39. Pais e chefes de Igrejas sui iuris, os Patriarcas são os sinais visíveis de referência e os guardiães vigilantes da comunhão. Pela sua própria identidade e missão, são homens de comunhão, sentinelas que vigiam pelo rebanho de Deus (cf. 1 Pd 5, 1-4), servidores da unidade eclesial. Exercem um ministério que actua por meio da caridade, vivida efectivamente a todos os níveis: entre os próprios Patriarcas, entre cada Patriarca e os Bispos, os presbíteros, as pessoas consagradas e os fiéis-leigos sob a sua jurisdição.
40. Os Patriarcas, cuja união indefectível com o Bispo de Roma está enraizada na ecclesiastica communio que eles solicitaram ao Sumo Pontífice e receberam depois da sua eleição canónica, tornam palpáveis, por este vínculo particular, a universalidade e a unidade da Igreja. A sua solicitude estende-se a todos os discípulos de Jesus Cristo, que vivem no território patriarcal. Em sinal de comunhão que credibiliza o testemunho, saberão reforçar a união e a solidariedade dentro do Conselho dos Patriarcas católicos do Oriente e dos vários sínodos patriarcais, privilegiando sempre a conciliação nas questões de grande importância para a Igreja em ordem a uma acção colegial e unitária. Para favorecer a credibilidade do seu testemunho, o Patriarca procurará a justiça, a piedade, a fé, a caridade, a paciência e a mansidão (cf. 1 Tm 6, 11), tendo a peito um estilo de vida sóbrio à imagem de Cristo, que Se despojou para nos enriquecer com a sua pobreza (cf. 2 Cor 8, 9). Cuidará também de promover uma real solidariedade entre as circunscrições eclesiásticas com uma sã gestão do pessoal e dos bens eclesiais. Isto faz parte do seu dever.[35] À imitação de Jesus, que percorria todas as cidades e aldeias no cumprimento da sua missão (cf. Mt 9, 35), o Patriarca efectuará, zelosamente, a visita pastoral às suas circunscrições eclesiásticas. Fá-lo-á não apenas para exercer o seu direito e dever de vigilância, mas também para testemunhar concretamente a sua caridade fraterna e paterna para com os Bispos, os presbíteros e os fiéis-leigos, com uma atenção especial às pessoas que são pobres, doentes e marginalizadas e ainda a quantos sofrem espiritualmente.