SÃO MIGUEL ARCANJO

06-12-2013 13:43

 

São Miguel Arcanjo: História e Teologia


O Poder de São Miguel. “Quem como Deus?”

Travou-se um combate no Céu: Miguel e os seus Anjos lutaram contra o Dragão. O Dragão e os seus anjos lutaram também, mas foram derrotados e perderam o seu lugar no Céu para sempre. Foi expulso o enorme Dragão, a antiga serpente, aquele que chamam Diabo e Satanás, que seduz o universo inteiro foi precipitado sobre a terra e os seus anjos foram precipitados com ele. Depois ouvi no Céu uma voz poderosa que dizia: «Agora chegou a salvação, o poder e a realeza do nosso Deus e a autoridade do seu Ungido, porque foi precipitado o acusador dos nossos irmãos, aquele que os acusava dia e noite diante do nosso Deus. Eles venceram-no, graças ao sangue do Cordeiro e à palavra do testemunho que deram, desprezando a própria vida, até aceitarem a morte. Por isso, alegrai-vos, ó Céus, e vós que neles habitais». (Apocalipse 12, 7-12ª)

“Miguel” em hebraico Mi-kha-el quer dizer “quem como Deus?”.

Era o protetor do antigo povo de Deus (Dan 10, 13.21), e que aparece agora como patrono e defensor da Igreja, o novo povo de Deus.

“O Dragão”. É identificado, com a “antiga serpente” que tentou os primeiros pais, por isso se chama antiga; é “aquele que chamam Diabo e Satanás”. Diabo é um nome grego correspondente ao hebraico Xatan (aramaico xataná), que significa caluniador, acusador, adversário.

“Revesti-vos da armadura de Deus, para que possais resistir às ciladas do demônio. Pois não é contra homens de carne e sangue que temos de lutar, mas contra os principados e potestades, contra os príncipes deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal (espalhadas) no ares” (Ef 6,11-12).

A indicação que São Paulo fala dos demônios é muito precisa, porque os chama com o nome de sua ordem de classificação.

O diabo, como todo o mundo angélico ao qual fazia parte, é um espírito; não possui um corpo, não é sensível, deve se servir de uma forma fictícia, que assume de acordo com o que vai provocar. (Padre Gabriele Amorth).

O grande comentador das Sagradas Escrituras, Pe. Cornélio a Lapide, jesuíta do século XVI, escreve:

"Muitos julgam que Miguel, tanto pela dignidade de natureza, como de graça e de glória é absolutamente o primeiro e o Príncipe de todos os anjos. E isso se prova, primeiro, pelo Apocalipse (12, 7), onde se diz que Miguel lutou contra Lúcifer e seus anjos, resistindo à sua soberba com o brado cheio de humildade:

Quem (é) como Deus? Portanto, assim como Lúcifer é o chefe dos demônios, Miguel o é dos anjos, sendo o primeiro entre os serafins. Segundo, porque a Igreja o chama de Príncipe da Milícia Celeste, que está posto à entrada do Paraíso. E é em seu nome que se celebra a festa de todos os anjos. Terceiro, porque Miguel é hoje ao cultuado como o protetor da Igreja como outrora o foi da Sinagoga. Finalmente, em quarto lugar, prova-se que São Miguel é o Príncipe de todos os anjos, e por isso o primeiro entre os Serafins, porque diz São Basílio na Homilia De Angelis: ‘A ti, ó Miguel, general dos espíritos celestes, que por honra e dignidade estais posto à frente de todos os outros espíritos celestiais, a ti suplico...' ". ( Cornélio A LAPIDE, Commentaria in Scripturam Sacram, t. 13, pp. 112-114 )



A Santa Igreja Católica e São Miguel.

O pensamento da Igreja sobre São Miguel.

Desfraldai o estandarte do ilustre Arcanjo, repeti o seu grito:

“Quem é como DEUS?” (Pio XII em 8 de maio de 1940)

O pensamento da Igreja, a família de DEUS, no Novo Testamento, acerca da ação de São Miguel em serviço deste povo, como encarregado do Altíssimo para o defender e guardar, está bem patente na liturgia universal segundo aquela norma consagrada: “LEX ORANDI, LEX CREDENDI”, isto é, a lei que rege a oração oficial da Igreja, aprovada pelo Sumo Pontífice, é a lei que rege a nossa crença.

Além de outros documentos sobre São Miguel, dos Papas antigos, Sua Santidade João Paulo II na sua visita de 24 de maio de 1987, ao Santuário de São Miguel, no Monte Gargano, na Itália, fez um discurso. Não é uma encíclica, mas mostra-nos o pensar da Igreja sobre a atualidade do culto ao Príncipe e grande Chefe dos Anjos, no mundo de hoje.

Após o encontro com a população, João Paulo II realizou uma breve visita ao Santuário de São Miguel Arcanjo, templo ali construído para recordar as 4 aparições de São Miguel numa gruta da localidade, nos anos 490, 492, 493 e 1656.

Sua Santidade João Paulo II faz eco neste discurso daquilo que os últimos Pontífices têm dito ao povo cristão para que recorra a São Miguel, nesta luta tremenda entre as forças do bem e do mal, chefiadas, respectivamente, pelo glorioso Arcanjo chefe dos exércitos do DEUS Altíssimo e satanás, chefe dos demônios, os anjos caídos. O triunfo final e completo será de São Miguel com os seus Anjos, como dizem as Escrituras santas, que pelejaram contra o dragão, o diabo e os seus seguidores, precipitando-os para sempre nos abismos infernais.

Sua Santidade Pio IX, de gloriosa memória, escreveu: “São Miguel é quem tem maior capacidade para exterminar as forças malditas, filhos de satanás, que juraram a ruína da sociedade cristã”.

Sua Santidade S. Pio X, disse em 18 de setembro de 1903: “DEUS, na primeira luta, venceu, servindo-se do Arcanjo São Miguel; devemos, portanto, acreditar firmemente que a luta atual terminará triunfante e também como outrora com o socorro e ajuda deste Arcanjo bendito”.

Foi por estar convencido da realidade desta terrível luta final, que o predecessor de S. Pio X, o grande Papa Leão XIII, mandou que obrigatoriamente no fim de todas as Missas rezadas, os sacerdotes rezassem a oração a São Miguel que ele mesmo compôs, fez publicar e enviadas aos Ordinários em 1886.

O Papa Pio XII, conhecido como Pastor Angélico, proclamou em 8 de maio de 1940, que era urgente hoje, mais do que nunca, recorrer à proteção de São Miguel, lembrando que ele é o protetor e o defensor da Igreja e dos fiéis, o guardião do Paraíso, o apresentador das almas junto de DEUS, o Anjo da Paz e o vencedor de satanás”.



A visão diabólica do Papa Leão XIII.

Muitos de nós recordamos que, antes da reforma litúrgica do Concílio Vaticano II, os celebrantes e os fiéis, no fim de cada Missa, ajoelhavam-se para rezar uma oração a Nossa Senhora (Salve Rainha) e outra a S. Miguel Arcanjo.

Reportamo-nos ao texto desta última porque é uma oração bonita que pode ser rezada por toda a gente para seu próprio benefício:

“São Miguel Arcanjo, protegei-nos no combate, sede nosso auxilio contra a malícia e ciladas do demônio. Exerça Deus sobre ele império, como instantemente vos pedimos, e Vós, Príncipe da milícia celeste, pelo divino poder, precipitai no Inferno a Satanás e os outros espíritos malignos que vagueiam pelo mundo para perder as almas. Amém”.



Como é que nasceu esta oração?

Transcrevo um artigo que foi publicado na revista: Ephemerides Liturgicae escrito pelo Pe. Domenico Pechenino em 1955, a págs. 58-59.

Uma manhã, o grande Pontífice Leão XIII tinha celebrado a Santa Missa e estava a assistir a uma outra de ação de graças, como de costume.

