EXPRESSÕES RECENTES DO MAGISTÉRIO

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78. O Coração de Cristo esteve presente na história da espiritualidade cristã de diversas maneiras. Na Bíblia e nos primeiros séculos da Igreja, aparecia sob a figura do lado ferido do Senhor, quer como fonte de graça, quer como apelo a um encontro íntimo de amor. Assim reapareceu constantemente no testemunho de muitos santos até aos nossos tempos. Nos últimos séculos, esta espiritualidade tomou a forma de um verdadeiro culto ao Coração do Senhor.

 

79. Alguns dos meus predecessores referiram-se ao Coração de Cristo e, com expressões variadas, convidaram a unir-se a Ele. No final do século XIX, Leão XIII convidava-nos a consagrarmo-nos a Ele e, na sua proposta, unia ao mesmo tempo o apelo à união com Cristo e a admiração perante o esplendor do seu amor infinito. Cerca de trinta anos depois, Pio XI apresentou esta devoção como o resumo da experiência da fé cristã. Além disso, Pio XII sustentou que o culto do Sagrado Coração exprime de forma excelente, como uma síntese sublime, a nossa adoração a Jesus Cristo.

 

80. Mais recentemente, São João Paulo II apresentou o desenvolvimento deste culto nos séculos passados como uma resposta ao crescimento de formas de espiritualidade rigoristas e desencarnadas que esqueciam a misericórdia do Senhor, mas ao mesmo tempo como um apelo contemporâneo a um mundo que procura construir-se sem Deus: «A devoção ao Sagrado Coração, do modo como se desenvolveu na Europa de há dois séculos, sob o impulso das experiências místicas de Santa Margarida Maria Alacoque, foi a resposta à rigorosidade jansenista, que tinha acabado por menosprezar a infinita misericórdia de Deus. [...] O homem do Ano 2000 tem necessidade do Coração de Cristo para conhecer Deus e para se conhecer a si mesmo; tem necessidade dele para construir a civilização do amor».

 

81. Bento XVI convidava a reconhecer o Coração de Cristo como uma presença íntima e quotidiana na vida de todos: «Cada pessoa precisa de um “centro” da própria vida, de uma fonte de verdade e de bondade da qual haurir no suceder-se das diversas situações e na fadiga da quotidianidade. Cada um de nós, quando se detém no silêncio, precisa de ouvir não só o palpitar do próprio coração, mas, mais em profundidade, o pulsar de uma presença de confiança, perceptível com os sentidos da fé e contudo muito mais real: a presença de Cristo, coração do mundo».

 

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