Tudo começa com uma rebelião que tenta contaminar milhões e milhões de Anjos, seres que Deus tinha criado em primeiro lugar, puros e sem pecado. São Tomás de Aquino afirma que o seu número é maior que os das substâncias criadas. Mas como afirma Dom Tomaselli “no primeiro tempo da criação, os Anjos podiam pecar, ou seja, não estavam ainda confirmados na graça. Naquele período Deus quis colocar à prova a fidelidade daquela corte celeste para ter um sinal de amor particular e de humilde sujeição. Como escreve São Tomás de Aquino, a prova não poderia deixar de ser a Incarnação. Confrontados com a obrigação de adorarem um Homem Deus, O Verbo Incarnado, de O servir e de O amar, Lúcifer e um terço dessas criaturas declarou que não serviria aquele que Deus lhes mostrava.
Os anjos não conheciam verdadeiramente Deus e a prova foi fatal para um terço deles. Foram precipitados e o eco dessa queda encontra-se em Jesus Cristo quando exclamava: “Eu vi cair Satanás do Céu como um raio”.
Os nomes que vieram a adotar ou pelos quais foram chamados pouco variaram. Aos caídos chama-se na generalidade demónios, ou seja, “génios do mal”, espíritos malignos por causa do seu endurecimento no pecado, diabos ou anjos caídos e acusadores, que nos acusam dia e noite ao Pai do Céu, anjos das trevas, porque foram precipitados numa mansão tenebrosa e cheia de horror. Ao chefe desta horda de um terço de anjos caídos, a Escritura chama-lhe Luzbel e Lúcifer, que quer dizer estrela da manhã, Satanás ou inimigo, Beelzebub ou deus das moscas, porque as moscas infetam tudo, Pai da mentira ou grande mentiroso, porque a sua linguagem é a mentira, Dragão, porque é horrível e tenebroso como o dragão, Serpente Antiga, porque sobre ele recaiu a antiga maldição de Deus sobre Lúcifer disfarçado de Serpente no Jardim do Paraíso.
Que temos hoje diante dos olhos? Outra e grave rebelião que toma como exemplo a rebelião angélica e que a quer imitar e suportar. Conceber-se-ão as consequências de uma loucura destas?