De repente, viu-se ele virar energicamente a cabeça, depois de fixar qualquer coisa intensamente, sobre a cabeça do celebrante. Mantinha-se imóvel, sem pestanejar, mas com uma expressão de terror e de admiração, tendo o seu rosto mudado de cor. Adivinhava-se nele qualquer coisa de estranho, de grande.

Finalmente voltando a si, bate ligeira, mas energicamente com a mão, levanta-se. Dirige-se ao seu escritório particular. Os mais próximos seguem-no com preocupação e ansiedade. E perguntam-lhe em voz baixa: Santo Padre, não se sente bem? Precisa se alguma coisa? Responde: “Nada, nada”.

Daí a uma meia hora manda chamar o Secretário da Congregação dos Ritos, e estendendo-lhe uma folha de papel, manda fazê-la imprimir e enviar a todos os Ordinários do mundo. Que assunto continha? A oração que rezávamos no fim da missa com o povo, com a súplica a Maria e a invocação ardente ao Príncipe das milícias celestes, implorando a Deus que precipite Satanás no inferno.

Naquele escrito ordenava-se igualmente que as orações fossem rezadas de joelhos. Também foi publicado no jornal La Settimana del Clero, em 30 de Março de 1947, não sendo citada a fonte que deu origem à notícia. Será contudo notada a maneira insólita como esta oração, enviadas aos Ordinários em 1886, foi mandada rezar.

Para confirmar aquilo que o Pe. Pechenino escreveu, dispomos do testemunho irrefutável do Cardeal Natalli Rocca, que na sua carta pastoral para a Quaresma, emanada de Bolonha em 1946, diz:

“Foi mesmo Leão XIII quem redigiu esta oração. A fase (Satanás e os outros espíritos malignos) que vagueiam pelo mundo para perder das almas tem uma explicação histórica que o seu secretário particular Mons. Rinaldo Angeli, nos contou várias vezes:

Leão XIII teve verdadeiramente a visão de espíritos infernais que se adensavam sobre a cidade eterna (Roma); e foi desta experiência que nasceu a oração que ele quis toda a Igreja rezasse. Esta oração rezava-a ele com voz viva e vibrante: ouvimo-la muitas vezes na Basílica do Vaticano.

Mas isto não é tudo: ele escreveu também por suas próprias mãos um exorcismo especial que figura no Ritual Romano (ed. 1954, tit. XII, c.III, pág.863 e seg.). Recomendava aos bispos e aos sacerdotes que rezassem muitas vezes estes exorcismos nas suas dioceses e paróquias. Ele próprio o fazia muitas vezes durante o dia.

Também é interessante ter em conta um outro acontecimento que reforça ainda mais o valor desta oração que se rezava no fim de cada Missa. Pio XI quis que, ao serem rezadas estas orações, se pusesse uma intenção particular pela Rússia (alocução de 30 de Junho de 1930). Nesta alocução, depois de ter lembrado as orações pela Rússia que ele próprio tinha pedido a todos os fiéis a quando da festa do Patriarca S. José (19 de março de 1930) e, depois de ter lembrado a perseguição religiosa na Rússia, concluiu com estas palavras:

“E para que todos possam sem fadiga e sem obstáculos continuar esta santa cruzada, decidimos que as orações que o nosso bem amado predecessor Leão XIII ordenou aos sacerdotes e aos fiéis que rezassem depois da Missa, sejam ditas por esta intenção particular, isto é, pela Rússia. Que os bispos e o clero secular e regular tomem ao seu cuidado informar os fiéis e aqueles que assistem ao Santo Sacrifício, e que não se esqueçam de lhes lembrar estas orações (Civiltà Cattolica, 1930, vol.III).

Conforme se pode constatar a presença aterrorizadora de Satanás foi claramente tida em conta pelo Pontífice; e a intenção que Pio XI, tinha acrescentado, visava mesmo o fundamento das falsas doutrinas difundidas no nosso século, que envenenaram não só a vida dos povos mas também dos próprios teólogos. Se a disposição tomada por Pio XI não foi respeitada, a falta deve-se àqueles a quem tinha sido confiada; inseria-se perfeitamente no âmbito dos avisos carismáticos que o Senhor havia dado à humanidade através das aparições de Fátima, embora mantendo-se independente desta: Fátima ainda era desconhecida do mundo. (Pe. Gabriele Amorth.)

O Exorcismo de Leão XIII, que nos mostra a ação nefasta do maligno, nos nossos dias, vê como é necessário recorrer à poderosa intercessão da Virgem Maria e de São Miguel, no ataque contra as forças do mal, quer se trate de males físicos como da alma. Inimigo dos homens, satanás tem inveja deles e ainda quando parece ajudá-los favorecendo-lhes uma vida de dinheiro, sensualidade e sorte, é sempre tendo em mira a sua condenação eterna.



Aparição de São Miguel no Monte Gargano na Itália.

Nos fins do século V, quando na Cátedra de São Pedro regia a Igreja o Papa São Gelásio, um pastor que apascentava seu gado no alto do Monte Gargano, na Itália, província da Apúlia, querendo obrigar um novilho a sair de uma caverna onde se refugiara, desferiu lá dentro uma flecha, a qual retrocedeu com a mesma velocidade, vindo ferir quem a lançara.

Este fato causou admiração nos que presenciaram este acontecimento e a notícia foi longe e chegou também aos ouvidos do Bispo de Siponto, cidade que ficava no sopé da montanha.

Julgou ele tratar-se de algum misterioso sinal da parte de DEUS e ordenou um jejum de três dias em toda a diocese, pedindo ao SENHOR se dignasse revelar-lhe do que se tratava. DEUS escutou as orações do Prelado e, passados três dias, apareceu-lhe o Arcanjo São Miguel declarando-lhe que o SENHOR queria que a ele, Anjo tutelar da Igreja, e aos outros Anjos, se edificasse naquela caverna, onde se manifestou o prodígio, uma igreja em sua honra, para reavivar a fé e a devoção dos fiéis no seu amor e proteção, como Anjo custódio da Igreja Católica.

Tendo o Bispo comunicado ao povo a visão que tivera e o que lhe fora pedido, foi ele próprio, com muita gente, observar o local. Encontraram uma caverna espaçosa em forma de templo, cavada na rocha, com uma fenda natural na abóbada, de onde jorrava a luz que a iluminava. Nada mais era preciso que pôr um altar-mor para celebrar os Divinos Mistérios. Levantado o altar, o Bispo consagrou-o. Todos os povos vizinhos acudiram para a cerimônia cheios de alegria e a festa durou vários dias.

Nunca mais até hoje se deixou de celebrar ali a Santa Missa, como também os outros ofícios litúrgicos, e DEUS consagra este lugar através dos séculos, com graças e milagres de toda a espécie, em favor dos que lá acorrem, doentes de corpo e alma, mostrando quanto Lhe é grata a devoção em honra do glorioso arcanjo São Miguel que defendeu, quando da revolta de lúcifer, a fidelidade ao DEUS Uno e Trino, soltando este grito: QUEM É COMO DEUS?

O Santuário do glorioso Arcanjo na gruta do Monte Gargano, é considerado um dos mais célebres e devotos de todo o Mundo.

O Monte Gargano onde está este santuário, fica perto do convento de Nossa Senhora da Graça, onde viveu e morreu o célebre estigmatizado, Santo Padre Pio de Pietrelcina.



As Crenças do povo cristão em são Miguel Arcanjo.

A Igreja tem permitido que as crenças nascidas da tradição cristã a respeito do glorioso Arcanjo São Miguel, tenham livre curso na piedade dos fiéis e na elaboração dos teólogos.

