) é que Maria nunca esteve sem a graça. Logo nunca esteve com o pecado.

 

c) “Toda és formosa, amiga minha, e em ti não há mácula” (Cânticos 4,7). A Igreja aplica estas palavras a Maria, Esposa castíssima do Espírito Santo. E ainda estas: “Como a açucena entre os espinhos, assim é a minha amiga entre as donzelas” (Cânticos 2,2).

 

 

2) NA TRADIÇÃO:

 

Expressa no ensino oficial da Igreja, na Liturgia, na pregação constante dos Padres e doutores.

 

A própria razão nos persuade desta verdade. Maria é Mãe de Deus. Portanto, era sumamente conveniente à Santíssima Trindade que Ela fosse imaculada.

 

Nos séculos XII e XIII houve muitos teólogos que duvidaram da Imaculada Conceição, mas o franciscano Bem-aventurado João Duns Scoto (+ 1308), enquanto ensinava teologia na Universidade de Paris, conseguiu responder a todas essas dúvidas com tanta clareza e fortaleza, que foi chamado desde então até hoje, o “Doutor da Imaculada”.

 

38 – EM QUE DIA CELEBRAMOS A FESTA DA IMACULADA CONCEIÇÃO?

 

No dia 8 de Dezembro.

 

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