EM POSITIVO

EM POSITIVO

65. O Sínodo reconheceu que os fiéis da Igreja nem sempre têm o comportamento de Jesus. Em vez de nos dispormos a escutá-los profundamente, «prevalece a tendência de fornecer respostas pré-fabricadas e receitas prontas, sem deixar assomar as perguntas juvenis na sua novidade e captar a sua interpelação». Mas, quando a Igreja abandona esquemas rígidos e se abre à escuta pronta e atenta dos jovens, esta empatia enriquece-a, porque «permite que os jovens deem a sua colaboração à comunidade, ajudando-a a individuar novas sensibilidades e colocar-se perguntas inéditas».

 

66. Hoje nós, adultos, corremos o risco de fazer uma lista de desastres, de defeitos da juventude atual. Alguns poderão aplaudir-nos, porque parecemos especialistas em encontrar aspetos negativos e perigos. Mas, qual seria o resultado deste comportamento? Uma distância sempre maior, menos proximidade, menos ajuda mútua.

 

67. A clarividência de quem foi chamado a ser pai, pastor ou guia dos jovens consiste em encontrar a pequena chama que continua a arder, a cana que parece quebrar-se (cf. Is 42, 3) mas ainda não partiu. É a capacidade de individuar percursos onde outros só veem muros, é saber reconhecer possibilidades onde outros só veem perigos. Assim é o olhar de Deus Pai, capaz de valorizar e nutrir os germes de bem semeados no coração dos jovens. Por isso, o coração de cada jovem deve ser considerado «terra santa», diante da qual nos devemos «descalçar» para poder aproximar-nos e penetrar no Mistério.

 

VOLTAR PARA O ÍNDICE DE CHRISTUS VIVIT