Havia entre os presos um que tocava harmónio (harmónica).
	Começaram, então, para distrair-nos, a tocar e a cantar.
	Perguntaram-nos se não sabíamos bailar. Dissemos que sabíamos o fandango e o vira. A Jacinta foi então o par dum pobre
	ladrão que, vendo-a tão pequenina, terminou por bailar com ela ao
	colo! Oxalá Nossa Senhora tenha tido compaixão da sua alma e o
	tenha convertido.
	Agora dirá V. Ex.cia: Que belas disposições para o martírio!... É
	verdade! Mas éramos crianças; não pensávamos mais. A Jacinta
	tinha para o baile uma afeiçãozinha especial e muita arte. Lembro-
	-me que chorava, um dia, por um seu irmão que andava na guerra
	e que julgavam morto no campo da batalha. Para a distrair, com
	dois seus irmãos, arranjei um baile; e a pobre criança andava a
	bailar e a limpar as lágrimas que Ihe corriam pelas faces. Não
	obstante esta afeiçãozinha que tinha pelo baile, que bastava às
	vezes ouvir qualquer instrumento que tocavam os pastores para
	começar a bailar, mesmo sozinha, quando se aproximou o S. João
	e o Carnaval, disse-me:
	– Eu, agora, já não bailo mais.
	– E porquê?
	– Porque quero oferecer este sacrifício a Nosso Senhor. E como
	éramos as cabeças, na brincadeira, entre as crianças, acabaram
	os bailes que se costumavam fazer nestas ocasiões.
		Havia entre os presos um que tocava harmónio (harmónica).
	
		Começaram, então, para distrair-nos, a tocar e a cantar.
	
		Perguntaram-nos se não sabíamos bailar. Dissemos que sabíamos o fandango e o vira. A Jacinta foi então o par dum pobre
	
		ladrão que, vendo-a tão pequenina, terminou por bailar com ela ao
	
		colo! Oxalá Nossa Senhora tenha tido compaixão da sua alma e o
	
		tenha convertido.
	
		Agora dirá V. Ex.cia: Que belas disposições para o martírio!... É
	
		verdade! Mas éramos crianças; não pensávamos mais. A Jacinta
	
		tinha para o baile uma afeiçãozinha especial e muita arte. Lembro-
	
		-me que chorava, um dia, por um seu irmão que andava na guerra
	
		e que julgavam morto no campo da batalha. Para a distrair, com
	
		dois seus irmãos, arranjei um baile; e a pobre criança andava a
	
		bailar e a limpar as lágrimas que Ihe corriam pelas faces. Não
	
		obstante esta afeiçãozinha que tinha pelo baile, que bastava às
	
		vezes ouvir qualquer instrumento que tocavam os pastores para
	
		começar a bailar, mesmo sozinha, quando se aproximou o S. João
	
		e o Carnaval, disse-me:
	
		– Eu, agora, já não bailo mais.
	
		– E porquê?
	
		– Porque quero oferecer este sacrifício a Nosso Senhor. E como
	
		éramos as cabeças, na brincadeira, entre as crianças, acabaram
	
		os bailes que se costumavam fazer nestas ocasiões.
.png)