A primeira crença é a de que São Miguel era, no Antigo Testamento, o defensor do povo escolhido — Israel; e hoje o é do novo povo escolhido — a Igreja. Tal piedosa crença está em consonância com o que é dito no livro de Daniel: “Eis que veio em meu socorro Miguel, um dos primeiros príncipes... Miguel. que é o vosso príncipe” — isto é, dos judeus (10, 13 e 21). “Se levantará o grande príncipe Miguel, que é o protetor dos filhos do teu povo” — de Israel (12, 1). Essa crença é muito antiga, sendo já confirmada pelo Pastor de Hermas, célebre livro cristão do século II, no qual se lê: “O grande e digno Miguel é aquele que tem poder sobre este povo” (os cristãos). Ademais, tal crença é partilhada pelos teólogos e pela própria Igreja, que a manifesta de muitas maneiras.

A segunda crença geral é a de que São Miguel tem o poder de admitir ou não as almas no Paraíso. No Oficio Romano deste Santo no antigo Breviário, São Miguel era chamado de “Praepositus paradisi” — “Guarda do paraíso”, ao qual o próprio Deus se dirige nos seguintes termos: “Constitui te Principem super omnes animais suscipiendas” — “Eu te constituí chefe sobre todas as almas a serem admitidas”. E na Missa pelos defuntos rezava-se: " Signifer Sanctus Michael representet eas in lucem sanctam” — "O ' Porta-estandarte São Miguel, conduzi-as à luz santa”.

A terceira crença, ou melhor, opinião, é a de que São Miguel ocupa o primeiro lugar na hierarquia angélica. Sobre este ponto há divergência entre os teólogos, mas tal opinião tem a seu favor vários Padres da Igreja gregos e parece ser corroborada pela liturgia latina, que se referia ao glorioso Arcanjo como "Princeps militiae coelestis quem honorificant coelorum cives” — "Príncipe da milícia celeste, a quem honram os habitantes do Céu"; e pela liturgia grega que o chama “Archistrátegos“, isto é, "Generalíssimo."



Por que Deus permite o mal?

Por que Deus permite as catástrofes mais ou menos freqüentes, as doenças, a morte, enfim? Como pode um pai deixar sofrer assim os seus filhos? Não tem Ele poder para impedir o mal? E se não Lhe falta poder, onde está a sua bondade, se não o impede?

Ensina São Tomás que Deus não permite o mal físico senão de um modo inteiramente acidental, como ocasião para os justos exercerem a virtude da constância, praticarem a caridade para com os menos favorecidos ou doentes, etc. Por outro lado, Ele permite alguns males físicos como pena devida ao pecado, como forma de restabelecer a justiça ultrajada pelas faltas voluntárias.

Com relação à morte, longe de ser o termo da vida, ela é a passagem para uma nova vida, onde a felicidade é completa, sem mesclar de sofrimento e onde se atinge o Sumo Bem, que é o próprio Deus. Assim uns ressuscitarão para a felicidade completa e outros para a condenação eterna segundo nossa peregrinação por esta terra.

Quanto ao mal moral ou pecado, Deus não pode querê-lo nem mesmo indiretamente; mas Ele pode tirar, como do mal físico, algum bem, como por exemplo, do pecado do perseguidor a manifestação da constância dos mártires.

A possibilidade do mal moral — ensinam os filósofos — é ao mesmo tempo a conseqüência de um grande bem, a liberdade; e a condição de um bem ainda maior, o mérito.

As criaturas racionais (os anjos e os homens), por serem dotados de inteligência, possuem o livre arbítrio, a liberdade de escolher entre bens possíveis. A capacidade de livre escolha decorre da natureza inteligente desses seres, do conhecimento que eles têm de várias ações, de seus fins últimos e dos meios para chegar a eles. A liberdade mesmo imperfeita é a mais bela prerrogativa do ser racional; é pois digno da bondade divina tê-la concedido.

Deus não podia suprimir no anjo e no homem a possibilidade de fazerem o mal, a não ser recusando-lhes a liberdade ou dando-lhes liberdade incapaz de falhar; na primeira hipótese, eles ficariam rebaixados ao nível dos irracionais, o que seria indigno de criaturas espirituais; na segunda, eles se tornariam iguais a Deus, o que é um absurdo.

Deus quer que a criatura racional observe suas leis, não como o animal desprovido de razão, que age seguindo os meros instintos, mas moralmente e meritoriamente; ora, sem a possibilidade do mal moral, não haveria mérito na prática do bem, pois não há mérito senão se faz o bem podendo não fazê-lo.

Deus quis que os anjos e os homens fossem os agentes de sua própria felicidade ou se tornassem responsáveis pela própria desgraça, escolhendo por si mesmos se colaboravam ou não com a graça divina.

Quando os anjos pecaram e quando os homens pecam, fazem um uso desviado de sua liberdade; Deus, porém, não tolhe a liberdade de suas criaturas racionais em razão do seu uso desviado, porque é próprio a Ele criar e não destruir; seria contrariar-se a si mesmo fazer criaturas livres e depois tolher-lhes a liberdade quando a usam mal. Por outro lado, a existência de seres racionais não-livres é absurda.



O mal, como conseqüência do pecado.

A estas considerações de ordem filosófica, o Cristianismo acrescenta os dados revelados por Deus. Estes não somente confirmam as descobertas da razão, conferindo-lhes uma certeza absoluta, mas, indo além, nos dão os meios de saber ao certo aquilo que de outro modo não passaria de mera suposição: como o mal manifestou concretamente entre os anjos e os homens.

O Cristianismo rejeita toda e qualquer forma de dualismo (dois deuses): tudo quanto existe provém de um só e único princípio, DEUS ÚNICO puro e bom.

Sendo Deus substancialmente bom e santo, tudo quanto provêm dele tem que ser, necessariamente, bom em si mesmo. Por isso, todas as criaturas, em si mesmas, são boas e aptas para propósitos do Criador.

Assim, lemos no primeiro livro da Bíblia:

“E Deus viu toas as coisas que tinha feito. e eram muito boas” (Gen 1, 31).

O livro do Eclesiástico completa:

“Todas as obras do Senhor são boas e cada uma delas, chegada a sua hora, fará seu serviço" (Ecl, 39, 39).

E o livro da Sabedoria explicita:

“Deus não fez a morte, nem se alegra com a perdição dos vivos. Porquanto criou Êle criou todas as coisas para que subsistissem e não havia nelas nenhum veneno mortífero, nem o domínio da morte existia sobre a terra” (Sb, 1, 13-14).

Diz ainda a Escritura que “foi na soberba que teve início a perdição” (Tob 4, 14).

Parte dos anjos se revoltou contra Deus, e foram expulsos do Céu, transformando-se em demônios; do mesmo modo, nos primeiros pais desobedeceram o Criador com o pecado original perderam o estado de inocência e de integridade, sendo expulsos do Paraíso terrestre.

Como decorrência do pecado original, houve uma debilitação da natureza humana, tornando-se o homem mais vulnerável às paixões e às seduções do demônio, e mais inclinado ao pecado; em castigo desse mesmo pecado, Deus permitiu que o sofrimento se abatesse sobre o homem e a terra se lhe tornasse ingrata.

No Gênesis, depois da narração da primeira desobediência, vêm as palavras do Criador ao primeiro homem:

“Porque deste ouvidos à voz de tua mulher e comeste da árvore de que eu te tinha ordenado que não comesses, a terra será maldita por tua causa; tirarás dela o sustento com trabalhos penosos todos os dias da tua vida. Ela te produzirá espinhos e abrolhos” (Gen 3, 17-18).

E o inspirado autor do Eclesiástico escreve, numa alusão ao pecado original:

“Da mulher nasceu o princípio do pecado e por causa dela é que todos morremos" (Ecl 25, 33).

O Apóstolo São Paulo resume magnificamente essa doutrina sobre o pecado original, nos seguintes termos:

“Assim como por um só homem o pecado entrou no mundo e, pelo pecado, a morte, assim também a morte atingiu todos os homens, porque todos pecaram...Pois o salário do pecado é a morte” (Rom 5, 12, 23).

