“São Miguel Arcanjo, ajudai-nos a não desanimar diante das tentações do inimigo. Vinde em nosso socorro e combatei conosco, ó príncipe das milícias celestes. Ainda que sejam tantos os nossos pecados, confiamos na eterna misericórdia de Deus. Amém!”
(Fonte: Quaresma de São Miguel Arcanjo 2020 – Ed. Paulus)
“Senhor, dá-me dessa água, para que eu não tenha mais sede” (Jo 4, 15)
Suplica a samaritana quando se viu diante do nosso Salvador. Ainda que ela não tivesse entendido, no momento deste pedido, quem de fato é Jesus, ela já sentia essa necessidade. Jesus conhece os corações e sabia que ela, naquele momento, estava como nós agora: Sedentos da Misericórdia de Deus.
Jesus é o único que pode satisfazer, preencher por completo, o nosso coração:
“Aquele, porém, que beber da água que darei, nunca mais terá sede, mas a água que darei se tornará nele uma fonte de água que jorra para a vida eterna” (Jo 4, 14).
Ele é o único que pode matar a nossa sede da Misericórdia enviando o Espírito Santo, a água viva que nos move e esse movimento nos faz levar, também, a misericórdia de Deus para os outros.
“Onde, porém, aumentou o pecado, superabundou a graça” diz São Paulo na Carta aos Romanos 5, 20. Estamos inseridos em um mundo cada vez mais hostil aos cristãos e o pecado tem aumentado bastante e levado muitos para a perdição. Cada vez mais os inimigos da Igreja estão investindo contra nós para nos eliminar, não só aqui no mundo, mas nos afastar também da Salvação, nos eliminar da eternidade.
A eliminação não é necessariamente física, mas de diversas outras formas, além de fisicamente em vários cantos do mundo. Cada vez mais tentam nos silenciar, sobretudo com os argumentos de “estado laico” e, mais recentemente, “abuso de poder religioso”.
Contudo, não pretendo tratar desse tipo de perseguição, mas de algo que para nós é muito pior (nós, pelo menos, deveríamos ter essa noção) que é a perseguição pelo pecado. Quer saber quão grave é o pecado, o quanto é nocivo para nós? Olhe para o preço dele, para a Cruz de Jesus!
Foi na cruz que Jesus pagou a nossa dívida, por todos nós, por cada um de nós!
Muito longe disso nos desanimar, isso deveria nos impulsionar para o amor a Jesus. Jesus fez tudo por nós, basta que nós acolhamos esta graça, basta que recorramos a Sua infinita misericórdia e não pequemos mais.
Estamos num mundo hostil a nós, cristãos, como disse e, retomando, o pecado se apresenta a todo instante, onde quer que estejamos. As tentações são frequentes e cada vez mais intensas e somente olhando para a Cruz de Cristo, a Fonte da Misericórdia, é que podemos matar a nossa sede e ganharmos força para vencer as tentações.
Sim, caímos muitas e muitas vezes! Mas, temos um Deus rico em misericórdia que não só pagou todas as nossas dívidas (passadas, presentes e futuras), mas também nos dá constantemente formas para que possamos nos salvar, matar a nossa sede.
Temos a nossa disposição os Sacramentos, principalmente a Eucaristia que nos alimenta e fortifica e a Confissão que nos perdoa todas as vezes que caímos e nos arrependemos com o propósito de não pecar mais. Temos o próprio Cristo que está vivo, acessível e nos toca (o Santíssimo Sacramento). Temos uma legião de amigos celestes (anjos e santos) que intercedem por nós e nos dão reforço (e exemplo) em todas as nossas dificuldades.
Enfim… Apesar de estarmos tão sedentos da misericórdia de Deus – e quando digo sedentos quero dizer que além de necessitados estamos desejando – a fonte de água viva, infinita, também está disponível para nós. Recorramos a Fonte de Misericórdia arrependidos de todas as vezes que pecamos e pedindo cada vez mais força para cumprirmos a nossa resolução de acolhermos a Graça, o Amor de Jesus, que nos amou até o fim, até a morte e morte de cruz.
São Miguel Arcanjo, defendei-nos no combate e nos ajude a chegar à fonte, para não parecemos sedentos da Misericórdia de Deus.