EM CONSTRUÇÃO.....

A PAIXÃO DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO

SUMÁRIO 

RELÓGIO DA PAIXÃO:

Hora 1: Despede-se de Maria e celebra a ceia

Hora 2: Lava os pés aos apóstolos e institui o SS. Sacramento.

Hora 3: Faz suas últimas recomendações e vai ao horto.

Hora 4: Faz oração no horto.

Hora 5: Põe-se em agonia.

Hora 6: Sua sangue.

Hora 7: É traído por Judas e é preso.

Hora 8: É conduzido a Anás.

Hora 9: É levado a Caifás e recebe a bofetada.

Hora 10: Vendam-lhe os olhos, é espancado e escarnecido.

Hora 11: É levado ao conselho e declarado réu de morte.

Hora 12: É conduzido a Pilatos e acusado.

Hora 13: É escarnecido por Herodes.

Hora 14: É reconduzido a Pilatos e posposto a Barrabás.

Hora 15: É flagelado na coluna.

Hora 16: É coroado de espinhos e mostrado ao povo.

Hora 17: É condenado à morte e sobe ao Calvário.

Hora 18: É despojado de suas vestes e crucificado.

Hora 19: Ora pelos que o crucificaram.

Hora 20: Entrega seu espírito ao Pai.

Hora 21: Morre.

Hora 22: É transpassado com a lança.

Hora 23: É despregado e entregue a sua Mãe.

Hora 24: É sepultado e deixado no sepulcro.

 

Ó Salvador do mundo, ó amante das almas, ó Senhor, o mais digno objeto de nosso amor, vós, por meio de vossa Paixão, viestes a conquistar os nossos corações, testemunhando-lhes o imenso afeto que lhes tendes, consumando uma redenção que a nós trouxe um mar de bênçãos e a vós um mar de penas e ignomínias. Foi por este motivo principalmente que instituístes o Santíssimo Sacramento do altar, para que nos lembrássemos continuamente de vossa Paixão, como diz SantoTomás: ut autem tanti beneficii jugis in nobis maneret memoria, corpus suum in cibum fidelibus dereliquit (Opuse. 57). E já antes dele disse São Paulo: Quotiescumque enim manducabais panem hunc… mortem Domini annunciabitis (1Cor 11,26). Como tais prodígios de amor já tendes conseguido que inúmeras almas santas, abrasadas nas chamas de vosso amor, renuncias¬sem a todos os bens da terra, para se dedicarem exclusivamente a amar tão somente a vós, amabilíssimo Senhor. Fazei, pois, ó meu Jesus, que eu me recorde sempre de vossa Paixão e que, apesar de miserável pecador, vencido finalmente por tantas finezas de vosso amor, me resolva a amar-vos e a dar-vos com o meu pobre amor algumas provas de gratidão pelo excessivo amor que vós, meu Deus e meu Salvador, me tendes demonstrado. Recordai-vos, ó Jesus meu, que eu sou uma daquelas vossas ovelhinhas, por cuja salvação viestes à terra sacrificar vossa vida divina. Eu sei que vós, depois de me terdes remido com vossa morte, não deixastes de me amar e ainda me consagrais o mesmo amor que tínheis ao morrer por mim na cruz. Não permitais que eu continue a viver ingrato para convosco, ó meu Deus, que tanto mereceis ser amado e tanto fizestes para ser de mim amado.

 

E vós, ó Santíssima Virgem Maria, que tivestes tão grande parte na Paixão de vosso Filho, impetrai-me pelos merecimentos de vossas dores a graça de experimentar um pouco daquela compaixão que sentistes na morte de Jesus e obtende-me uma centelha daquele amor, que constituiu o martírio de vosso coração tão compassivo.

 

Suplico-vos, Senhor Jesus Cristo, que a força de vosso amor, mais ardente que o fogo, e mais doce que o mel, absorva a minha alma, a fim de que eu morra por amor de vosso amor, ó vós que vos dignastes morrer por amor de meu amor. Amém.