Em virtude da Redenção operada por Jesus Cristo, entretanto, o sofrimento e a morte podem ser aproveitados pelo homem como meio de aperfeiçoamento moral, de santificação. É assim que o mesmo São Paulo exclama: “A morte foi tragada na vitória ( de Cristo). Morte, onde está a tua vitória? Morte, onde está teu aguilhão?” E prossegue: “Sejam dadas graças a Deus, que nos dá a vitória por nosso Senhor Jesus Cristo. Por isso, meus irmãos amados, sêde firmes, constantes, progredi sempre na obra do Senhor, sabendo que o vosso esforço não é inútil no Senhor (1 Cor 15, 54-58).

Está esperança que nos dá a força para lutar contra a ação do mal em nós mesmos e no mundo. E é a doutrina a respeito do pecado original que nos esclarece quanto á origem histórica do mal e quanto ao verdadeiro sentido da presença do mal no mundo. Do contrário, o problema do mal ficaria insolúvel e nos atiraria no desespero da incompreensão e da revolta.



A queda dos anjos maus e rebeldes.

"Tu, desde o principio, quebraste o meu jugo, rompeste os meus laços e disseste: — Não servirei!”(Jer 2,20)

DEUS CRIOU OS ANJOS num alto estado de perfeição natural e além disso os elevou à ordem sobrenatural. É de fé que todos os espíritos angélicos foram criados bons.

Essa é uma conseqüência obrigatória da verdade de fé, de que todos os espíritos angélicos foram criados por Deus, atestada pelo símbolo niceno-constantinopolitano ( o Credo da Missa), o qual proclama: “Creio em Deus Pai Todo-poderoso, criador ... das coisas visíveis e invisíveis”; essa verdade foi ainda definida nos Concílios IV de Latrão e I Vaticano.

A Sagrada Escritura, com efeito, chama-os “filhos de Deus" (Jó 38, 7), “santos” (Dan 8, 13), “anjos de luz” (2 Cor 11, 14). Entretanto, os próprios Livros Sagrados se referem a “espírito imundos” (Lc 8, 29); “espíritos malignos” (Ef 6, 12); “espíritos piores" (Lc 11, 26); e outras expressões análogas. Isto indica que certos anjos tornaram-se maus, tiveram sua vontade pervertida. Em suma: pecaram.



A batalha no Céu.

“Tu, desde o princípio, quebraste o meu jugo, rompeste os meus laços e disseste: — Não servirei!” (Jer 2, 20).

Este versículo do Profeta Jeremias sobre a revolta do povo eleito contra Deus tem sido aplicado à revolta de Lúcifer. Movimento de rebelião de Lúcifer “Não servirei!” — respondeu São Miguel com o brado de fidelidade: “Quem é como Deus!” (significado do nome Miguel em hebraico).

No apocalipse, São João descreve essa misteriosa batalha que então se travou no céu:

"E houve no céu uma grande batalha: Miguel e os seus anjos pelejavam contra o dragão, e o dragão com os seus anjos pelejavam contra ele; porém estes não prevaleceram e o seu lugar não se achou no céu. E foi precipitado aquele grande dragão, aquela antiga serpente, que se chama o Demônio e Satanás, que seduz todo o mundo; e foi precipitado na terra e foram precipitados com ele os seus anjos” (Apoc 12,7-9).

O próprio Jesus dá testemunho dessa queda: “Eu via Satanás cair do céu como um relâmpago” (Lc 10, 18). “(O Demônio) foi homicida desde o principio, e não permaneceu na verdade" (Jo 8,44).

Poder dos anjos bons sobre os demônios.

Ensina São Tomás que os anjos bons, mesmo que por natureza pertençam a uma hierarquia inferior à de algum demônio ( por exemplo em ralação a Satanás), sempre têm um domínio sobre os anjos decaídos. Pois os anjos gozam de perfeição da amizade de Deus, da qual estão privados os demônio; e esta perfeição é superior à mera excelência natural, a única que permanecesse nos demônios ( Suma Teológica, 1,q. 109,a.4. )

Por isso observa o Cardeal Lepicier: " A sabedoria de Deus torna-se ainda mais manifesta , quando consideramos que ele colocou os espíritos malignos debaixo do domínio dos anjos bons e deu a cada homem, neste mundo, um anjo bom que o ilumina, guia os seus passos e o defende contra os seus inimigos. Por isso, os assaltos do inimigo das almas são aniquilados pela intervenção daqueles espíritos que se conservam fiéis a Deus, e o demônio acaba por contribuir para a maior glória do Criador". (Cardeal A. LÉPICIER, op. cit., p. 241. )



Os anjos podiam pecar?

Como poderia o anjo ter pecado, uma vez que ele não está sujeito às paixões ou ao erro no entendimento, como nós homens?

"Como compreender semelhante opção e rebelião a Deus em seres de tão viva inteligência?” — pergunta João Paulo II.

O Pontífice responde:

“Os Padres da Igreja e os teólogos não hesitam em falar de cegueira, produzida pela supervalorização da perfeição do próprio ser, levada até o ponto de ocultar a supremacia de Deus, a qual exigia, ao contrário, um ato de dócil e obediente submissão. Tudo isto parece expresso de maneira concisa nas palavras: "Não servirei" (Jer 2, 20), que manifestam a radical e irreversível rejeição de tomar parte na edificação do reino de Deus no mundo criado. Satanás, o espírito rebelde, quer seu próprio reino, não o de Deus, e se levanta como o primeiro adversário do Criador, como opositor da Providência, antagonista da sabedoria amorosa de Deus” (Apud Mons.C. BALDUCCI, El díablo, p. 20.)

E o Papa explica que os anjos, por serem criaturas racionais, são livres, isto é, têm a capacidade de escolher a favor ou contra aquilo que conhecem ser o bem: “Também para os anjos a liberdade significa possibilidade de escolha a favor ou contra o bem que eles conhecem, quer dizer, o próprio Deus”. (João Paulo II, Mcm, ibidem.)

Criando os anjos racionais e livres, quis Deus que eles - com o auxílio da graça — fossem os agentes de sua própria felicidade ou de sua perda, caso cooperassem ou resistissem à graça. Para que merecessem a felicidade eterna, submeteu-os a uma prova.

É de fé que todos os espíritos angélicos foram submetidos a uma prova. Entretanto, não sabemos qual teria sido essa prova. Os teólogos procuram excogitar qual teria sido.

O pecado dos anjos maus.

Qual teria sido a prova a que foram submetidos os anjos? E qual teria sido o pecado dos que sucumbiram à prova?

Um pecado de soberba.

Acredita-se comumente que tenha sido um pecado de orgulho, de soberba, pois a Escritura diz que “foi na soberba que teve início toda a perdição” (Tob 4, 14).

Santo Atanásio (séc. IV) o afirma explicitamente:

"O grande remédio para a salvação da alma é a humildade. Com efeito, Satanás não caiu por fornicação, adultério ou roubo, mas foi o seu orgulho que o precipitou ao fundo do inferno. Porque ele falou assim: "Eu subirei e colocarei meu trono diante de Deus e serei semelhante ao Altíssimo" (Is 14, 14). E é por essas palavras que ele caiu e que o fogo eterno se tornou sua sorte e sua herança”.
(Apud Card. P. GASPARRI, Catechisme Catholique pour Adultes. p. 345.)



Em que teria consistido essa soberba?

Segundo São Tomás de Aquino, essa soberba consistiu em que os anjos maus desejaram diretamente a bem-aventurança final, não por uma concessão de Deus, por obra da graça, e sim por sua virtude própria, como mera decorrência de sua natureza. Desse modo, quiseram manifestar sua independência em relação a Deus; eles recusaram assim a homenagem que deviam a Deus como seu criador e desejaram substituir-se a Ele e ter o domínio sobre todas as coisas: ser como deuses (cf.Gen 3,5).

