6. O Papa Francisco, ao recordar a escolha do próprio nome, contou que, após a sua eleição, um Cardeal amigo abraçou-o, beijou-o e disse-lhe: «Não te esqueças dos pobres!». Trata-se da mesma recomendação feita pelas autoridades da Igreja a São Paulo quando ele subiu a Jerusalém para verificar a sua missão (cf. Gl 2, 1-10). O Apóstolo pôde afirmar anos mais tarde: foi «o que procurei fazer com o maior empenho» ( Gl 2, 10). Trata-se também da escolha de São Francisco de Assis: no leproso, foi o próprio Cristo que o abraçou, transformando a sua vida. A figura luminosa do Poverello jamais deixará de nos inspirar.
7. Há oito séculos, foi ele que provocou um renascimento evangélico nos cristãos e na sociedade do seu tempo. O jovem Francisco, anteriormente rico e presunçoso, renasceu a partir do impacto com a realidade daqueles que são expulsos da convivência. O impulso dado por ele não cessa de mover os corações dos fiéis e de muitos não crentes e «mudou a história». Segundo as palavras de São Paulo VI, o próprio Concílio Vaticano II segue nesta direção: «Aquela antiga história do bom samaritano foi exemplo e norma segundo os quais se orientou o nosso Concílio». Estou convencido de que a opção preferencial pelos pobres gera uma renovação extraordinária tanto na Igreja como na sociedade, quando somos capazes de nos libertar da autorreferencialidade e conseguimos ouvir o
seu clamor.
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