 

Cap. 1 a 9

INTRODUÇÃO DO OPÚSCULO I

1. O amante das almas, nosso amantíssimo Redentor, declarou que não teve outro fim, vindo à terra e fazendo-se homem, que acender o fogo do santo amor nos corações dos homens.   “Eu vim trazer fogo à terra e que mais desejo senão que ele se acenda?” (Lc 12,49).   E, de fato, que belas...

CAPÍTULO I. DO AMOR DE JESUS CRISTO QUERENDO SATISFAZER A JUSTIÇA DIVINA POR NOSSOS PECADOS

  1. A história narra-nos um caso de um amor tão prodigioso que será a admiração de todos os séculos. Havia um rei, senhor de muitos reinos, que tinha um único filho, tão belo, tão santo, tão amável, que, sendo o encanto do seu pai, este o amava como a si mesmo. Ora, este príncipe se afeiçoou...

CAPÍTULO II. JESUS QUIS PADECER TANTO POR NÓS, PARA NOS FAZER COMPREENDER O GRANDE AMOR QUE NOS CONSAGRA

1. Duas coisas fazem conhecer um amigo, escreve Cícero: fazer- lhe bem e padecer por ele, e esta é a maior prova de um verdadeiro amor. Deus já tinha demonstrado seu amor ao homem, dispensando- lhe inúmeros benefícios, mas, segundo São Pedro Crisólogo, beneficiar unicamente ao homem parecer-lhe-ia...

CAPÍTULO III. JESUS POR NOSSO AMOR QUIS DESDE O PRINCÍPIO DE SUA VIDA SOFRER AS PENAS DE SUA PAIXÃO

1. Para fazer-se amar do homem foi que o Verbo divino veio ao mundo tomar a natureza humana. Veio com tão grande desejo de sofrer por nosso amor, que não quis perder um só momento em dar começo a seus tormentos, ao menos pela apreensão. Apenas concebido no ventre de Maria, já se representou em...

CAPÍTULO IV. DO GRANDE DESEJO QUE TEVE JESUS DE PADECER E MORRER POR NOSSO AMOR

1. Muito terna, amorosa e afetuosa foi aquele declaração que fez nosso Redentor quando veio à terra, afirmando que ele tinha vindo para acender nas almas o fogo do amor divino e que não tinha outro desejo senão ver acesa nos corações de todos os homens essa santa chama.   “Eu vim trazer fogo à...

CAPÍTULO V. DO AMOR QUE JESUS NOS MOSTROU, DEIXANDO-SE A SI MESMO EM COMIDA ANTES DE ENTREGAR-SE À MORTE

  1. Sabendo Jesus que era chegada a sua hora de passar deste mundo ao Pai, tendo amado os seus, amou-os até ao fim (Jo 13,1). Nosso amantíssimo Redentor, na última noite de sua vida, sabendo que já era chegado o tempo suspirado de morrer por amor dos homens, não teve ânimo de nos deixar sós...

CAPÍTULO VI. DO SUOR DE SANGUE E AGONIA DE JESUS NO HORTO

  1. Contemplai como o nosso amorosíssimo Salvador, chegando ao jardim de Getsêmani, quis dar começo à sua dolorosa paixão, permitindo que os sentimentos de temor, de tédio e de tristeza viessem afligi-lo com todas as suas conseqüência. Começou a ter pavor e angustiar-se e entristecer-se (Mt...

CAPÍTULO VII. DO AMOR DE JESUS EM SOFRER TANTOS DESPREZOS EM SUA PAIXÃO

  1. Diz Belarmino que os espíritos nobres sentem mais com os desprezos que com as dores do corpo, pois se estas afligem a carne, aqueles atormentam a alma, a qual, sendo mais nobre que o corpo, tanto mais sente as ofensas que lhe são feitas. Mas quem poderia imaginar que a personagem mais...

CAPÍTULO VIII. DA FLAGELAÇÃO DE JESUS CRISTO

  1. Entremos no pretório de Pilatos, convertido em horrendo teatro de ignomínias e dores de Jesus, e consideremos quanto foi injusto, ignominioso e cruel o suplício que aí sofreu o Salvador do mundo. Vendo Pilatos que os judeus continuavam a bradar contra Jesus, injustissimamente o condenou a...