São Tomás faz igualmente referência à seguinte passagem de Isaías — referente ao rei de Babilônia, mas geralmente aplicada a Satanás — para ilustrar o pecado dele e dos anjos maus que o acompanharam na revolta: “Como caíste do céu, ó astro brilhante [em latim: “Lúcifer”J, que, ao nascer do dia brilhavas? ... Que dizias no teu coração: ... serei semelhante ao Altíssimo” (Is 14, 13-14).

O pecado de Lúcifer e dos anjos que se revoltaram com ele teria sido, pois, um pecado de soberba, ou seja de complacência na própria excelência, com menoscabo da honra e respeito devidos a Deus.

Estes elementos se encontram em todo pecado — explica o Pe. Bujanda — pois quem ofende a Deus prefere a própria vontade, em vez da vontade divina, e nela se compraz.


Revelação da Encarnação

Não está formalmente revelado no que consistiu exatamente a prova dos anjos; os teólogos fazem hipóteses teológicas, como a de São Tomás, exposta acima.

Francisco Suárez, teólogo jesuíta do século XVII, levanta outra hipótese: a prova dos anjos teria consistido na revelação antecipada por Deus, da Encarnação do Verbo. Os anjos maus se teriam revoltado contra a submissão em que ficariam em relação à natureza humana do Verbo Encarnado, a qual, enquanto natureza, seria à natureza angélica.

Uma variante dessa hipótese é a que afirma que Lúcifer e os anjos revoltados não quiseram submeter-se à Mãe do Verbo Encarnado, pela sua dignidade ficaria colocada acima dos próprios anjos, embora inferior a eles por natureza.

Essa hipótese, entretanto, está ligada a uma outra questão: se o Verbo se teria encarnado mesmo sem o pecado de Adão. Suárez, com algumas adaptações, segue a opinião de Duns Escoto e de Santo Alberto Magno, a qual sustenta que sim; São Francisco de Sales também participa dessa opinião.

São Tomás, porém, é de outro parecer. Argumenta ele:

"Seguindo a Sagrada Escritura, que por toda a parte apresenta como razão da Encarnação o pecado do primeiro homem, é conveniente dizer-se que a obra da Encarnação está ordenada por Deus como remédio contra o pecado. De tal modo que, se não existisse o pecado não teria havido a Encarnação, embora a potência divina não esteja limitada pelo pecado, podendo, pois, Deus encarnar-se, mesmo que não houvesse o pecado” (Suma Teológica, 3, q. 1, a. 3.)

São Boaventura reconhece que a opinião de São Tomás é mais consoante com a Fé, enquanto a outra favorece mais a razão. (In III Sent.,Dist.I,a.2,q.2.)

Embora ambas as opiniões sejam sustentáveis, o comum dos Doutores acha que a hipótese de São Tomás é mais provável, sendo predominante entre os Santos Padres.

Santo Agostinho afirma: “Se o homem não tivesse caído não se teria feito carne” (Serm. 174,2.)

Em favor dela fala igualmente o Símbolo dos Apóstolos, isto é, o Credo, quando proclama: “O Qual [o Verbo], por nós homens, e por nossa salvação, desceu dos céus “. Também a liturgia pascal, que canta: “Ó culpa feliz, que nos mereceu um tal Redentor!"

O Pe. Christiano Pesch S.J. diz que a posição tomista de tal modo se tornou comum, que hoje há poucos defensores da esposada por Suárez, quanto à Encarnação do Verbo.

Daí decorreria que a hipótese de Suárez com relação ao pecado dos anjos ficaria também prejudicada. (C. PESCH 53, De Angelis, III, p. 71; cf. também Mons. P. PARENTE. Incarnazioni, col 1.751; I. SOLANO, De Verbo incarnato, pp. 15-24).)



A obstinação dos demônios.

Nós homens temos certa dificuldade psicológica em compreender que os demônios, por um só pecado, tenham sido condenados eternamente, enquanto Adão e Eva puderam ser perdoados. Por isso, desde os primeiros tempos do Cristianismo, não faltaram autores que sustentaram a possibilidade de reconciliação dos anjos decaídos com Deus.

Essa doutrina foi condenada pela Igreja e São Tomás explica a razão pela qual isso não é possível: em primeiro lugar porque a prova a que os anjos foram submetidos, a fim de merecerem a bem-aventurança eterna, teve para eles o mesmo efeito que tem para nós homens a morte; ou seja, encerra o período em que podemos adquirir méritos, e nos introduz na vida eterna, imutável por natureza. Os anjos bons, tendo sido fiéis, passaram a gozar da bem-aventurança eterna; os anjos maus ou demônios foram precipitados no inferno por toda a eternidade.

Em segundo lugar, por causa da natureza angélica: os anjos, uma vez feita uma escolha, não podem voltar atrás, seja para o bem, seja para o mal. Porque eles não estão sujeitos à mobilidade das paixões humanas, sua inteligência é perfeita, de modo que eles não podem fazer escolhas provisórias, como o homem. Antes de fazer uma escolha, o anjo é perfeitamente livre; feita esta, sua vontade adere a ela para sempre, pois todas as razões que o levaram a fazer essa escolha já estavam perfeitamente claras para ele antes que a fizesse.

https://www.derradeirasgracas.com/2.%20Segunda%20P%C3%A1gina/O%20Poder%20de%20S%C3%A3o%20Miguel.htm

São Miguel Arcanjo - 29 de setembro

“São Miguel Arcanjo defendei-nos no combate, sede nosso refúgio contra a maldade e as ciladas do demônio!

Ordene-lhe Deus, instantemente o pedimos; e vós príncipe da milícia celeste, pelo poder divino, precipitai no inferno a satanás e a todos os espíritos malignos que andam pelo mundo para perder as almas. Amém.”

O Nome de São Miguel Arcanjo

O significado é motivo de debate. A maioria das denominações cristãs entendem que o nome deverá ser traduzido em forma inquisitiva, tal como "Quem é como Deus?" ou "Quem é semelhante a Deus?" . Outros defendem que seja uma afirmação: "Aquele que é como Deus", argumentando que o sufixo "el", que significa "Deus", é usado em outros nomes bíblicos em forma de afirmação, tal como em Daniel ("Meu juiz é Deus"), Emanuel ("Connosco está Deus"), Ezequiel ("A força de Deus"), Samuel ("Nome de Deus") ou Gamaliel ("Recompensa de Deus"). Esta última interpretação é, segundo distintos peritos, tal como se refere mais acima, posta em causa pela própria Bíblia, quando a mesma nega que haja quem seja como Deus (cf., por exemplo, Salmo 35:10; 89:8), donde, pela própria configuração do nome "Miguel", o mais certo é que o mesmo deva ser traduzido como sendo uma questão.

O nome Miguel é escassamente referido na Bíblia, surgindo apenas nos versículos baixo, segundo a tradução A Bíblia de Jerusalém:

Daniel 10,13: "O Príncipe do reino da Pérsia me resistiu durante vinte e um dias, mas Miguel, um dos primeiros príncipes, veio em meu auxílio."

Daniel 10,21: "Ninguém me presta auxílio para estas coisas senão Miguel, vosso Príncipe."

Daniel 12,1: "Nesse tempo levantar-se-á Miguel, o grande Príncipe, que se conserva junto dos filhos do teu povo. Será um tempo de tal angústia qual jamais terá havido até aquele tempo, desde que as nações existem. Mas nesse tempo o teu povo escapará, isto é, todos os que se encontrarem inscritos no Livro."

Judas 9: "E, no entanto, o arcanjo Miguel, quando disputava com o diabo, discutindo a respeito do corpo de Moisés, não se atreveu a pronunciar uma sentença injuriosa contra ele, mas limitou-se a dizer: O Senhor te repreenda!"

