“São Miguel Arcanjo, gloriosíssimo príncipe dos exércitos celestes, defendei-nos no combate contra as forças do inimigo, contra os chefes deste mundo de trevas, contra os espíritos malignos espalhados pelos ares. Vinde em auxílio das pessoas que Deus fez à sua imagem e semelhança. Amém!”
(Fonte: Quaresma de São Miguel Arcanjo 2020 – Ed. Paulus)
Depois de refletirmos sobre a intercessão dos santos e dos anjos e de como os anjos estão presentes em nossa vida para nos trazer mensagens de Deus e, especialmente, para nos proteger, gostaria de refletir sobre um especialíssimo protetor e intercessor que temos no Céu: São José.
A Igreja não proclamou nenhum dogma em relação a São José, como fez com Nossa Senhora que tem declarado 4 dogmas: Mãe de Deus, Virgindade Perpétua, Imaculada Conceição e Assunção. Nós não sabemos se São José morreu virgem ou se foi levado ao Céu gloriosamente como Nossa Senhora, mas podemos muito bem afirmar três grandiosíssimas graças que São José recebeu e acolheu: São José ao se unir com Maria manteve-se casto até o fim de sua vida. São José foi escolhido por Deus para ser pai nutrício (adotivo) de Jesus e esposo de Maria. São José tem um lugar especialíssimo no Céu justamente por ser pai nutrício de Jesus e casto esposo da Sempre Virgem Maria.
As Sagradas Escrituras falam diretamente muito pouco de São José, apesar de podermos encontrar vários “personagens bíblicos” que podem ser como figuras desse grandiosíssimo santo. Apesar de falar pouco, fala o suficiente para mostrar o quanto é grande este filho de Davi.
Primeiramente podemos falar que São José é Justo:
“Eis como foi a origem de Jesus Cristo. Sua mãe Maria, desposada com José, antes de conviverem, achou-se grávida pela ação do Espírito Santo. José, seu esposo prometido, sendo justo e não querendo expô-la, cogitou em despedi-la secretamente.” (Mt 1, 18-19)
Como podemos ver, São José encontra-se em um dilema: A Lei manda repugnar publicamente e apedrejar as adúlteras. São José, como seguidor da Lei, é cumpridor dela, mas não conseguia ver como não infringi-la sem cometer uma grande injustiça que seria denunciar publicamente a Doce Virgem Maria. Por isso, estava propício a abandonar Maria em segredo e, assim agindo, para o mundo (e não para Deus que tudo sabe e conhece o coração dos homens) ele teria abandonado a mulher dele grávida. Agindo assim, ele assumiria para si a culpa de não cumprir a Lei e diante dos homens seria um canalha. Mas, certamente, ele preferia essa humilhação do que cometer um único ato de injustiça, por menor que fosse.
Pela justiça e humildade, Deus vem em seu socorro, enviando um anjo para ajuda-lo e confortá-lo:
“Enquanto assim ponderava, apareceu-lhe em sonho um anjo do Senhor, que lhe disse: ‘José, Filho de Davi, não temas receber Maria, tua mulher, pois o que foi nela gerado vem do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho, e tu lhe porás o nome de Jesus, pois ele salvará o seu povo dos seus pecados.” (Mt 1, 20-21)
O anjo ao aparecer a São José, que dormia e o viu em sonho, recordou a ele sua filiação de Davi. José, como conhecer das escrituras, certamente sabia que o Messias viria da linhagem de Davi, a qual ela fazia parte (ver Mt 1, 1-17). Sabia também quão grande seria a missão daquele escolhido para cuidar do Cristo. Em sua humildade, ele não se via digno e capaz de cumprir tão importante missão. Como ele poderia cuidar de Deus sendo tão simples, um simples artesão? Certamente São José também sabia de tudo que haveria de passar o Messias.
Mas, por conta disso tudo, o anjo o encorajou dizendo para não temer acolher Maria como esposa e consequentemente Jesus como filho. Mostrou que tudo é obra de Deus, inclusive o nome do Menino. São José provavelmente temeu, mas a sua confiança em Deus o impeliu a aceitar a missão com a certeza que Deus iria prover tudo, bastava que ele obedecesse fielmente ao Senhor.
“Ao despertar do sonho, José fez o que o anjo do Senhor lhe havia ordenado e acolheu sua mulher. E não conviveu com ela enquanto não deu a luz o filho, ao qual ele pôs o nome de Jesus.” (Mt 1, 24-25)
Por fim, podemos ver como São José cumpriu tudo que Deus mandou com todo zelo e confiança. Acolheu a Mãe de Deus e Seu Filho em sua casa, sem se importar com o que poderiam pensar. Vale recordar que provavelmente quando José ficou sabendo da gravidez de Maria, ela já era visível. Maria passou três meses com Santa Isabel. Vale ressaltar também que José e Maria ainda não coabitavam (não conviviam debaixo do mesmo teto), então Maria ter engravidado antes de morar com José seria motivo de, no mínimo, escândalo e fofoca.
São José foi obediente em tudo, principalmente nos momentos de grande dificuldade e aflição. Ele obedeceu e foi fazer o recenseamento em Belém, mesmo a esposa estando grávida. Ele foi obediente ao ir para o estábulo, para a gruta, com Maria, onde Ela deu a luz a Jesus. Ele foi obediente para fugir ao Egito, para voltar não para sua cidade, mas para outra que o anjo informou. Ele foi obediente, inclusive, aos preceitos que, por Jesus ser Deus, não precisaria cumprir. Mas, o obedientíssimo José assim fez e circuncidou Jesus ao oitavo dia (Lc 2,21), aguardou a purificação e apresentou no templo (Lc 2, 22-24), enfim, fez tudo conforme a Lei manda e voltou para Nazaré (Lc 2, 39).
Que possamos ser como São José, imitando-o em tudo, em todas as suas virtudes, para sermos Justos, Humildes e Obedientes. Assim, certamente, teremos sempre ao nosso lado a Doce e Divina Presença de Maria e Jesus. Sendo como José, poderemos cumprir fielmente a vontade de Deus em nós.
São Miguel Arcanjo, defendei-nos no combate e intercede para que Sejamos Justos, Humildes e Obedientes Como São José.