CAPÍTULO IX. DA COROAÇÃO DE ESPINHOS

1. Continuando os soldados a flagelar cruelmente o inocente Cordeiro, conta-se que se adiantou um dos presentes e corajosamente disse-lhes: vós não tendes ordem de matar este homem, como o pretendeis. E assim dizendo cortou as cordas com que estava ligado o Senhor. Isto foi revelado a S. Brígida...

Cap. 10 a 15

CAPÍTULO X DO ECCE HOMO

  1. Pilatos, vendo o Redentor reduzido a um estado tão digno de toda a compaixão, pensou que a sua só vista comoveria os judeus e por isso, conduziu-o a uma varanda, levantou o farrapo de púrpura e, mostrando ao povo o corpo de Jesus coberto de chagas e dilacerado, disse-lhe: “Eis aqui o...

CAPÍTULO XI. DA CONDENAÇÃO DE JESUS CRISTO E SUA IDA AO CALVÁRIO

1. Continuava Pilatos a escusar-se perante os judeus que não podia condenar à morte aquele inocente. Estes, porém, o atemorizaram, dizendo: “Se soltares a este, não és amigo de César” (Jo 19,12). Cego pelo temor de perder as graças de César, esse juiz desgraçado, depois de ter reconhecido e...

CAPÍTULO XII DA CRUCIFIXÃO DE JESUS

  1. Eis-nos chegados à crucificação, ao último tormento que deu a morte a Jesus Cristo, eis-nos no Calvário, feito teatro do amor divino, onde um Deus deixa a vida num mar de dores. “E depois de chegados ao lugar chamado Calvário, aí o crucificaram” (Lc 23,33). Tendo o Senhor chegado com...

CAPÍTULO XIII. DAS ÚLTIMAS PALAVRAS DE JESUS NA CRUZ E DE SUA MORTE

  1. Diz S. Lourenço Justiniano que a morte de Jesus foi a mais amarga e dolorosa dentre todas as mortes dos homens, porque o Redentor morreu na cruz sem o mínimo alívio. Nas pessoas que sofrem, a pena é sempre mitigada por qualquer pensamento ao menos de consolação; mas a dor e a tristeza de...

CAPÍTULO XIV. DA ESPERANÇA QUE DEVEMOS TER NA MORTE DE JESUS

  1. Jesus é a única esperança de nossa salvação; fora dele não há salvação, em nenhum outro (At 4,12). Eu sou a única porta, disse ele, e quem entrar por mim encontrará certamente a vida eterna (Jo 10,9). Que pecador poderia esperar perdão se Jesus não tivesse satisfeito por nós a justiça...

CAPÍTULO XV. DO AMOR DO ETERNO PAI DANDO-NOS O SEU FILHO

  1. “Assim Deus amou o mundo que lhe deu seu Filho unigênito” (Jo 3,16). Três coisas devemos considerar nesta dádiva: quem é quem dá, que coisa e com que o amor no-la dá. É sabido que, quanto mais nobre o doador, tanto mais apreciável a dádiva; se alguém recebe uma flor de um monarca,...

CAPÍTULO XVI. DO AMOR DO FILHO DE DEUS EM QUERER MORRER POR NÓS

  1. “Eis aí o teu tempo, o tempo dos que amam… e te tornaste extremamente bela” (Ez 16, 8, 13). Quanto nós, os cristãos, somos devedores ao Senhor, por nos fazer nascer depois da vinda de Jesus Cristo! Nosso tempo não é mais o tempo do temor, como era o dos Hebreus, mas é o tempo do amor,...

Capítulo Único em baixo:

OPÚSCULO II. SETAS DE FOGO OU PROVAS QUE JESUS CRISTO NOS DEU DE SEU AMOR NA OBRA DA REDENÇÃO

  Quem considera o amor imenso que Jesus Cristo nos demonstrou na sua vida e particularmente na sua morte, sofrendo tantos tormentos por nossa salvação, não poderá deixar de sentir-se ferido e obrigado a amar um Deus tão apaixonado por nossas almas. São Boaventura diz que as chagas de nosso...