Apocalipse 12,7: "Houve então uma batalha no céu: Miguel e seus Anjos guerrearam contra o Dragão. O Dragão batalhou, juntamente com seus Anjos, mas foi derrotado, e não se encontrou mais um lugar para eles no céu."

O Papa Leão XIII e São Miguel Arcanjo

No dia 29 de setembro de 1891 o grande pontífice Leão XIII fez publicar a oração que finalizou o capítulo anterior. Oração chamada por muitos de “Pequeno Exorcismo de Leão XIII”. Este Vigário de Roma não só a publicou como mandou que obrigatoriamente os sacerdotes a rezassem no encerramento de todas as Missas.

O tempo passou, vieram as reformas litúrgicas e esta oração já não se torna mais obrigatória no final das Celebrações.

Porém, o Espírito Santo tem colocado esta oração nos lábios e no coração de milhões de fiéis e de muitos sacerdotes que diariamente rezam-na com todo fervor. E isto tem acontecido porque juntos, como corpo que somos da Igreja, precisamos invocar o Príncipe da Milícia Celeste para que ele lance no abismo as forças do mal que ainda atuam no mundo com o único objetivo de perder as almas.

Afinal, porque Leão XIII publicou esta oração e ordenou que ela fosse rezada?

O motivo foi uma revelação divina.

Sua Santidade estava fazendo sua ação de graças na Missa, quando viu a terra ser invadida por enormes nuvens sombrias de espíritos infernais. Durante a visão ouviu uma discórdia entre Jesus e satanás, este exigia um pouco mais de tempo para destruir a Igreja ao que o Senhor respondeu: “Terás o tempo que pedes depois faremos as contas”.

Leão XIII, iluminado por Deus intuiu que a vitória desta discórdia estava entregue a São Miguel e que seria ele quem precipitaria o Príncipe das trevas, com todos os que o servem, no mais profundo abismo.

Este fato já foi muito comentado na Igreja e mesmo na imprensa secular. Durante algum tempo caiu no esquecimento. Mas graças a Deus este relato e a oração composta pelo Pontífice vêm sendo resgatado no coração do povo de Deus.

É preciso que a rezemos diariamente e em várias ocasiões!

A visão é muito clara: nuvem de demônios invadindo a terra. E contra eles o Senhor quer que invoquemos o Arcanjo São Miguel.

Reze esta oração!

Chame seu esposo ou esposa e, mesmo na cama, rezem o pequeno exorcismo de Leão XIII.

Convide seus filhos ou seus irmãos e ore com eles.

E se não houver ninguém, encha o coração de fé; confiando na vitória de Deus, acreditando que São Miguel está com você sinta-se como soldado da milícia celeste e reze com fervor:

“São Miguel Arcanjo defendei-nos no combate, sede nosso refúgio contra a maldade e as ciladas do demônio!

Ordene-lhe Deus, instantemente o pedimos; e vós príncipe da milícia celeste, pelo poder divino, precipitai no inferno a satanás e a todos os espíritos malignos que andam pelo mundo para perder as almas. Amém.”

Palavras de João Paulo II sobre São Miguel

Alocução do dia 24 de maio de 1987 no Santuário de São Miguel Arcanjo e publicada no L’osservatore Romano, ed. Port. no dia 31 de maio 1987.

Caríssimos irmãos e irmãos:

1. Estou feliz de me encontrar no meio de vós à sombra deste santuário de São Miguel Arcanjo, que há quinze séculos é meta de peregrinações e ponto de referência para quantos procuram a Deus e desejam pôr-se no seguimento de Cristo, por meio de quem “foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis, os Tronos, as Dominações, os Principados e as Potestades”(Cl 1,16).

Saúdo cordialmente todos vós, peregrinos, aqui vindos das cidades que circundam este magnífico promontório do Gargano, que oferece ao olhar do visitante enlevos deliciosos com a sua paisagem suave, florida, e com característicos grupos de oliveiras que se debruçam sobre a rocha. Saúdo em particular as autoridades civis e religiosas, que contribuíram para tornar possível este encontro pastoral; saúdo o Arcebispo de Manfredônia, Mons. Valentino Vailati, a quem se dirige o meu agradecimento, pelas palavras com que se dignou introduzir esta manifestação de fé. Saúdo também e sobretudo os Padres Beneditinos da Abadia de Montevergine, que têm cuidado especial deste Santuário. A eles, e de modo especial ao seu Abade, Dom Tommaso Agostino Gubitosa, exprimo a minha gratidão pela animação cristã e pelo clima espiritual que por eles são assegurados a quantos aqui vêm para retemperar o seu espírito nas fontes da fé.

2. A este lugar, como já fizeram no passado tantos predecessores meus na Cátedra de São Pedro, vim também eu gozar um instante da atmosfera própria deste Santuário, feita de silêncio, de oração e de penitência; vim para venerar e invocar o Arcanjo São Miguel, para que proteja e defenda a santa Igreja, num autêntico testemunho cristão, sem compromissos e sem acomodamentos.

Desde quando o Papa Gelásio I concedeu, em 493, o seu assentimento à dedicação da grutas das aparições do arcanjo São Miguel a lugar de culto e aqui realizou a sua primeira visita, concedendo a indulgência do “Perdão angélico”, uma série de Romanos Pontífices seguiu os seus passos para venerar este lugar sagrado. Entre eles recordam-se Agapito I, Leão IX, Urbano II, Inocêncio II, Celestino III, Urbano VI, Gregório IX, São Pedro Celestino e Bento XV. Também numerosos Santos aqui vieram para haurir força e conforto. Recordo São Bernardo, São Guilherme de Vercelli, fundador da Abadia de Montevergine, São Tomás de Aquino, Santa Catarina de Sena; entre estas visitas, permaneceu justamente célebre e ainda hoje continua viva a que foi realizada por São Francisco de Assis, que veio aqui para preparar para a Quaresma de 1221. A tradição diz que ele, considerando-se indigno de entrar na gruta sagrada, se teria detido na entrada, gravando um sinal da cruz numa pedra.

Esta viva e jamais interrompida freqüência de peregrinos ilustres e humildes, que desde a alta idade Média até os nossos dias fez deste Santuário um lugar de encontro, de oração e de reafirmação da fé cristã, diz quanto a figura do Arcanjo Miguel, que é protagonista em tantas páginas do Antigo e do Novo Testamento, é sentida e invocada pelo povo, e que é apresentado na Bíblia como o grande lutador contra o Dragão, o chefe dos Demônios. Lemos no Apocalipse: “Travou-se, então, uma batalha no Céu: Miguel e os seus Anjos pelejavam contra o Dragão e este pelejava também juntamente com seus anjos. Mas não prevaleceram e não houve mais lugar no Céu para eles. O grande Dragão foi precipitado, a antiga serpente, o Diabo, ou Satanás, como lhe chamou, sedutor do mundo inteiro, foi precipitado na terra, juntamente com seus anjos” (Ap 12, 7-9). O autor sagrado apresenta-nos nesta dramática descrição o fato da queda do primeiro Anjo, que foi seduzido pela ambição de se tornar “como Deus”. Daqui a reação do Arcanjo Miguel, cujo nome hebraico “Quem como Deus?” reivindica a unicidade de Deus e a sua inviolabilidade.

3 . Por mais fragmentárias que sejam as notícias da Revelação sobre a personalidade e o papel de São Miguel são muitos eloqüentes. Ele é o Arcanjo(cf. Jd 1,9) que reivindica os direitos inalienáveis de Deus. É um dos príncipes do Céu posto como guarda do Povo Eleito(cf. Dn 12,1), de onde virá o Salvador. Ora, o novo povo de Deus é a Igreja. Eis a razão pela qual ela o considera como próprio protetor e defensor em todas as suas lutas pela defesa e a difusão do reino de Deus na terra. É verdade que “as portas do inferno nada poderão contra ela”, segundo a afirmação do senhor(Mt 16,18), mas isto não significa que estamos isentos das provas e das batalhas contra as insídias do maligno. Nesta luta o Arcanjo Miguel está ao lado da Igreja para a defender contra as iniqüidades do século, para ajudar os crentes a resistir ao Demônio que “anda ao redor, como um leão que ruge, buscando a quem devorar”(I Pd 5,8).

