Nesta união, o homem recebe um vigor extraordinário; não apenas sofre com paciência, mas deseja ardentemente padecer por minha glória e louvor. No quarto estado, ele se gloria nos sofrimentos de Cristo, à semelhança do glorioso apóstolo Paulo, que afirmava: "Eu me comprazo nas fraquezas e opróbrios de Cristo crucificado" (I Cor 12,10). E em outra passagem: "Trago em meu corpo os estigmas de Cristo crucificado" (Gl 6,17). Apaixonados por mim e sedentos da salvação dos homens, estes perfeitíssimos procuram a cruz, aspiram por sofrer muito para serem úteis aos outros.
Tendo no corpo os estigmas de Cristo, anseiam por adquirir e conservar as virtudes. Em outras palavras: em seus olhos brilha o amor pelo sofrimento e por causa dele desprezam a si mesmos; alegram-se nas dificuldades; suportam varonilmente as contradições, seja qual for sua origem e modalidade. Para estes filhos queridos, a dor muda em prazer e os prazeres mundanos em cansaço. Por humildade e desapego, pouco valor atribuem em seus corações às satisfações da vida, quando sucede que os servidores do mundo - obrigados por mim - os respeitam e socorrem nas necessidades pessoais.
Nem mesmo se apegam às consolações espirituais dadas por mim; por certo, não desprezam a graça e demais favores meus, mas sim o prazer que trazem. Tudo isto, como efeito da verdadeira humildade! Esta virtude origina-se do desapego de si mesmo e alimenta a caridade; supõe o autoconhecimento e o conhecimento do meu ser. Nos perfeitíssimos reluzem, pois, as virtudes e os estigmas de Cristo.