Cap. 1 a 8

AVISO AO LEITOR ACERCA DO OPÚSCULO III

  Eu te prometi, benévolo leitor, no meu livro das Glórias de Maria, um outro livro sobre o Amor a Jesus Cristo. Em razão de minhas enfermidades, meu diretor não me permitiu escrevê-lo. Foi-me apenas concedida a licença de publicar estas sucintas reflexões sobre a paixão, nas quais, contudo,...

INTRODUÇÃO DO OPÚSCULO III

  Diz Santo Agostinho não haver coisa mais útil para conseguir a salvação eterna do que pensar todos os dias nos tormentos que Jesus sofreu por nosso amor (Ad Frat. in er. serm. 32). E já Orígenes tinha escrito que o pecado não poderia certamente imperar na alma que meditasse continuamente na...

CAPÍTULO I. JESUS ENTRA EM JERUSALÉM

  “Eis que teu rei vem a ti cheio de mansidão, montado sobre uma jumenta e um jumentinho, filho da que tem jugo” (Mt 21,5).   Nosso Redentor, avizinhando-se o tempo de sua paixão, parte de Betânia para entrar em Jerusalém. Que humildade de Jesus Cristo em querer entrar nessa cidade...

CAPÍTULO II. O CONSELHO DOS JUÍZES E A TRAIÇÃO DE JUDAS

  “Reuniram-se os pontífices e os fariseus em conselho e diziam: Que faremos nós? porque este homem faz muitos milagres” (Jo 11,47).   Eis como no mesmo tempo em que Jesus se empenhava em conceder graças e fazer milagres em benefício dos homens, as primeiras personagens da cidade se...

CAPÍTULO III. ÚLTIMA CEIA DE JESUS CRISTO COM SEUS DISCÍPULOS

  “Sabendo Jesus que era chegada a sua hora para passar deste mundo ao Pai, tendo amado os seus amou-os até ao fim” (Jo 13,1).   Sabendo Jesus que estava perto de sua morte, devendo abandonar este mundo, tendo até então amado demais os homens, quis então dar-lhes as últimas e maiores...

CAPÍTULO IV. DA INSTITUIÇÃO DO SANTÍSSIMO SACRAMENTO

“Enquanto estavam ceando, tomou Jesus o pão, benzeu-o e partiu-o e deu-o a seus discípulos, dizendo: Recebei e comei: isto é o meu corpo” (Mt 26,26).   Depois do lava-pés, ato de tão grande humildade, cuja prática Jesus recomendou aos discípulos, retomou as suas vestes e sentando-se novamente...

CAPÍTULO V. JESUS ORA NO HORTO E SUA SANGUE

  “E tendo dito o hino, saíram para o monte das Oliveiras… Então Jesus foi com eles a uma granja chamada Getsêmani” (Mt 26,30).   Tendo feito a ação de graças depois da ceia, Jesus deixa o cenáculo com seus discípulos, entra no horto de Getsêmani e se põe a orar; mal, porém, começa a orar...

CAPÍTULO VI. JESUS É PRESO E AMARRADO

“Levantai-vos, vamos: eis que já está perto quem me há de trair” (Mc 14,42).   Sabendo o Redentor que Judas juntamente com os judeus e soldados que o vinham prender já estavam perto, levanta-se ainda banhado no suor da morte, e com o rosto pálido mas com o coração tão inflamado em amor, vai ao...

CAPÍTULO VII. JESUS É CONDUZIDO A PILATOS E DAÍ A HERODES, SENDO-LHE BARRABÁS PREFERIDO

  “Chegada a manhã, entraram em conselho contra Jesus para entregá-lo à morte, e preso o conduziram e entregaram ao governador Pôncio Pilatos” (Mt 27,1-2).   Pilatos, depois de muita interrogações, feitas ora aos judeus ora ao Salvador, conhece que Jesus era inocente e que as acusações...

CAPÍTULO VIII. JESUS É FLAGELADO NUMA COLUNA

  “Pilatos então tomou Jesus e mandou açoitá-lo” (Jo 19,1).   Vendo Pilatos que os dois meios empregados para não condenar aquele inocente, isto é, remetê-lo a Herodes e apresentá-lo junto com Barrabás, não tinham dado resultado, escolhe um outro meio, o de castigá-lo e depois mandá-lo...