Esta luta contra o Demônio, a qual caracteriza a figura do Arcanjo Miguel, é atual também hoje, porque o demônio está vivo e operante no mundo. Com efeito, o mal que nele existe, a desordem que se verifica na sociedade, a incoerência do homem, a ruptura interior da qual é vitima não são apenas conseqüências do pecado original, mas também efeito da ação nefanda e obscura de satanás, deste insidiador do equilíbrio moral do homem, ao qual São Paulo não hesita em chamar “o deus deste mundo”(2Cor 4,4), enquanto se manifesta como encantador astuto, que sabe insinuar-se no jogo do nosso agir, para aí introduzir desvios tão nocivos, quanto às aparências conformes às nossas aspirações instintivas. Por isto o Apóstolo das Gentes põe os cristãos de sobreaviso, quanto às insídias do Demônio e dos seus inúmeros sectários, quando exorta os habitantes de Éfeso a revestirem-se “da armadura de Deus para que possam resistir às ciladas do Demônio. Porque nós não temos de lutar contra a carne e o sangue, mas contra os Principados, contra os Dominadores deste mundo tenebroso, contra os Espíritos malignos espalhados pelos ares”(Ef 6,11-12).

A esta luta nos chama a figura do Arcanjo São Miguel, a quem a Igreja, tanto no Oriente como no Ocidente, jamais cessou de tributar culto especial. Como se sabe, o primeiro Santuário a ele dedicado surgiu em Constantinopla por obra de Constantino: é o célebre Michaelion, ao qual se seguiram naquela nova Capital do Império outras numerosas igrejas dedicadas ao Arcanjo. No ocidente o culto de São Miguel, desde o século V, difundiu-se em muitas cidades como Roma, Milão, Piacenza, Gênova, Veneza; entre tantos lugares de culto, certamente o mais famoso é este do monte Garagano, o Arcanjo está representado sobre a porta de bronze, fundada em Constantinopla em 1076, no ato de abater o Dragão infernal. É este o símbolo, com o qual a arte no-lo representa e a liturgia faz que o invoquemos. Todos recordam a oração que há anos se recitava no final da Santa Missa: “Sancte Michael Archangele, defende nos in proelio”; dentro em pouco, repeti-la-ei em nome da Igreja toda.

E antes de elevar tal oração, a todos vós aqui presentes, aos vossos familiares e a todas as pessoas que vos são queridas concedo a minha Benção, que faço extensiva também a quantos sofrem no corpo e no espírito.”

Oração

São Miguel, anjo da paz, pacificai a nossa alma de tudo o que a atormenta. Daí a paz à nossa Pátria. Daí a paz ao mundo. Amém.

Palavras de Outros Papas

As Sagradas Escrituras nos falam de modo muito claro a respeito de São Miguel Arcanjo. Acreditamos firmemente nestas passagens por estarem na Bíblia Sagrada e também porque sabemos que a Santa Igreja assim nos ensina, como sábia Mãe que é.

Vamos meditar um pouquinho sobre os pensamentos de alguns pontífices para vermos, de modo resumido, a idéia que tiveram com relação ao Príncipe da Milícia Celeste.

Pio IX escreveu:

“São Miguel é quem tem maior capacidade para exterminar as forças malditas de satanás, que juraram a ruína da sociedade cristã”.

São Pio X disse em 18 de setembro de 1903:

“Deus, na primeira luta, venceu, servindo-se do Arcanjo São Miguel, devemos, portanto, acreditar firmemente que a luta atual terminará, como outrora, com o socorro e ajuda deste Arcanjo bendito”.

Pio XII proclamou primeiro em 8 de maio de 1940:

“É urgente hoje, mais do que nunca, recorrer à proteção de São Miguel lembrando que ele é o protetor e defensor da Igreja e dos fiéis, o guardião do paraíso, o apresentador das almas junto de Deus, o Anjo da paz e o vencedor de satanás”.

Depois em 8 de maio de 1945:

“Soltai o estandarte do ilustre Arcanjo, repeti o seu grito: Quem é como Deus!?”

Diante de tais clamores, vindos de tão dignos testemunhos e unindo esses ao pronunciamento de João Paulo II, que apresentaremos neste especial, rezamos com todo fervor:

Oração

Ó Glorioso Arcanjo São Miguel, vós a quem o Senhor entregou a guarda da sua Igreja, e que constantemente velais sobre ela, dignai-vos ouvir as nossas preces em seu favor.

Vede, ó Arcanjo São Miguel, que o dragão que outrora já vencestes, embora saiba que jamais poderá vencer, procura a todo custo combate-la e persegui-la, ora espalhando o espírito de soberba entre os seus filhos, ora tentando com falsas doutrinas para iludir os fracos e incautos, ora dirigindo todo o furor dos ímpios contra o seu chefe visível na terra. Socorrei-a, reuni num só aprisco suas desgarradas ovelhas; tornai-as obediente à voz do Pastor e, precipitando novamente o dragão nos infernais abismos, alcançai que a santa Igreja, gloriosa e triunfante, se exalte cada vez mais e que aumente sempre o número de cristãos, ricos em amor de Deus e santidade. Amém.

Aparição de S Miguel no Monte Gargano

Nos os fins do século V, quando na cadeira de São Pedro regia a Igreja o Papa São Gelásio, um pastor que apascentava uma manada de vacas no alto do Monte Gargano, na Itália, província da Apúlia, querendo obrigar um novilho a sair de uma caverna onde se refugiara, desferiu lá dentro uma flecha, a qual retrocedeu com a mesma velocidade, vindo ferir quem a lançara.

Este fato causou admiração nos que presenciaram este acontecimento e a notícia foi longe e chegou também aos ouvidos do Bispo de Siponto, cidade que ficava no sopé da montanha.

Julgou ele tratar-se de algum misterioso sinal da parte de DEUS e ordenou um jejum de três dias em toda a diocese, pedindo ao SENHOR se dignasse revelar-lhe do que se tratava. DEUS escutou as orações do Prelado e, passados três dias, apareceu-lhe o Arcanjo São Miguel declarando-lhe que o SENHOR queria que a ele. Anjo tutelar da Igreja, e aos outros Anjos, se edificasse naquela caverna, onde se manifestou o prodígio, uma igreja em sua honra, para reavivar a fé e a devoção dos fiéis no seu amor e proteção, como Anjo custódio da Igreja Católica.

Tendo o Bispo comunicado ao povo a visão que tivera e o que lhe fora pedido, foi ele próprio, com muita gente, observar o local. Encontraram uma caverna espaçosa em forma de templo, cavada na rocha, com uma fenda natural na abóbada, de onde jorrava a luz que a iluminava. Nada mais era preciso que pôr um altar-mor para celebrar os Divinos Mistérios. Levantado o altar, o Bispo consagrou-o. Todos os povos vizinhos acudiram para a cerimónia cheios de alegria e a festa durou vários dias.

Nunca mais até hoje se deixou de celebrar ali a Santa Missa, como também os outros ofícios litúrgicos,e DEUS consagra este lugar através dos séculos, com graças e milagres de toda a espécie, em favor dos que lá acorrem, doentes de corpo e alma, mostrando quanto Lhe é grata a devoção em honra do glorioso arcanjo São Miguel que defendeu, quando da revolta de lúcifer, a fidelidade ao DEUS Uno e Trino, soltando este grito: AMIGOS, QUEM É COMO DEUS?

