68. Poderíamos procurar descrever as caraterísticas dos jovens de hoje, mas, antes de mais nada, quero registar uma observação dos Padres Sinodais: a própria «composição do Sínodo tornou visível a presença e a colaboração das diferentes regiões do mundo, evidenciando a beleza de ser Igreja universal. Embora num contexto de crescente globalização, os Padres Sinodais pediram para salientar as múltiplas diferenças entre contextos e culturas, inclusive dentro do mesmo país. Existe uma pluralidade de mundos juvenis, a ponto de se tender, nalguns países, a usar o termo “juventude” no plural. Além disso, a faixa etária considerada pelo presente Sínodo (16-29 anos) não representa um todo homogéneo, mas compõe-se de grupos que vivem situações peculiares».
69. Partindo do ponto de vista demográfico, alguns países têm muitos jovens, enquanto outros possuem uma taxa de natalidade muito baixa. «Outra diferença deriva da história, que torna distintos os países e continentes de antiga tradição cristã, cuja cultura é portadora duma memória que não deve ser perdida, dos países e continentes marcados por outras tradições religiosas e onde o cristianismo tem uma presença minoritária e, por vezes, recente. Além disso, noutros territórios, as comunidades cristãs e os jovens que fazem parte delas são objeto de perseguição». Deve-se distinguir também os jovens «que têm acesso às crescentes oportunidades oferecidas pela globalização de quantos, ao contrário, vivem à margem da sociedade ou no mundo rural suportando os efeitos de formas de exclusão e descarte».
70. Existem muitas outras diferenças, que seria complexo referir aqui em detalhe. Por isso, não me parece oportuno demorar-me a oferecer uma análise exaustiva dos jovens no mundo atual, de como vivem e do que lhes sucede. Mas, como também não posso deixar de observar a realidade, assinalarei brevemente algumas contribuições que chegaram antes do Sínodo e outras que pude recolher durante o mesmo.