Cap. 9 a 15

CAPÍTULO IX. JESUS É COROADO DE ESPINHOS E TRATADO COMO REI DE TEATRO

  “Então os soldados do governador, conduzindo Jesus para o pretório, reuniram em torno dele toda a corte. E despindo-o cingiram-lhe um manto carmesim e tecendo uma coroa de espinhos lha puseram sobre a cabeça e na sua mão direita uma cana” (Mt 27,27-29).   Continuemos a considerar os...

CAPÍTULO X. PILATOS MOSTRA JESUS AO POVO, DIZENDO: ECCE HOMO!

  “Pilatos saiu para fora e disse-lhes: Ecce homo” (Jo 19,5).   Tendo sido Jesus novamente conduzido a Pilatos, depois de sua flagelação e coroação de espinhos, este, mirando-o e observando como estava dilacerado e desfigurado, persuadiu-se de que o povo se moveria à compaixão só com...

CAPÍTULO XI. JESUS É CONDENADO POR PILATOS

“Então ele lho entregou para que fosse crucificado” (Jo 19,16).   Pilatos, depois de tantas vezes ter declarado a inocência de Jesus, e então novamente lavando suas mãos e protestando que era inocente do sangue daquele justo, sendo os judeus responsáveis por sua morte: “Mandado vir água, lavou...

CAPÍTULO XII. JESUS LEVA A CRUZ AO CALVÁRIO

  Publicada a sentença, o povo infeliz explode num grito de júbilo e diz: Alegremo-nos, alegremo-nos. Jesus já foi condenado; não se perca tempo, apreste-se a cruz e que morra hoje mesmo, pois que amanhã é páscoa. E imediatamente o tomam, tiram-lhe aquele farrapo de púrpura, restituem-lhe suas...

CAPÍTULO XIII. JESUS É CRUCIFICADO

  Apenas chegou Jesus ao Calvário, consumido de dores e desfalecido, dão-lhe a beber vinho misturado com fel, o que se costumava dar aos condenados à cruz para mitigar-lhes um pouco o sentimento de dor. Jesus, que queria morrer sem alívio, apenas o provou, mas não bebeu:   “E deram-lhe a...

CAPÍTULO XIV. PALAVRAS DE JESUS NA CRUZ

  Jesus, porém, que faz, que diz, vendo-se o objeto de tantos ultrajes? Suplica por aqueles que assim o maltratam:   “Pai, perdoai-lhes, pois não sabem o que fazem” (Lc 23,34).   Jesus orou então também por nós, pecadores. Por isso, voltados para o Padre eterno, digamos com...

CAPÍTULO XV. MORTE DE JESUS

  Avizinha-se, porém, o fim da vida de nosso amável Redentor. Minha alma, contempla esses olhos que se obscurecem, essa bela face que empalidece, esse coração que palpita lentamente, esse sagrado corpo que vai se tornando presa de morte.   “Tendo, Jesus experimentado o vinagre, disse:...

Cap. 1 a 10

CAPÍTULO I. REFLEXÕES GERAIS SOBRE A PAIXÃO DE JESUS CRISTO

  MEU LIVRO   1. Quanto agrada a Jesus Cristo que nós nos lembremos continuamente de sua paixão e da morte ignominiosa que por nós sofreu, muito bem se deduz de haver ele instituído o Santíssimo Sacramento do altar com o fito de conservar sempre viva em nós a memória do amor que nos...

CAPÍTULO II. REFLEXÕES PARTICULARES SOBRE PADECIMENTOS DE JESUS CRISTO NA SUA MORTE

  O HOMEM DAS DORES   1. Vamos considerar as penas particulares que Jesus Cristo sofreu na sua paixão e que já há muitos séculos foram preditas pelos profetas, especialmente por Isaías no capítulo 53. Este profeta, como dizem Santo Ireneu, São Justino, São Cipriano, e outros falou tão...

CAPÍTULO III. REFLEXÕES SOBRE A FLAGELAÇÃO, A COROAÇÃO DE ESPINHOS E CRUCIFIXÃO DE JESUS CRISTO

  SOBRE A FLAGELAÇÃO   1. Escreve São Paulo a respeito de Jesus Cristo:   “Aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de escravo” (Fl 2,7).   São Bernardo acrescenta o seguinte a esse texto:   “Não só a tomou a forma e escravo, para viver sujeito, mas a de mau escravo para...