O Santuário do glorioso Arcanjo na gruta do Monte Gargano, é considerado um dos mais célebres e devotos de todo o Mundo. A Igreja, para atestar este fato histórico, marcou para o Calendário Litúrgico Universal a Festa Comemorativa desta aparição, no dia 8 de maio. Esta festa foi obrigatória para toda a Igreja até à nova reforma litúrgica do Concílio Vaticano II.

Atualmente, só é obrigatória na diocese de origem e em alguns calendários particulares.
O Monte Gargano onde está este santuário, fica perto do convento de Nossa Senhora da Graça, onde viveu e morreu o célebre estigmatizado Padre Pio de Pietrelcina, falecido em odor de santidade e já canonizado.

São Miguel Arcanjo e Joana D'Arc

Joana nasceu em Domrémy, na região de Lorena (ou Lorraine) na França.

Posteriormente a cidade foi renomeada como Domrémy-la-Pucelle em sua homenagem (pucelle; donzela em português). A data de seu nascimento é imprecisa, de acordo com seu interrogatório em 24 de fevereiro de 1431, Joana teria dito que na época tinha 19 anos portanto teria provavelmente nascido em 1412.

Filha de Jacques d'Arc e Isabelle Romée, tinha mais quatro irmãos: Jacques, Catherine, Jean e Pierre, sendo ela a mais nova dos irmãos. Seu pai era agricultor e sua mãe lhe ensinou todos os afazeres de uma menina da época.

Em seu julgamento Joana d'Arc afirmou que desde os 16 anos ouvia vozes divinas. Segundo ela em seu julgamento, a primeira vez que escutou a voz, ela vinha da direção da igreja e acompanhada de claridade e uma sensação de medo. Dizia que as vezes não a entendia muito bem e que as ouvia duas ou três vezes por semana. Entre as mensagens que ela entendeu estavam conselhos para frequentar a igreja, que deveria ir a Paris e que deveria levantar o domínio que havia na cidade de Orléans. Posteriormente ela identificaria as vozes como sendo do arcanjo São Miguel, Santa Catarina de Alexandria e Santa Margaret.

O arcanjo São Miguel é o líder dos exércitos celestiais. Santa Catarina é definida as vezes como uma figura apócrifa a cavalo dos séculos III e IV que morreu com uma idade similar à de Joana; também erudita (patrona de muitas especialidades intelectuais), persuadiu o imperador Maximiliano II que deixasse de perseguir os cristãos. Foi condenada a morrer na roda (um sistema de tortura que fraturava os ossos). A lenda de Margaret diz que ela foi uma mulher depreciada pela sua fé católica ao que lhe ofereceram matrimônio em troca da renúncia a esta fé. Ante sua negação, foi torturada escapando milagrosamente diversas vezes, até sua morte definitiva. Assim morreu virgem e mártir.



O Rosário de São Miguel Arcanjo

História desta devoção:

Numa aparição a uma ilustre serva de Deus, toda dedicada ao culto do glorioso São Miguel, Antônia d'Astonoac, em Portugal, este Santo Arcanjo declarou-lhe que desejava que se fizessem em sua honra nova saudações correspondentes aos nove coroes dos Anjos, que consistiriam na recitação de um Pai Nosso e três Ave Marias em honra de cada um dos coros dos Anjos.
Ele prometeu, em retribuição, que aquele que lhe rendesse este culto, teria na ocasião em que se aproximasse da Santa Mesa Eucarística um cortejo de nove Anjos, escolhidos dentre os nove coros de Anjos. Além disso, para a recitação diária destas nove saudações, prometeu a sua assistência e a dos Santos Anjos durante todo o decurso da vida, e depois da morte a libertação do Purgatório para si e seus parentes.

 


***
Deus, vinde em nosso auxílio
Senhor, socorrei-nos e salvai-nos.

Glória ao Pai...


Primeira Saudação

Saudamos o primeiro coro dos Anjos e pedimos a eles, os Santos Serafins, e também a São Miguel Arcanjos que o Senhor Jesus nos torne dignos de sermos abrasados de uma perfeita caridade.
Amém.

Glória ao Pai... Pai Nosso...
Três Ave-Marias...


Segunda Saudação

Saudamos o segundo coro dos Anjos e pedimos a eles, os Santos Querubins, e também a São Miguel Arcanjos que o Senhor Jesus nos conceda a graça de fugirmos do pecado e procurarmos a perfeição cristã.
Amém.

Glória ao Pai... Pai Nosso...
Três Ave-Marias...


Terceira Saudação

Saudamos o terceiro coro dos Anjos e pedimos a eles, os Santos Tronos, e também a São Miguel Arcanjos que Deus derrame em nossos corações o espírito de verdadeira e sincera humildade.
Amém.

Glória ao Pai... Pai Nosso...
Três Ave-Marias... ao terceiro coro de Anjos


Quarta Saudação

Saudamos o quarto coro dos Anjos e pedimos a eles, as Santas Dominações, e também a São Miguel Arcanjos que o Senhor nos conceda a graça de dominar nossos sentidos e de nos corrigir das nossas más paixões.
Amém.

Glória ao Pai... Pai Nosso...
Três Ave-Marias... ao quarto coro de Anjos


Quinta Saudação

Saudamos o quinto coro dos Anjos e pedimos a eles, as Santas Dominações, e também a São Miguel Arcanjos para que o Senhor Jesus se digne de proteger nossas almas contra as ciladas e as tentações de Satanás e dos demônios.
Amém.

Glória ao Pai... Pai Nosso...
Três Ave-Marias... ao quinto coro de Anjos


Sexta Saudação

Saudamos o sexta coro dos Anjos e pedimos a eles, as Santas Virtudes, e também a São Miguel Arcanjos para que o Senhor não nos deixe cair em tentação, mas que nos livre de todo o mal.
Amém.

Glória ao Pai... Pai Nosso...
Três Ave-Marias... ao sexto coro de Anjos


Sétima Saudação

Saudamos o sétimo coro dos Anjos e pedimos a eles, as Santas Potestades, e também a São Miguel Arcanjos para que o Senhor encha nossas almas do espírito de uma verdadeira e sincera obediência.
Amém.

Glória ao Pai... Pai Nosso...
Três Ave-Marias... ao sétimo coro de Anjos


Oitava Saudação

Saudamos o oitavo coro dos Anjos e pedimos a eles, os Santos Arcanjos, e também a São Miguel, para que o Senhor nos conceda o dom da perseverança na fé e nas boas obras, a fim de que possamos chegar a possuir a glória do Paraíso.
Amém.

Glória ao Pai... Pai Nosso...
Três Ave-Marias... ao oitavo coro de Anjos


Nona Saudação

Saudamos o nono coro dos Anjos e pedimos a eles, todos os Santos Anjos, e também a São Miguel Arcanjos para que sejamos guardados por eles nesta vida mortal, para sermos conduzidos por eles à glória eterna do Céu.
Amém.

Glória ao Pai... Pai Nosso...
Três Ave-Marias... ao nono coro de Anjos

Ao final, reza-se:
Um Pai Nosso em honra de São Miguel Arcanjo.
Um Pai Nosso em honra de São Gabriel.
Um Pai Nosso em honra de São Rafael.
Um Pai Nosso em honra de nosso Anjo da Guarda.



Antífona:

Gloriosíssimo São Miguel, chefe e príncipe dos exércitos celestes, fiel guardião das almas, vencedor dos espíritos rebeldes, amado da casa de Deus, nosso admirável guia depois de Cristo; vós, cuja excelência e virtudes são eminentíssimas, dignai-vos livrar-nos de todos os males, nós todos que recorremos a vós com confiança, e fazei pela vossa incomparável proteção, que adiantemos cada dia mais na fidelidade em servir a Deus.

 

São Miguel Arcanjo, Rogai por nós