CAPÍTULO IV. REFLEXÕES SOBRE OS IMPROPÉRIOS FEITOS A JESUS CRISTO ENQUANTO PENDIA NA CRUZ

  POR TUA CAUSA SOFRO IMPROPÉRIOS   1. A soberba, como dissemos, foi a causa do pecado de Adão e, por conseguinte, a ruína do gênero humano; por isso veio Jesus Cristo e quis reparar esse desastre com sua humildade, não desdenhando abraçar a confusão de todos os opróbrios que lhe...

CAPÍTULO V. REFLEXÕES SOBRE AS PALAVRAS DE JESUS NA CRUZ

  Primeira palavra: “Pai, perdoai-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lc 23,34).   1. Ó ternura do amor de Jesus Cristo para com os homens! Diz Santo Agostinho que o Salvador, na mesma hora em que recebia injúrias de seus inimigos, procurava-lhes o perdão: não atendia tanto às injúrias...

CAPÍTULO VI. REFLEXÕES SOBRE A MORTE DE JESUS CRISTO E A NOSSA

  A MORTE DE JESUS É NOSSA VIDA   1. Escreve São João que nosso Redentor, antes de expirar, inclinou a cabeça:   “E tendo inclinado a cabeça, entregou seu espírito” (Jo 19,30).   Inclinou a cabeça para significar que aceitava a morte, com plena submissão, das mãos de seu Pai, a...

CAPÍTULO VII. REFLEXÕES SOBRE OS PRODÍGIOS HAVIDOS NA MORTE DE JESUS CRISTO

AS TREVAS   1. Conta-se que São Dionísio Areopagita, estando em Heliópolis, no Egito, exclamou na hora da morte de Jesus:   “Ou o autor da natureza, Deus, está sofrendo ou então é a máquina do mundo que se desfaz” (Corn. a Lápide in Mt c. 27 v. 45).   Miguel Sincelo e Suida escrevem...

CAPÍTULO VIII. DO AMOR QUE JESUS CRISTO NOS DEMONSTROU NA SUA PAIXÃO

  ASSIM AMOU DEUS O MUNDO   1. São Francisco de Sales chama o monte Calvário o monte dos amantes e diz que o amor que nasce da paixão é fraco, dando com isso a entender que a paixão de Jesus Cristo é o incentivo mais forte para nos mover e inflamar a amar o nosso Salvador. Para que...

CAPÍTULO IX. DA GRATIDÃO QUE DEVEMOS A JESUS CRISTO POR SUA PAIXÃO

  O AMOR DE CRISTO NOS CONSTRANGE   1. Diz Santo Agostinho que, tendo sido Jesus Cristo o primeiro a dar a vida por nós, obrigou-nos com isso a que demos a vida por ele (Trac. 46 in Jo). Escreve o santo:   “Conheceis qual é a mesa que contém o corpo e sangue de Cristo: o que dela se...

CAPÍTULO X. TODAS AS NOSSAS ESPERANÇAS DEVEM SER POSTAS NOS MERECIMENTOS DE JESUS CRISTO

  SÓ NELE HÁ SALVAÇÃO   1. “Não há salvação em nenhum outro” (At 4,12). São Pedro diz que toda a nossa salvação está em Jesus Cristo, que por meio de sua cruz, na qual sacrificou por nós sua vida, nos abriu o caminho da esperança de recebermos todos os bens de Deus, se formos fiéis a seus...

Cap. 11

CAPÍTULO XI. DA PACIÊNCIA QUE DEVEMOS PRATICAR EM UNIÃO COM JESUS CRISTO, PARA ALCANÇAR A VIDA ETERNA

  O MISTÉRIO DA PACIÊNCIA   1. Falar de paciência e de sofrer é tratar de uma coisa que os amantes do mundo não praticam e nem sequer entendem. Só as almas que amam a Deus e compreendem e põem em prática. São João da Cruz dizia a Jesus Cristo:   “Senhor, eu nada mais vos preço que...

BREVEMENTE MAIS AQUI: